As candidaturas de Capitão Wagner (Pros) e Luizianne Lins (PT) direcionaram as atenções ao adversário José Sarto (PDT) e ao grupo governista, ontem, na abertura da última semana que antecede o primeiro turno das eleições municipais, datado para o próximo domingo, 15.
O candidato do Pros visitou o Poço da Draga, na Rua dos Tabajaras, no Centro, para investir em um ponto indigesto ao grupo do PDT: a obra paralisada do Aquário de Fortaleza, idealizada em 2008 pelo então governador Cid Gomes.
O oceanário alvo da provocação do militar teve construção iniciada em 2012 e interrompida três anos depois. Estima-se que R$ 130 milhões foram gastos ali.
Com um pequeno aquário nas mãos, numa referência ao projeto arquitetônico que não se materializou, o candidato disse: "A gente está a seis dias da eleição. A gente tem que avaliar se esse modelo de jogar o nosso dinheiro no lixo é o modelo que deve permanecer ou a gente deve mudar essa forma."
Com a impossibilidade de realizar carreatas, caminhadas ou "bandeiraços", eventos com potencial de gerar aglomerações e que foram alvos de proibição pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), Wagner afirmou que tendência é de que produza vídeos visitando obras paralisadas.
Ele ainda aproveitou para atacar Sarto. Os dois estão empatados em intenções de voto, de acordo com a terceira pesquisa O POVO/Datafolha, divulgada na última quinta-feira, 5. Wagner totalizou 29%; Sarto, 26%; Luizianne (PT), 18%.
"Por que será que o Sarto, que há 32 anos está na política e foi apontado pelo Ciro como candidato a prefeito de Fortaleza, não está abraçado com o Ciro?", Wagner questionou em live.
Quem também fez menção à exposição ou discrição de padrinhos nas campanhas foi Vladyson Viana (PT), vice na chapa de Luizianne. Mas ele também colocou Wagner ao alcance da crítica.
Segundo o petista, é importante esclarecer ao eleitor quem é o candidato do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e, também, quem é o postulante apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Capital.
Se Sarto não tem exposto Ciro nas inserções e peças de campanha, Wagner também não diz ter apoio de Bolsonaro, mas do Governo Federal. "Não temos problema nenhum em assumir o papel, destacar a importância do presidente Lula e do PT na nossa campanha", disse Viana ao O POVO.
Ontem, durante transmissão para as redes sociais, a ex-prefeita Luizianne Lins discutiu propostas para o meio ambiente da Capital, tecendo crítica à condução de Roberto Cláudio na área. Ela sustentou que a Cidade é repleta de lagoas e não recebe o devido cuidado da gestão municipal.
A pauta política-eleitoral também entrou na abordagem da petista, que não poupou queixas em relação ao adversário do PDT. "O que está em jogo é quem vai cuidar das pessoas depois da pandemia, e posso dizer pra você que me sinto preparada para isso. Pode o candidato dos Ferreira Gomes vir usar o tempo dele (para me criticar), que ele não tem o que dizer", bradou.
Luizianne adicionou ainda que vai ao segundo turno porque a Cidade "nunca aceitou cabresto". "E não venha coronel moderno aqui se fazer de besta porque tem dinheiro, porque tem estrutura."
Candidatos a prefeito de Fortaleza em colocações intermediárias creem em reviravolta
Candidatos que figuraram na zona intermediária na terceira pesquisa O POVO/Datafolha, divulgada no último dia 5, acreditam na possibilidade de reviravolta nesta última semana de disputa ao Paço Municipal.
Heitor Férrer (SD), Célio Studart (PV) e Renato Roseno (Psol) estão tecnicamente empatados. A vantagem numérica neste segunda pelotão é a seguinte, com margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos:
4º - Heitor Férrer (Solidariedade): 6%
5º - Célio Studart (PV): 4%
6º - Renato Roseno (Psol): 3%
Na quarta colocação, Heitor Férrer (SD) afirma que a agenda repleta de entrevistas e as idas ao Centro da Cidade podem ser o combustível de que precisa para demonstrar nas urnas força superior ao que, até aqui, foi constatada pelos institutos de pesquisa. Férrer também cita as redes sociais, por meio das quais acredita existirem brechas para sensibilizar o eleitor.
Sempre opositor do grupo governista, a nível municipal e estadual, o postulante adicionou ainda que gravou vídeos sobre "os males da corrupção", no qual cita a operação da Polícia Federal (PF) para apurar supostos desvios de recursos do Hospital de Campanha instalado no estádio Presidente Vargas (PV), no Benfica.
Já Célio Studart (PV) destacou que seguirá no ritmo com o qual começou, ou seja, sem aglomeração e divulgando propostas pelas redes sociais
"Vamos para o segundo turno", projetou Studart, para quem o "engajamento do eleitor é alto" e ele nunca caminha sozinho. "É nesse momento, de reta final, que ele vai a campo e produz grandes surpresas como em 2016 e 2018", afirmou.
"Lembra de todas as últimas pesquisas e como elas tinham diferenças grandes dos resultados? Eu tenho certeza que teremos mais do que as pesquisas mostram. Foi assim em 2008 e 2012", lembrou Renato Roseno.
Segundo disse, o momento é de posicionar a campanha com 50 locais de panfletagem simultânea todos os dias, em duplas que "vão ocupar diversos pontos da Cidade. Não gera aglomeração." Outra estratégia, ele disse, "é live todo dia."