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Ação da Polícia Federal atinge secretário, ex-genro dele e empresário
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Ação da Polícia Federal atinge secretário, ex-genro dele e empresário

| Onzenário | Ex-genro de Arialdo Pinho, secretário do Turismo, foi preso por envolvimento em suposto esquema de fraudes em empréstimos consignados do Estado entre 2008 e 2014. Secretário teve passaporte e bens recolhidos. Procurado, Governo não se manifestou
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OPERAÇÃO apreendeu carros de luxo e obras de arte dos envolvidos (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima OPERAÇÃO apreendeu carros de luxo e obras de arte dos envolvidos

O secretário de Turismo do Ceará, Arialdo Pinho, foi alvo na manhã de ontem da Operação Onzenário da Polícia Federal, que apura supostas fraudes em empréstimos consignados para servidores públicos do Estado. Segundo a Polícia Federal, Luís Antônio Ribeiro Valadares de Souza, ex-genro do secretário e conhecido como "Zé do Gás", foi preso acusado de salto no patrimônio de R$ 2 milhões até R$ 49 milhões, com recursos de origem desconhecida, no período entre 2008 e 2009.

Segundo investigadores, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão - 17 no Ceará, oito em São Paulo (SP) e um em Salvador (BA) - e quatro de prisão temporária. Além de "Zé do Gás", foram presas outras três pessoas.

Bruno Borges, dono da construtora Manhattan e ligado à Promus e à ABC (Administradora Brasileira de Cartões S/A), empresas que administravam a concessão de empréstimos consignados à época foi detido e levado à sede da PF para prestar depoimento. Borges era sócio de "Zé do Gás" na Promus.

Decisão da 32ª Vara Federal do Ceará, que autorizou a ação, proibiu ainda Arialdo de se ausentar do Brasil, determinando que ele entregue passaporte à PF.

A medida foi requerida pela própria PF, em razão de "evidências das diversas remessas de divisas ao exterior, de vultosos valores, com a fundada suspeita de pagamento de propinas a gestores públicos envolvidos no esquema". Quatro endereços ligados ao secretário foram alvo de buscas, incluindo um apartamento na Avenida Beira Mar.

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Segundo os investigadores, foram alvo dos mandados de prisão temporária apenas os responsáveis diretos pela criação do suposto esquema de corrupção. Outras pessoas que teriam apenas envolvimento ou que teriam se beneficiado das fraudes foram alvos apenas de mandados de busca e apreensão.

A PF não divulgou o nome de Arialdo Pinho. Apesar disso, confirmou que o alvo seria um "ex-secretário da Casa Civil" entre os anos de 2008 e 2014 que segue integrando secretariado do Governo do Estado. Pelo período, trata-se do atual secretário do Turismo. Ele chegou a ser alvo de busca e apreensão com itens como carros de luxo e obras de arte.

A Operação Onzenário apura crimes de corrupção, fraude em licitações, crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo a PF, conluio para fraudes envolvia agentes públicos, ex-gestores de instituições financeiras e uma empresa que movimentou R$ 600 milhões em créditos consignados de servidores públicos do Ceará.

Ainda de acordo com a PF, o esquema funcionava através de fraudes em empréstimos consignados, simulações de aquisição de cotas de sociedades empresariais e aquisições imobiliárias, tudo com relação à folha de pagamento do serviço público do Estado.

Emprestimos consginados do Ceara
Foto: Luciana Pimenta
Emprestimos consginados do Ceara

 

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