Antes de "O Agente Secreto", de Kléber Mendonça Filho, ter sido escolhido para representar o Brasil na corrida pelo Oscar, o longa-metragem teve que disputar o "merecimento" da seleção nas redes sociais com "Manas", de Mariana Brennand. Os dois filmes estavam na lista com "Baby" (Marcelo Caetano), "Kasa Branca" (Luciano Vidigal), "O Último Azul" (Gabriel Mascaro) e "Oeste Outra Vez" (Erico Rassi).
Estava tudo encaminhado para que a produção protagonizada por Wagner Moura fosse a grande aposta nacional para a categoria de Melhor Filme Internacional no prêmio da Academia. Até a trama de Brennand, que tem a cearense Fátima Macedo no elenco, demonstrar interesse e querer um espaço à sombra.
Foi o suficiente para os críticos de cinema e criadores de conteúdo escolherem seus times, tal qual os fãs de "O Verão Que Mudou Minha Vida" que se dvidiram em #teamConrad e #teamJeremiah, como se essa tomada de partido fosse influenciar a decisão final.
No fim, "O Agente Secreto" é quem será o representante, como previsto. É engraçado que nos comentários de internautas houve quem críticasse o lobby milionário por trás da campanha de "Manas", já que envolveu empresas da família de Brennand.
Como se o único filme brasileiro oscarizado "Ainda Estou Aqui" também não tivesse influência de outros lobbys milionários e tudo bem. Cinema precisa de dinheiro para acontecer. Mas essa "picuinha boba", na visão dessa repórter que vos escreve, só serviu para gerar mais esvaziamento de pauta sobre o cinema nacional.
Seria interessante, claro, ter um longa dirigido por uma mulher na disputa, assim como um cineasta nordestino. No fim, é sobre a visibilidade do audiovisual brasileiro, de todo jeito, não saímos ganhando?