Pré-candidato do PSL à Prefeitura de Fortaleza, o deputado federal Heitor Freire afirmou que Capitão Wagner (Pros), também parlamentar e postulante ao cargo, já atingiu um limite de rendimento junto ao eleitorado. Em entrevista, ontem, à Rádio O POVO CBN e ao O POVO Online, o pesselista avaliou como normal Wagner aparecer bem nos levantamentos de institutos de pesquisa, já que está com o nome posto desde o ano passado, "mas eu acho que ele chegou num teto", frisou.
"Obviamente, defendo bandeiras conservadoras e de direita muito mais claras do que o Capitão Wagner. Eu gosto dele, eu geralmente digo que é um amigo, uma pessoa que ganhou o meu respeito", ressaltou Freire, que emendou. "Você olhar pesquisas quantitativas nesse momento não valem nada, me desculpe a sinceridade, porque tudo muda. Na política, muda do dia pra noite."
Aferição do Instituto Paraná Pesquisa, feita ainda em dezembro, colocou o policial militar da reserva na dianteira da disputa com 42,4% da preferência do eleitor. No mesmo levantamento, Freire somou 1,1% e 1,5% em dois cenários trabalhados.
Nas palavras de Freire, as conversas com Wagner sobre uma aliança não prosperaram, embora o pré-candidato do Pros ainda não tenha descartado a possibilidade. Assim, o radar do pesselista aponta para o MDB, de Gaudêncio Lucena e Eunício Oliveira, e para o DEM, de Chiquinho Feitosa, que deve aderir alguma pré-candidatura de oposição, com menor propensão de apoio à pré-postulação de Wagner. Heitor, inclusive, mencionou que almoçará com Feitosa ainda nesta semana.
O pré-candidato do PSL disse que reconhece avanços na gestão do prefeito Roberto Cláudio (PDT) quanto à mobilidade urbana. Avalia, porém, que os feitos na área deveriam vir acompanhados de projetos de arquitetura e urbanismo, o que entende não ter ocorrido. Freire pensa que "nenhum fortalezense" pode sentir pertencimento à Capital com a ausência de áreas verdes e planejadas.
"Falta essa questão do 'sentir bem', a cidade está ficando muito amontoado de cimento", reclamou. Outro ponto considerado gargalo pelo pesselista é o da saúde pública. Ele destaca que, embora prédios tenham sido construídos, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ainda faltam médicos que atuem nestes locais. "Se tem dinheiro para fazer reforma na Beira-Mar, por que não tem que ter dinheiro para cuidar de algo tão básico?", questionou.
Freire falou ainda sobre a relação dele, hoje, com o presidente da República, definindo-a como de caráter institucional. O deputado federal, que já foi tido como braço direito de Bolsonaro no Ceará, diz que seguirá prestando apoio ao Governo, o que não significa, segundo diz, que é "um bajulador". Quando indagado sobre críticas que faz ao Planalto, respondeu que faltam políticas públicas claras em relação ao Nordeste.
Contradição?
Freire foi questionado sobre o desejo de ter o MDB na sua chapa representa uma contradição em relação à própria trajetória. "Para a nossa ala de direita, conservadora, muitos questionam isso. E eles esquecem que Bolsonaro selecionou, escolheu como líder do Senado um senador do MDB, que é senador Fernando Bezerra (PE)." Adicionou ainda que o líder do governo no Congresso é outro emedebista, o senador Eduardo Gomes (TO)