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Áudios apontam Sabino incitando PMs e associações a fazerem paralisação
Politica

Áudios apontam Sabino incitando PMs e associações a fazerem paralisação

Líder do motim de policiais, ex-deputado fala em gravações sobre "greve branca" caso as pautas dos agentes não fossem atendidas
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CABO Sabino é apontado como líder do motim (Foto: fco. fontenele)
Foto: fco. fontenele CABO Sabino é apontado como líder do motim

Uma das lideranças do motim de policiais militares do Ceará no último mês, o ex-deputado federal Cabo Sabino incitou dirigentes de associações de agentes de segurança pública a promoverem a parada. O POVO teve acesso à série de áudios e vídeos gravados por Sabino. Neles, o ex-parlamentar fala, dentre outras coisas, em possibilidade de "greve branca", caso o movimento se encerre sem ter as pautas atendidas.

Em um dos áudios, Sabino declara que "greve é para quem tem coragem" e completa: "Não importa se o Ministério Público vai fechar (as associações). Associação foi aberta por quem? Pelos policiais. Fecha uma, abrem dez. Se o cara estiver com medo de comandar, não se candidate. Renuncia e deixa para quem tem coragem".

De acordo com Sabino, os áudios são de 15 dias antes e não têm relação com o movimento dos policiais. "No momento, estão querendo colocar gasolina onde deveriam colocar água. Acho que o mais importante agora é fazer avaliações do que aconteceu e seguir com as pautas", afirmou o ex-deputado a O POVO.

Em um dos vídeos, Sabino diz que se a paralisação encerrar sem as pautas atendidas "o movimento termina, mas a greve não acaba". A liderança dos PMs amotinados, destaca que o sentimento, em tal cenário, seria de revolta. "Sabe o que vai acontecer? Os PMs vão trabalhar na rua e não vão atender à sociedade. Se for chamado para uma ocorrência, ao invés de ir direto ele vai rodar quatro ou cinco quarteirões a mais para chegar", disse no vídeo.

Sabino alega que naquele momento o governo insistia na narrativa de que o movimento era mais uma questão política do que de valorização da categoria. Ao O POVO, ele declarou que "o movimento acabou" e que aquilo que precisa ser feito agora é honrar o acordo firmado com transparência e lucidez.

Sabino apresentou-se à Justiça na última quinta-feira, 5, e teve o mandado de prisão preventiva revogado pelo juiz Roberto Bulcão. Ele cumpre apenas medida cautelar que o impede de "frequentar unidade da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros durante o período de seis meses, exceto em caso de intimação".

O governador Camilo Santana (PT) criticou a decisão da Justiça. Nas redes sociais, Camilo disse também na quinta-feira que estava indignado com o relaxamento da prisão de um "foragido que liderou um motim que causou pavor à população cearense e provocou dezenas de mortes no Estado".

O governador considera "inaceitável que alguém promova todo tipo de desordem, cometa crimes, desafie a própria Justiça, Ministério Público, Governo e sociedade, e seja mandado para casa, como se nada tivesse ocorrido. Esse acusado terá que responder pelos seus gravíssimos atos, pelo bem do Estado de Direito", escreveu.

Listen to "O secretário André Costa falou sobre o fim do motim dos policiais e analisou possíveis mudanças na formação dos militares" on Spreaker.  

Acusações

Antes de ter o pedido de prisão revogado, Sabino era acusado de autoria, em tese, de crimes de motim e/ou revolta, conspiração e ainda o incitamento e aliciamento, tipificados nos artigos 149 a 155 do Código Penal Militar"

Fim do motim

No último domingo, 1º, logo após o acordo que pôs fim à suspensão dos trabalhos dos PMS, que já durava 13 dias, Sabino disse à assembleia de militares: "Vocês acabaram de assinar a minha demissão"

 

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