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Uma guerra termina e outra começa
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Uma guerra termina e outra começa

No Oriente Médio, foi anunciado o fim da guerra Ira X Israel, porém a batalha está longe do fim
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Frágil cessar-fogo está longe de garantir a paz (Foto: JOHN WESSELS / AFP)
Foto: JOHN WESSELS / AFP Frágil cessar-fogo está longe de garantir a paz

Durou 12 dias o conflito armado entre Irã e Israel antes de um desfecho, com a trégua anunciada pelo governo dos EUA e mediada com ajuda do Catar. Para o ultradireitista Netanyahu, Tel Aviv alcançou uma "vitória histórica" contra a suposta ameaça iraniana. Já a teocracia de Teerã, classificou o desfecho como "grande vitória" para os seus interesses.

Quando um desentendimento entre estados desemboca em vias militares, todos perdem. Sejam os países envolvidos, as potências atuantes ou a diplomacia. Embora o cessar-fogo marque um ponto importante na história, está longe de representar o fim das hostilidades, muito pelo contrário. A guerra que termina agora dá lugar a uma nova, que remete aos termos iniciais do desentendimento. Mísseis darão lugar novamente a narrativas.

Basta lembrar de 2012, quando Netanyahu apresentou o desenho de uma bomba, nas Nações Unidas (ONU), para ilustrar o que seriam os estágios nucleares iranianos e a necessidade de parar a suposta ameaça iminente. Em outras oportunidades, Netanyahu chegou a afirmar que os iranianos estariam a semanas de desenvolver a bomba atômica, o que não se comprovou. 13 anos depois, Israel deu início à guerra que tanto perseguia.

Os efeitos práticos dos ataques ainda são incertos, mas os iranianos já sinalizaram que voltarão com o programa nuclear e o enriquecimento de urânio. O que fará com que Israel retome sua batalha narrativa, especialmente quando essa batalha é contra um inimigo comum capaz de unir forças políticas divergentes em Israel e garantir apoio ao governo.

 

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