O governador Camilo Santana (PT) rejeitou nessa sexta-feira, 18, “vetos” que algumas lideranças de partidos aliados estariam tentando impor para a candidatura no Ceará da base governista em 2022. Destacando que ainda irá iniciar uma discussão sobre a disputa eleitoral, Camilo afirmou que projetos da base não devem ser “pessoais” ou “individuais”.
“O que tenho sempre colocado é a importância da manutenção da aliança no Ceará, que não é de hoje, e que os projetos não podem ser pessoais ou individuais. Ou seja, ninguém pode vetar ninguém. A gente tem que construir nomes que possam aglutinar mais, agregar e representar esse projeto”, disse Camilo, em entrevista à Rádio O POVO/CBN.
Em outubro, a deputada federal Luizianne Lins (PT) afirmou que não descarta apoiar um candidato do PDT na eleição de 2022, mas disse ter “veto” expresso a uma possível indicação do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) na cabeça da chapa para o Governo.
"Nós já temos vetos concretos, conversados e ditos. Roberto Cláudio hoje não passa nem entre os deputados, nem entre vereadores, nem entre militância, eles não querem ele”, disse. “Há um veto expresso, por tudo que ele fez e pelo que ele não fez, até porque ele poderia ter feito a diferença aqui na eleição do Haddad aqui em Fortaleza, e não mexeu uma palha. É um nome que já está fora", complementou Luizianne.
No fim de novembro, o mesmo "veto" a RC foi manifestado pelo líder maior do MDB no Ceará, o ex-senador Eunício Oliveira. "Com o Roberto Cláudio eu não tenho a menor condição de fazer aliança política. Quando você faz, o próprio nome diz, é uma aliança. Então você tem que confiar em alguém. E eu, com todo o respeito, não confio em uma aliança para ungir o senhor Roberto Cláudio a qualquer cargo público".
Eunício diz que o "veto" ocorre pois o ex-prefeito teria, segundo ele, trabalhado para que ele fosse derrotado por Eduardo Girão (Podemos) na eleição de 2018 para o Senado.
"O seu Roberto Cláudio, cumprindo talvez determinação do chefe deles, que é o Ciro, é quem criou todo esse imbróglio, que usou todo o poderio da máquina municipal, para tirar a eleição de senador do Eunício na Capital. Eu ganhei em 173 municípios, mas perdi em Fortaleza".
Atualmente, Roberto Cláudio é um dos quatro nomes cotados pelo PDT para disputar pelo Governo do Ceará em 2022. Prefeito de Fortaleza entre 2013 e 2020, RC é considerado o "candidato natural" à sucessão de Camilo Santana (PT) por ter deixado o governo elegendo o sucessor, José Sarto (PDT), e com uma gestão bem avaliada em pesquisas de opinião, principalmente na área de mobilidade urbana.
Pesquisa Ibope divulgada ao final do mandato, por exemplo, apontou aprovação do prefeito em 67%, com índice de ótimo ou bom em 56%. O índice era tão bom ou melhor que o da gestão Camilo Santana, que possuía ótimo ou bom em 51%.
Além de RC, outros nomes cotados para a candidatura do PDT são o presidente da Assembleia, Evandro Leitão, a vice-governadora Izolda Cela e o secretário de Planejamento do Estado, Mauro Filho.