Pré-candidato a prefeito de Fortaleza, o deputado estadual Heitor Férrer (SD) adiantou que o tom de críticas aos fotossensores espalhados pela Cidade será o mesmo. Ele define os equipamentos como "ladrões eletrônicos." O tema foi pautado recorrentemente por ele, também, na corrida ao Paço Municipal em 2016. Será a quarta vez que Férrer disputará o cargo.
"A grande maioria destes fotossensores tem a função arrecadatória. Pena que em alguns momentos esse tema foi tratado com jocosidade. As pessoas querendo tratar aquilo como ponto fora da curva. Não é", defende o parlamentar, que concedeu entrevistas nesta segunda-feira, 13, ao O POVO no Rádio, apresentado por Luiz Viana, e ao O POVO Online.
Convicto dos fins dos fotossensores, ele desafiou a gestão de Roberto Cláudio (PDT) a doar para a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza toda verba oriunda de multas do videomonitoramento. Questionado se faria o mesmo, caso eleito, disse que sim. Não sem deixar de ponderar que, para tal, precisa de autorização do Legislativo municipal.
Hoje, 5% dos valores arrecadados são direcionados ao Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset), vinculado ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O resto vai para sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento educação de trânsito e fiscalização.
Em setembro de 2019, o jornalista Carlos Mazza, do O POVO, publicou em sua coluna que o Executivo já atingiu a meta da arrecadação com multas. Na Lei Orçamentária Anual (LOA), havia previsão de arrecadação de R$ 98,7 milhões. Em setembro, o número já era R$ 99,5 milhões.
Nas duas entrevistas concedidas, Férrer falou a respeito de uma rearranjo administrativo que pretende executar na estrutura da Prefeitura em caso de vitória nas urnas. Entende que cortar cargos comissionados - aqueles que independem de concurso ou outro tipo de seleção - é imprescindível para um funcionamento responsável da máquina pública. Ele estima serem coisa de 4 mil funções passíveis de extinção.
"Grande maioria deles é para atendimento aos partidos políticos, justamente esses partidos que buscam candidatos que têm mais possibilidades de ganhar a eleição", disse. Questionado então sobre a última reforma que elevou número de Regionais, ele teceu elogios à iniciativa. A interpretação de Férrer é de que a medida aproxima o serviço público das pessoas. "Estaria aumentando então cargos comissionados? Sim, mas você poderia fazer enxugamento através (da exclusão) de cargos comissionados desnecessários, para legitimar mais as Regionais", ele explicou.
Férrer abriu série de entrevistas realizadas pela rádio O POVO CBN e O POVO Online com os postulantes ao Executivo municipal. Nesta terça-feira, 14, será a vez de Capitão Wagner (Pros). Na sequência, Célio Studart (PV), Carlos Matos (PSDB) e Renato Roseno (Psol).