O presidente americano, Donald Trump, e o democrata Joe Biden coincidiram pela primeira vez ontem no local de seus comícios, ao transmitir, em Tampa, no disputado estado da Flórida, mensagens contraditórias. De um lado, o presidente se vangloriou do crescimento econômico, enquanto o adversário o acusou de propagar o coronavírus.
A cinco dias das eleições, Trump concentrou sua mensagem em proclamar o fim da crise sanitária, com advertências sobre o "socialismo" e que o país poderia virar Cuba ou Venezuela se seu adversário vencer. Biden o chamou de irresponsável por sua gestão da crise sanitária, que deixou mais de 227 mil mortos nos EUA.
O presidente republicano reiterou advertência de que, em um governo Biden, o confinamento pelo novo coronavírus impediria uma vida normal. "Não vão lhes permitir fazer nada", disse Trump em um clima festivo, debaixo de um céu carregado na Flórida.
Biden, cujos comícios são celebrados de carro, com distanciamento, acusou o rival de organizar eventos "super-propagadores do vírus".
A Flórida é um estado que, com seus 29 votos no colégio eleitoral, costuma definir o presidente desde 1964, com uma única exceção no registro. Por isso que os candidatos correm para lá para assegurar a vitória.
Em um ato em Fort Lauderdale, antes de viajar para Tampa, Biden rebateu as políticas de Trump sobre Cuba e Venezuela. "Cuba não está mais perto da liberdade e da democracia hoje do que há quatro anos", disse, reiterando sua promessa de que se for eleito, vai dar proteção migratória aos venezuelanos.
"Trump adora falar, mas não se importa com os cubanos e os venezuelanos. Nem sequer lhes dá Status de Proteção Temporário (TPS) a quem foge do regime opressor de Maduro", afirmou o democrata.
As cifras do PIB para o terceiro trimestre, que mostraram uma recuperação com um crescimento recorde de 33,1% em projeção anual, animaram Trump. A economia começa a se recuperar, depois que a crise induzida pela pandemia arrasou a atividade no segundo trimestre com queda do PIB de 31,4%.
Trump comemorou o índice como as cifras "maiores e melhores" da história do país. No entanto, advertiu que se Biden vencer, o novo presidente imporia um aumento de impostos que sufocaria a recuperação.
O democrata considera que o relatório do PIB ressaltou três fatos inevitáveis: que a economia está em um buraco profundo, a inação de Trump e que a recuperação está desacelerando.
"A recuperação que está em andamento está ajudando os de cima, mas deixa dezenas de milhares de famílias e pequenos negócios para trás", afirmou em um comunicado. (AFP)