Líderes do bloco formado por DEM e PSDB para a disputa em Fortaleza minimizaram negociações mantidas até último momento com o candidato à Prefeitura Capitão Wagner (Pros), principal opositor do postulante que decidiram apoiar: José Sarto, do PDT de Roberto Cláudio, Ciro e Cid Gomes.
As duas agremiações realizaram convenção conjunta na manhã de ontem, no Iate Clube, para homologar 45 candidaturas tucanas à Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) e 65 filiadas ao DEM, além de oficializar apoio ao presidente da Assembleia Legislativa na corrida ao Paço Municipal.
Opção tucana em caso de candidatura própria, o ex-deputado Carlos Matos disse que a adesão dos partidos a Sarto foi antecipação de um movimento que seria realizado em eventual segundo turno, porque "tinha um risco muito grande de nós não participarmos."
"Eu fui uma alternativa para o PSDB até a última hora. O PSDB fez uma opção e eu continuo agora no esforço de unificar o partido para que nós caminhemos juntos", prosseguiu sobre a própria legenda que tem quadros pró-Wagner, a exemplo de Roberto Pessoa, candidato a prefeito de Maracanaú, e Danilo Forte, suplente de Pessoa na Câmara.
No decorrer da pré-campanha, Pessoa e Forte foram vozes ativas na defesa do apoio do PSDB ao policial militar da reserva já no primeiro turno, na contramão dos interesses de Matos, que lutava para se viabilizar internamente.
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Eles não presenciaram a convenção de ontem, ao contrário do que fizeram no último dia 7, quando Wagner foi homologado candidato. Também estiveram naquele evento os deputados estaduais Nelinho Freitas e Fernanda Pessoa, ambos do PSDB.
Matos comentou ainda que o processo interno de discussões foi intenso, com possibilidade de todos os lados expressarem opiniões. Sobre a opção que prevaleceu, ele sublinhou que a "boa política se faz com alianças, também". Questionado se concorda com o modo de o novo aliado, Ciro, se referir a Wagner - "miliciano" ou "vagabundo" - demarcou divergência: "Acho que esse tipo de política não é boa para o País."
De volta a uma aliança com os irmãos Ferreira Gomes após dez anos, o senador Tasso Jereissati avaliou que a escolha pelo PDT, "quase unânime", foi a mais correta. "Muita gente tem perguntado por que não esse e por que aquele. Não existe outro motivo. Nos guiamos apenas pela capacidade de governar Fortaleza", afirmou durante participação remota.
Para o dirigente estadual do tucanato Luiz Pontes, o dissenso dos correligionários não será motivo de desgaste. Roberto Pessoa, ele disse, é um amigo e não mero aliado. "Não nos traz nenhum problema ou preocupação, pelo contrário, nós estamos é fortes na campanha do Roberto", adicionou.
Indagado sobre o nível de convicção programática que fez com que PDSB e DEM se coligassem ao PDT, já que também levaram adiante diálogos com Wagner, Pontes respondeu que a partir do momento que Matos não alcançou índice mínimo para a disputa, "vínhamos sempre conversando tanto com o Pros como com o PDT". Emendou: "Acho que a democracia é a arte de dialogar."
Presidente estadual do DEM, Chiquinho Feitosa comentou que as legendas sempre estiveram "firmes" em torno do propósito de alçar Carlos Matos, mas o período atípico de pandemia fez com que a divulgação do nome do ex-deputado fosse mais dificultosa.
"Não tínhamos restrição nenhuma de conversar com o Capitão Wagner e conversamos várias vezes", ele disse. Mas destacou sobre Sarto: "É um homem testado, um homem que dispensa comentários. Tomamos essa decisão porque achamos que era a decisão mais correta."
Convenção Municipal Conjunta PSDB E DEMOCRATAS! #psdbemação pic.twitter.com/d2enzXzgli
— PSDB Ceará (@psdbce) September 15, 2020