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O fim da guerra em Gaza e uma paz ainda distante
Farol

O fim da guerra em Gaza e uma paz ainda distante

Mortes, feridos, prédios destruídos, desabrigados, refugiados, fome, crianças e jovens sem estudar... Os números da guerra Israel-Hamas são estratosféricos e dramáticos. Ainda que o cessar-fogo seja uma esperança, a pergunta é se é possível haver paz com números tão estarrecedores
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Pessoas passam por prédios danificados, no sul da Faixa de Gaza (E). Israelenses nas ruas após anúncio do cessar-fogo (D)
 (Foto: Omar AL-QATTAA / AFP e JOHN WESSELS / AFP)
Foto: Omar AL-QATTAA / AFP e JOHN WESSELS / AFP Pessoas passam por prédios danificados, no sul da Faixa de Gaza (E). Israelenses nas ruas após anúncio do cessar-fogo (D)

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Dois anos após o início da guerra entre Israel e Hamas, um acordo de cessar-fogo permanente foi fechado com mediação dos EUA e outros países. Embora celebrado e representando avanço, o acordo está longe de significar paz.

Passadas as hostilidades, é hora de mensurar a devastação. Qual o tamanho da guerra? Em Gaza, os números são assustadores. Levantamento divulgado pelo jornal britânico The Guardian, no último dia 7, dá uma pista do tamanho do drama palestino e do que ainda está por vir. A guerra mais longa de Israel, desde o conflito que levou à criação do país em 1948, matou pelo menos 67 mil palestinos e feriu outras 170 mil, sendo a maioria civis.

Pelo menos 436 mil moradias foram danificadas ou destruídas e 2.100.000 palestinos - sim, milhões com todos os zeros - tiveram que se deslocar. Dados apontam 745 mil crianças e estudantes em idade universitária fora da educação formal desde 2023. E pelo menos 654 ataques a instalações de saúde, com 1,7 mil profissionais mortos. Indicadores da ONU apontam que 500 mil pessoas passam fome, além de mortes por desnutrição em Gaza.

O presidente americano, Donald Trump, - que pressionou para concretizar entendimento entre Tel Aviv e Hamas, sendo elogiado pelo lado palestino -, diz esperar "paz duradoura". Mas é possível haver paz com números tão estarrecedores?

O desafio que está por vir, talvez seja maior que a guerra em si. Apesar do acordo, os termos ainda não estão claros. Haverá ajuda internacional pela reconstrução? Israel desocupará o território? O Hamas continuará a ter influência em Gaza? Há várias lacunas.

Outro empecilho para a paz são grupos de extrema direita em Israel, aliados do primeiro-ministro Netanyahu, que se posicionam contra o fim da ofensiva enquanto o Hamas existir - mesmo que isso signifique o genocídio de uma população.

A ultradireita nacionalista quer mais derramamento de sangue e enquanto essa sede durar, a guerra estará sempre à espera na próxima esquina, aguardando um novo estopim, enquanto a paz, desejada por todos, não passará de uma realidade ainda distante.

 

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