Deputado estadual, Heitor Férrer (SD) rejeitou convite do Novo para se filiar à legenda e concorrer à Prefeitura de Fortaleza como vice do empresário e pré-candidato Geraldo Luciano.
"Já conheço Geraldo de algum tempo. Ele me chamou recentemente para um café com o presidente do Novo e perguntou se havia a possibilidade de composição", contou o parlamentar. O encontro foi em março, pouco antes do fechamento da janela partidária, que se encerrou no começo do mês seguinte.
Segundo ele, o convite feito por Geraldo para que fosse o seu vice esbarrou num obstáculo que o impedia por completo. "Quando os dois querem o mesmo espaço, isso se inviabiliza. Até porque o Novo quer sair com chapa própria", informou.
Além disso, continua Férrer, o presidente do Solidariedade no Ceará, o deputado federal Genecias Noronha, lhe garantiu carta branca para entrar na briga pelo Paço, com liberdade para formular uma plataforma de campanha. "Eu me dou muito bem com Genecias", acrescentou.
Ex-prefeiturável, ele assegura que não abre mão de entrar na corrida eleitoral como postulante a prefeito. Em 2012, esteve muito perto de chegar ao segundo turno do pleito, mas perdeu ímpeto, e o então deputado estadual Roberto Cláudio (PDT) avançou à fase seguinte, na qual enfrentou e derrotou Elmano de Freitas (PT).
Ontem, Heitor e Geraldo participaram de transmissão ao vivo nas redes sociais. Entre os temas discutidos, o potencial candidato do Novo tratou do papel da oposição no Legislativo estadual, onde o deputado do SD é voz quase solitária - além dele, há poucos opositores ao governador Camilo Santana (PT) na Casa, como o colega de Parlamento Renato Roseno (Psol).
Questionado depois do programa se considera haver uma hegemonia política no Ceará e se isso pode estar entre os assuntos da campanha, Férrer citou que, "dos 46 deputados, 40 estão na base governista" e que "na Câmara (de Vereadores de Fortaleza) a proporção é a mesma".
"Os dois chefes de executivos e os dois presidentes de Legislativo estão todos com o mesmo alinhamento. Isso é nitidamente uma hegemonia", concluiu.
Para o deputado, o calendário eleitoral de 2020 deve ser adiado, possivelmente para dezembro. "Com certeza a eleição vai ser prorrogada. Não tem como caminhar nas ruas, não tem como pedir voto de máscara. Quem vai reconhecer o candidato?", perguntou. "Enquanto não tiver vacina, corremos risco. Acho que a prudência vai encaminhar isso para dezembro."
Nesta quinta-feira, 4, termina o prazo legal para a desincompatibilização de cargos para interessados em concorrer a cargo majoritário. Nos bastidores, aliados e adversários aguardam os movimentos do grupo do governador e do prefeito Roberto Cláudio, que podem perder Élcio Batista (Casa Civil) e Samuel Dias (Secretaria de Governo), respectivamente.