São duas décadas já corridas e as histórias do furto milionário ao Banco Central de Fortaleza continuam aparecendo. A sensação, como sempre foi, é que nem tudo nesta história vai ser contado. O roteiro é sempre muito melhor do que o que tentam fazer sobre ele.
Nesta semana, o caso foi revisitado em um especial de dois episódios, publicados no OP e na edição impressa do O POVO, que assinei com a repórter Karyne Lane. E lá estavam informações inéditas, tanto tempo depois. O furto ao BC é aquele baú de grandes novidades, sempre surpreendentes, intrigantes.
O delegado federal Antônio Celso dos Santos, hoje aposentado, foi quem chefiou as investigações na época, por dedicados cinco anos. Ele contou de dois personagens do crime que lhe escaparam naquele tempo de caçada ferrenha. Quando reviu suas anotações, encontrou as histórias, mas aí o trabalho policial já estava em outra prioridade. Admite que se reabrissem o caso, ainda teria gente para prender.
Foram 133 réus, 28 ações penais, 119 condenados...e pensar que ainda caberiam mais. Na sexta-feira, 8, prenderam um homem em São Paulo que teria ligação com nomes daquele mesmo bando de 2005, que cavou túneis aqui e em outros estados e usou o dinheiro furtado (R$ 164,7 milhões) para bancar mais ações criminosas. É como se o furto ainda estivesse acontecendo.
Apesar da história ter ganhado ares glamourizados, é importante não deixar passar: foi um crime. Aliás, vários: furto qualificado, associação criminosa, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos...