Alvo de resistências de parte do PT e do MDB no Ceará, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) defendeu nesta sexta-feira, 10, que a manutenção da base aliada de Camilo Santana (PT) deve ser prioridade no Estado para a eleição de 2022. Um dos quatro pré-candidatos do PDT ao Governo do Ceará, RC destacou "principalmente" a continuação da aliança entre petistas e pedetistas.
“Manter essa base aliada, que elegeu o Cid (Gomes), o Camilo (Santana), e que permitiu ao Ceará ter avanços, é prioridade para a gente. Principalmente a manutenção dessa aliança entre o PT e o PDT”, disse, durante durante almoço articulado pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) com Camilo Santana e diversos políticos cearenses.
Atualmente, alguns setores petistas, sobretudo representados pelos deputados federais José Airton Cirilo e Luizianne Lins, têm defendido palanque próprio do partido no Estado para apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.
No caso de Luizianne Lins, há até uma resistência expressa contra o próprio Roberto Cláudio, que seria nome "vetado" pela deputada para a formação de uma aliança. Além disso, o líder maior do MDB no Ceará, o ex-senador Eunício Oliveira, tem dito não possuir "a menor condição de fazer aliança" com o nome do ex-prefeito na chapa.
“Cada partido tem sua dinâmica interna, e esse tipo de democracia partidária é bom”, diz Roberto Cláudio, comentando as resistências. “Os partidos debatem um ano antes da eleição os projetos, ouvem as bases, ouvem as diferentes opiniões e, ao final, vão construir sua decisão”, continua o ex-prefeito, destacando que a definição da candidatura da base aliada ainda deve ficar para “mais para frente”.
“Estamos aproveitando esse tempo para ouvir, conversar, se aproximar das bases locais. Lá na frente, sob a liderança do governador Camilo, do senador Cid, do André Figueiredo pelo PDT, e com os outros partidos, que a gente vai entender qual é a melhor construção de candidatura. Mas isso é uma coisa mais para frente”, afirma.
Na última quinta-feira, 9, Camilo disse em entrevista ao O POVO que confiava na manutenção da aliança local entre os dois partidos – que terão candidatos diferentes na eleição presidencial – no Ceará, destacando que "intrigas" que estariam sendo criadas entre as siglas "não vão vingar".
"No Estado, tá cada vez mais consolidada, mais sólida, mais forte a aliança do PT com o PDT. Disso eu não tenho dúvida. Vamos dialogar e continuar dialogando com todos os partidos da base aliada do governo. As intrigas que tentam colocar entre o PT e o PDT, elas não vão vingar, porque o que está acima de tudo é um projeto que tem sido construído ao longo do tempo", disse o governador.
"Não estamos falando aqui de projetos individuais, não é o projeto do Camilo, não é o projeto da Izolda (Cela, vice-governadora), não é o projeto do Cid. São políticas de Estado que têm feito o Ceará avançar, mesmo diante de crises e mais crises", afirmou ainda Camilo.
Além de Roberto Cláudio, estão como pré-candidatos do PDT ao Governo do Ceará a vice-governadora Izolda Cela, o deputado federal Mauro Filho e o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão. Pelo acordo em construção, o PDT indicará o candidato ao governo e o PT deverá indicar Camilo Santana para a vaga aberta para o Senado.