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Disputa eleitoral em Fortaleza começa a entrar nas estratégias nacionais
Politica

Disputa eleitoral em Fortaleza começa a entrar nas estratégias nacionais

Carlos Lupi, presidente do PDT, participa hoje de evento da campanha de Sarto; PT e Pros também articulam explorar o apoio do ex-presidente Lula e do presidente Bolsonaro, respectivamente
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 05-10-2019: Carlos Lupi, Presidente nacional do PDT.  Conveção do PDT na Assembleia Legislativa do Ceará, com presença de politicos de todo brasil. (Foto: Aurélio Alves/O POVO) (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES FORTALEZA, CE, BRASIL, 05-10-2019: Carlos Lupi, Presidente nacional do PDT. Conveção do PDT na Assembleia Legislativa do Ceará, com presença de politicos de todo brasil. (Foto: Aurélio Alves/O POVO)

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, rodou ontem por alguns municípios do Ceará como Pacatuba e Maranguape e, hoje, concentra agenda em Fortaleza para se somar à campanha do candidato governista Sarto (PDT) ao Paço Municipal. O ex-ministro do Trabalho participa da carreata pedetista pelos bairros Pirambu, Cristo Redentor e Barra do Ceará, a partir de 18 horas.

Diagnosticado com Covid-19 no último dia 5, Sarto já está se encontra em estágio de superação dos "sintomas leves" da doença como tosse e coriza, segundo a assessoria de imprensa dele. Porém, segue em isolamento social, com perspectiva de retorno às ruas somente quando novos testes indicarem negativo para a presença do vírus.

Assim, o candidato trabalha para se tornar conhecido do eleitor somente a partir das redes sociais, enquanto o postulante a vice-prefeito na chapa, Élcio Batista (PSB), o prefeito Roberto Cláudio (PDT) e os demais aliados caem em campo.

Numa campanha que tem entre suas principais marcas o tempo reduzido (45 dias), o pedetismo sabe que é imprescindível alguma urgência em apresentá-lo e, em seguida, convencer o eleitorado a escolhê-lo. O isolamento do candidato só acentuou esse entendimento.

Fortaleza é a principal cidade do Brasil governada pelos trabalhistas em dois aspectos. Geograficamente, é a quinta população do País. Politicamente, a capital do Estado de Ciro Gomes, pré-candidato que aspira à Presidência da República na corrida de 2022.

A dimensão nacional da campanha que já era patente ficou ainda mais clara quando em live Jair Bolsonaro (sem partido) fez seu primeiro gesto em direção a Capitão Wagner (Pros), o candidato que, antes mesmo da sinalização do presidente, já tinha o bolsonarismo de Fortaleza ao redor de si, a exemplo de André Fernandes (Republicanos), Dra. Silvana (PL) e Priscila Costa (PRTB).

Sempre que indagado, Ciro afirma recorrentemente que o eleitorado da Capital não pode dar uma vitória a Bolsonaro, numa retórica que liga Wagner à imagem do presidente. Na perspectiva pedetista, bater o militar nas urnas também é se estabelecer objetiva e simbolicamente como contraponto ao bolsonarismo, função ocupada mais destacadamente pelo PT a nível nacional.

A tendência é de que Wagner, por sua vez, ressalte o trânsito que uma eventual gestão dele possuirá na Esplanada dos Ministérios e no Palácio do Planalto, em Brasília, trunfo discursivo do qual nenhum outro postulante poderá lançar mão. Ele prefere citar que recebeu o "apoio do Governo" a se dirigir de maneira particularizada ao presidente.

"Com a experiência que eu tive em Brasília, conhecendo os ministérios, o Congresso Nacional e o próprio Governo Federal, a gente vai ter sim a condição de buscar recursos, de buscar projetos, de buscar convênios para a Cidade que vão melhorar a qualidade de vida das pessoas", ele destacou ao O POVO.

A campanha do PDT faz agenda externa hoje que, além da carreata, é composta por caminhada no bairro Ancuri, periferia de Fortaleza, e uma "invasão criativa" na Cidade 2000. Já Wagner grava programa de campanha e se reúne com a coordenação da campanha.

Luizianne Lins (PT), que participará de bicicleata no Cuca do Cristo Redentor, é outro elemento na disputa que evidencia mais claramente a dimensão nacional da campanha. É algo ressaltado pelas principais lideranças do partido, inclusive, como José Guimarães, Guilherme Sampaio e a própria candidata. De diferentes formas, todos têm dito que a eleição será um espelho para 2022 e uma oportunidade para desidratar o projeto de Bolsonaro.

Lula afirma a ideia de que a eleição deste ano é o caminho para reconstrução do País. É o discurso que ecoa na campanha de Luizianne. Nas agendas externas, a ex-prefeita tem sido enfática ao dizer a apoiadores que, se eleita para terceira gestão na Cidade, fará questão de se destacar nacionalmente como contraponto a Bolsonaro.

O PT já teria vídeos do ex-presidente e líder petista prontos para a propaganda de Luizianne. Questionada por O POVO se entende que o componente de nacionalização pode ser definidor em alguma medida, Luizianne afirmou em tom bem-humorado apenas que "acho que quem vai ganhar essa eleição é a candidata do presidente Lula, é isso que eu tenho para lhe dizer."

 

 

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