Protagonistas nas gestões de Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado, respectivamente, os secretários Samuel Dias (Segov) e Élcio Batista (Casa Civil) têm até esta quinta-feira, 4, para decidir se irão ou não entrar na corrida ao Paço Municipal. É a data em que se encerra o prazo para que membros de administrações que pretendam disputar as próximas eleições majoritárias deixem os atuais postos.
O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, já sinalizou que a data da eleição, inicialmente marcada para 4 de outubro, deve ser postergada em razão dos impactos da pandemia do novo coronavírus, sobretudo no aspecto da aglomeração de pessoas, componente que caracteriza períodos eleitorais, mas que facilita a propagação da infecção.
Porém, os demais prazos estipulados no calendário até aqui estão mantidos pela Corte especializada. Dias é filiado ao PDT; Batista, ao PSB do deputado federal Dênis Bezerra e do ex-secretário da Saúde do Ceará, Odorico Monteiro. Um movimento de saída destes atores não significa automática inserção na disputa.
Mas é forma de se verem livres de qualquer barreira legal, para que, pelo menos, figurem como possibilidades nas discussões eleitorais do grupo liderado pelos pedetistas Ciro e Cid Gomes em Fortaleza. A gestão de Roberto Cláudio (PDT) caminha para o fim sem que haja um candidato natural. Antes da pandemia, era notória a elevação do número de aparições de Dias, principalmente inaugurando obras.
Cid prometeu em 19 de dezembro do ano passado que o PSB seria "aliado preferencial" nos páreos eleitorais pelos municípios do Ceará. "Onde a gente puder contribuir, ajudar para que o PSB se fortaleça, nós estaremos solidários."
Como o PDT encabeçará chapa na Capital, a principal governada pelo partido no Brasil, o PSB se cacifa como favorito para ser acomodado na vice. Há também o PSD de Domingos Filho e Domingos Neto, assim como o DEM, atual detentor do posto com Moroni Torgan.
Mas as duas legendas não são da frente de esquerda alternativa a nível nacional, grupo formado por PDT, PSB, Rede e PV. A coalizão que exclui o PT é importante aos planos presidenciais de Ciro em 2022.
O presidente cearense do PDT, André Figueiredo, afirmou ao O POVO que é o presidente do PDT de Fortaleza, Roberto Cláudio, quem tem conduzido as tratativas. Questionado sobre a saída de Dias, se esquivou e disse, num plano geral, que é natural que todos os pretensos candidatos saiam das gestões.
Menos discreto que Figueiredo, o vice-presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Adail Júnior (PDT), diz: "Estou querendo que pelo menos ele (Samuel) se desligue, pelo menos faça a parte dele, mesmo que não venha candidato. Todo mundo (base de RC) se dá bem com ele. (...) Não tem hoje na cidade de Fortaleza alguém que conheça a máquina como ele."
Pelo lado pessebista, Elcio Batista limitou-se a comentar que o projeto no momento é seguir auxiliando Camilo. "Qualquer outro projeto precisa passar por uma discussão que se relacione com esse compromisso." Nelson Martins assumirá a Casa Civil caso Batista saia.
Questionado, ele afirmou que esses assuntos têm sido inviabilizados em razão do home office. Próximo a Cid, Odorico Monteiro, vice-presidente da legenda socialista, diz que Batista ainda não emitiu sinais claros. Mas o ex-deputado federal ressalta que se ele "colocar o nome" para a gente seria motivo de muita evidência. (colaborou Henrique Araújo)