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Deputados cearenses devem sugerir mudanças no PL das fake news
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Deputados cearenses devem sugerir mudanças no PL das fake news

Proposta que cria regras para redes sociais ainda não tem data de votação na Câmara dos Deputados
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RODRIGO Maia defende o PL citando que o Congresso é alvo constante de ataques por fake news promovidos por bolsonaristas (Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)
Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados RODRIGO Maia defende o PL citando que o Congresso é alvo constante de ataques por fake news promovidos por bolsonaristas

Parlamentares do Ceará vão sugerir alterações no projeto de lei aprovado no Senado que trata do combate às fake news nas redes sociais e aplicativos de mensagens.

"Esse projeto precisa ser bem avaliado e bem discutido. Não podemos votá-lo no escuro, é uma lei que sai do Senado sem grandes debates", disse José Guimarães (PT), líder da minoria na Casa.

Para o petista, a Câmara precisa se debruçar sobre o projeto com "uma lupa" e discuti-lo "com toda a imprensa e todos os agentes sociais vinculados às mídias regionais e independentes".

Votado no último dia 30, o PL 2.630/2020, que pretende criar a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, estipula regras para a regulação de contas nas plataformas virtuais.

A intenção, segundo o autor da matéria, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), é assegurar que perfis falsos, uso massivo de robôs e limitação do alcance de mensagens mentirosas e caluniosas sejam vetados.

O PL prevê ainda o rastreamento do disparo de conteúdos em massa e a exclusão de materiais de cunho racista ou que representem perigo para crianças e adolescentes.

Outra medida contemplada é a proibição de contas abertas ou utilizadas "com o propósito de assumir ou simular identidade de terceiros para enganar o público", salvo quando se trata de perfil de natureza cômica.

Relatado por Angelo Coronel (PSD-BA) no Senado, o projeto recebeu quatro pareceres antes de ir à votação no plenário, onde foi aprovado por 44 votos a 32 (houve duas abstenções). Dois dos três senadores do Ceará endossaram o PL: Cid Gomes (PDT) e Tasso Jereissati (PSDB). Eduardo Girão (Podemos) votou contra.

Na Câmara, deputados do Estado ainda avaliam a matéria. "O projeto é importante, mas faremos algumas alterações", disse André Figueiredo (PDT), líder da oposição. "Estamos aprofundando a análise. Não vamos antecipar neste momento, pois pode comprometer a eventual aprovação."

Célio Studart (PV) adverte para o cuidado de "não confundir o cometimento de crimes contra a honra com restrições à liberdade de expressão e manifestação nas redes sociais".

O parlamentar ressalta que "uma coisa é ser alvo de fake news e recorrer à Justiça para poder fazer valer seu direito de não ser caluniado, difamado ou acusado de forma leviana, e outra é achar que pode tapar o sol com a peneira, limitando a manifestação em um ambiente livre e amplo como a internet em um regime democrático".

De acordo com ele, o Congresso tem de ter "cautela" não restringir a liberdade de expressão nas redes, "sem prejuízo à construção de instrumentos que permitam avanço na investigação dos crimes que são orquestrados pelos meios digitais".

O pedetista Idilvan Alencar é enfático na defesa do PL. "O projeto é importantíssimo, até porque temos de resguardar a honra das pessoas. Não apenas a honra, mas os fatos. Nessa pandemia, olha a quantidade de fake news que surgiu", aponta.

 

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