O deputado federal Capitão Wagner (Pros) se defendeu da acusação de tirar proveito da paralisação de parte da Polícia Militar do Estado. Em participação no programa Debates do POVO, da rádio O POVO CBN, ele afirmou que a categoria, sozinha, resolveu iniciar o movimento. "A gente não tem qualquer gerência sobre o movimento. A categoria vai ter que se convencer do que o Estado pode ou não pode fazer", afirmou.
Ao colunista do O POVO Eliomar de Lima, Wagner reconheceu que o motim está prejudicando sua pré-candidatura a prefeito de Fortaleza.
Na rádio, Wagner declarou que ficou surpreso com o crescimento dos movimentos. "Os motins surgiram a partir de reunião na terça-feira, 18. Ninguém esperava, mas o movimento cresceu", disse. O deputado avalia que o primeiro passo para resolução do problema é "apaziguar os ânimos" e que não há como seguir se ambos os lados continuarem com "atitudes radicais".
Para discutir a paralisação de alguns policiais militares no Ceará, Wagner participou de reunião na tarde de ontem na 10ª Região Militar com parlamentares e representantes do Exército a fim receber informações do general Fernando Cunha Mattos, designado pela Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conduzir ações no Estado.
Wagner afirmou que, durante o encontro, Cunha garantiu que os soldados "não irão intervir na manifestação de policiais e se confrontar com manifestantes". A informação foi reforçada pelo senador Major Olimpio (PSL-SP), integrante da comitiva de senadores que pretendem continuar o diálogo com o Governo do Estado e os policiais militares (PM) amotinados.
Capitão Wagner também se manifestou sobre os tiros direcionados ao senador licenciado Cid Gomes (PDT), baleado nesta semana após tentar invadir, com uma retroescavadeira, um quartel da Polícia Militar em Sobral que estava ocupado por manifestantes. Segundo ele, o senador premeditou a ação e os manifestantes agiram em reação de legítima defesa. Para ele, o policial que atirou em Cid "evitou que ele matasse aquelas pessoas".
"Foi uma atitude premeditada dele. Eu vejo que, na hora que o senador pega um veículo, sem habilitação, resolve passar por cima de homens e mulheres, ele estava tentando matar aquelas pessoas", afirmou Wagner. O caso levou à abertura de Boletim de Ocorrência (B.O.) contra Cid na última quinta-feira, 19. No registro da ação, estiveram junto ao Capitão, outros dois deputados federais. Dentre eles, Major Fabiana (PSL-RJ) e Capitão Alberto Neto (PRB-AM).