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De olho em 2022, Lula articula ampliação do leque de alianças
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De olho em 2022, Lula articula ampliação do leque de alianças

Dois meses após recuperar seus direitos políticos, petista esteve com lideranças de partidos como MDB e PSD para reestabelecer diálogos e firmar parcerias
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LULA teve semana de encontros e articulações em Brasília (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação LULA teve semana de encontros e articulações em Brasília

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue se movimentando para viabilizar a ampliação de alianças com vistas às eleições de 2022, na qual é cotado como provável candidato. Na semana passada, o petista cumpriu intensa agenda de reuniões em Brasília, onde encontrou lideranças de legendas do Centro, como MDB e PSD, da esquerda e até embaixadores de países parceiros.

Dois meses após recuperar os direitos políticos e acompanhado de nomes como a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, o ex-candidato a presidente Fernando Haddad e do deputado federal cearense José Guimarães, Lula trabalhou para solidificar os laços entre a esquerda e o centro. O objetivo maior é evitar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no pleito que se avizinha.

“Para mim, pessoalmente, e para o PT, é importante a gente restabelecer as conversações com as forças políticas do País. Fazia tempo que eu não tinha reuniões com partidos políticos”, destacou o petista, reforçando pedidos pela rapidez na aquisição de vacinas e pela manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia de Covid-19.

Nos encontros mais relevantes, Lula esteve com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Por telefone, conversou ainda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Nos bastidores, comenta-se que teria discutido o fortalecimento da oposição a Bolsonaro nos estados, especialmente no Rio de Janeiro. O ex-presidente também esteve com Marcelo Freixo (Psol-RJ), cotado para a disputa para o governo fluminense em 2022.

 
 
 
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“O balanço da semana de Lula em Brasília foi extremamente positivo, em todas as conversas e reuniões o (ex-)presidente⁩ pediu empenho para aprovação do auxílio emergencial, vacina e união em defesa da democracia e da nossa soberania (...) e claro não podíamos deixar de falar sobre 2022”, afirmou Guimarães em uma avaliação pessoal das conversas.

Lula também esteve com nomes fortes do MDB na política nacional e local, como o ex-presidente José Sarney e o ex-senador cearense Eunício Oliveira. “Falamos sobre as alianças regionais nas eleições de 2022, além de outros temas importantes”, disse Oliveira em uma rede social.

Eunício compõe um núcleo do MDB que mantém diálogos frequentes com Lula. O cearense, que articula possível retorno à política no ano que vem, foi ministro das Comunicações do petista entre os anos de 2004 e 2005.

 
 
 
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Para o cientista político Cleyton Monte, a estratégia petista não é apenas convocar o Centro para o rol de alianças, mas se colocar como uma opção de centro. “Uma opção não radical e na qual os partidos mais tradicionais ou os do Centrão possam confiar como uma possibilidade real e racional de poder”, aponta.

Sobre a aproximação com o MDB, Monte analisa que a ideia é trazer o partido para a base petista, fortalecendo ambos nacionalmente em eventual união.

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“O MDB perdeu muito espaço nas últimas eleições, mas segue como um partido muito capilarizado. Tem muitos vereadores, tem diretórios em todo o Brasil. Não existe disputa presidencial no País que não leve em consideração o MDB”, destaca, ressaltando que Lula sabe que as figuras emedebistas “ainda têm influência no jogo político nacional e que podem atrair outras siglas”. A ideia de ampliar forças para 2022 passa necessariamente pelo MDB.

Diferentemente do que ocorreu nas eleições municipais de 2020, quando o PT disputou sozinho ou fez mais aliados à esquerda, a ideia agora é repetir a fórmula que garantiu a Lula e a Dilma suas respectivas eleições e reeleições em sequência: o maior número de alianças possíveis.

Monte projeta ainda mais viagens e articulações nos próximos dias. “A corrida eleitoral começou desde que os processos movidos na Lava Jato contra o Lula foram anulados. Para mim, o marco inicial da disputa de 2022 ocorre a partir do momento em que ele (Lula) tornou-se elegível novamente”, encerra.

 
 
 
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