O Banco do Nordeste (BNB) sempre foi referência na América Latina do poder do microcrédito de mudar realidades. Se bem usado, com orientação, o financiamento pode tanto criar quanto alavancar negócios, fomentando toda uma cadeia produtiva.
E se vier da iniciativa feminina, estamos cansados de saber que o impacto é ainda maior, porque elas tendem a perpetuar abaixo delas o sustento de mais pessoas.
Nessa ótica, foi adiantado com exclusividade pelo O POVO e lançado oficialmente na semana que passou o Programa Dinheiro na Mão pelo Governo do Ceará. A parceria inicial é justamente com o BNB, mas a expectativa é que outros bancos públicos e privados tenham aderência ao projeto voltado para microempreendedores individuais, microempreendedores informais e trabalhadores informais.
A ideia é ofertar o financiamento e o Estado pagar os juros da operação para aqueles que estiverem adimplentes com o banco. Esse "cashback" bancado pelo Poder Público, e que pode ser utilizado apenas em um único contrato de até R$ 21 mil, pode até parecer pouco, mas abrange a média de valor tomado, por exemplo, no outro programa de microcrédito estadual, o Ceará Credi, que chega a R$ 3 mil.
Inicialmente o banco prevê ofertar R$ 300 milhões pelo Dinheiro na Mão, mas dependendo do sucesso o panorama pode ser de continuidade. Sendo realmente com orientação e sem gerar inadimplentes, os frutos a colher tendem a ser positivos no Estado.