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Lula aposta em Alckmin e acena ao centrão para tentar vencer no 1º turno
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Lula aposta em Alckmin e acena ao centrão para tentar vencer no 1º turno

| Eleições 2022 | Ex-presidente diz que não vê problema em dialogar com centrão, caso seja eleito, e rasga elogios a Geraldo Alckmin
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LULA tem aparecido na liderança das pesquisas até o momento (Foto: EVARISTO SA / AFP)
Foto: EVARISTO SA / AFP LULA tem aparecido na liderança das pesquisas até o momento

Nas pesquisas divulgadas no mês de janeiro, os institutos PoderData, Ipespe e Quaest apontam possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser eleito já no primeiro turno — se a eleição fosse hoje. É a melhor situação do petista nas pesquisas no começo de ano em relação a todas as eleições que ele disputou.

Em 2002, por exemplo, quando se elegeu pela primeira vez, ele começava o ano com 30% de intenções de voto no Datafolha. Agora, nos três institutos, ele fica entre 42% e 45%.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 28%, no PoderData, o melhor resultado entre esses institutos. Diante da possibilidade de, pela primeira vez, levar o PT a uma vitória no primeiro turno em uma eleição presidencial, Lula aposta na aliança para ter Geraldo Alckmin (sem partido) como candidato a vice-presidente e faz aceno ao centrão.

O ex-presidente adota postura conciliadora, apesar de reclamações dentro do PT quanto às conversas com Alckmin. Em entrevista na manhã dessa quarta-feira, 26, à rádio CBN do Vale do Paraíba, ele falou que negociará com o centrão no Congresso Nacional, no caso de ser eleito.

"Você negocia com quem está eleito", afirmou ele, acrescentando: "Eu não vejo problema em conversar com o centrão", disse o ex-presidente, que teve o bloco em sua base de apoio no governo — inclusive era o principal grupo denunciado no mensalão.

"Você negocia com a direita, você negocia com a esquerda, você negocia com o centro, você negocia com católico, e evangélico, com ateu. Ou seja, você negocia com quem tem mandato para poder aprovar as coisas que precisam ser aprovadas", afirmou Lula na entrevista.

Reafirmando o discurso de diálogo com todos os setores, o petista declarou que o jogo político se constrói por meio da conversa com todas as forças políticas. "Convencendo as pessoas, aceitando sugestão, aceitando propostas de mudanças. É assim que se dá o jogo político no planeta Terra onde existe democracia", disse.

Lula também voltou a falar sobre sua escolha para a Vice-Presidência. Ele disse esperar que Alckmin escolha o partido ao qual irá se filiar e indicou forte tendência de o ex-tucano ser o escolhido.

"Uma chapa para presidente depende de dois fatores: eu decidir ser candidato, o que farei entre fevereiro e março; e a ida do Alckmin para um partido que se alie com o PT." O Vale da Paraíba, onde fica a rádio CBN à qual Lula concedeu a entrevista, é reduto eleitoral de Alckmin, e Lula elogiou com ênfase o possível parceiro.

"Minha aliança com o Alckmin vai ser boa para mim, para o Alckmin e para o Brasil e, sobretudo, para o povo brasileiro. É preciso dar tempo ao tempo para saber qual o partido que o Alckmin vai entrar. Ele tem tempo para decidir."

O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), em entrevista  ao portal UOL, colocou seu partido como um dos disponíveis para Alckmin se filiar e ser vice de Lula. PSB parece o mais provável, mas o PV também é opção.

Lula e Alckmin se encontram em São Paulo (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação Lula e Alckmin se encontram em São Paulo

Ele considera praticamente definido que o ex-governador estará na chapa com o petista. E disse que o Solidariedade deverá apoiar Lula em qualquer situação, mesmo que não indique o vice.

Porém, Paulinho considera que, na provável hipótese de o PSB formar uma federação partidária com o PT, seria melhor ter um vice de fora da agremiação, para ampliar a aliança. Esse tipo de organização é uma espécie de coligação mais ampla, na qual os partidos passam a atuar juntos não só na eleição, mas ao longo de quatro anos.

"Acho que se o Lula fizer aliança além da esquerda, for um pouco para o centro, um pouco mais para a direita, pode ganhar eleição no primeiro turno", disse Paulinho.

Ele disse não acreditar nas perspectivas das candidaturas de Sergio Moro (Podemos) e João Doria (PSDB). "A candidatura do Ciro (Gomes, do PDT), de quem eu fui vice em 2002, vai ficar muito espremida com a candidatura do Lula", completou. (com Agência Estado)

 

Ex-presidentes Lula e Dilma tiverem seu primeiro encontro em 2022.
Ex-presidentes Lula e Dilma tiverem seu primeiro encontro em 2022.

Lula diz que Dilma não tem 'a paciência que a política exige'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) peca ao não ter o 'jogo de cintura' necessário para lidar com a política. Para Lula, falta a ela, que foi escolhida pessoalmente pelo petista para disputar sua sucessão em 2010, "paciência que a política exige". A declaração foi dada durante entrevista à Rádio CBN Vale, de São José dos Campos, interior de São Paulo, após questionamento sobre o papel da petista em sua campanha.

"O tempo passou. Tem muita gente nova no pedaço. Eu pretendo montar um governo com muita gente nova, importante e com muita experiência. A Dilma, tecnicamente, é uma pessoa inatacável, que tem uma competência extraordinária. Na minha opinião, a companheira Dilma erra na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar e atender as pessoas mesmo quando você não gosta que a pessoa está falando. Nisso, cometemos um equívoco pela pressão em cima dela", disse sinalizando que não deve trazê-la para algum cargo no governo caso seja eleito em outubro.

Antes de qualquer discussão sobre participar ou não de um eventual novo governo petista, o papel de Dilma na campanha do Lula tem sido questionado sobretudo depois da ausência da ex-presidente no jantar promovido pelo Prerrogativas, coletivo de advogados autodenominados "progressistas" e "antilavajatistas", em dezembro de 2021.

Foi o primeiro encontro público entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), que deixou o PSDB e cogita filiar-se ao PSB, entre outros partidos, para disputar a vice-presidência na chapa com o petista.

Na época, o ocorrido gerou especulações de que o PT estaria tentando "esconder" a ex-presidente para evitar desgastes à campanha presidencial este ano. Ela foi alvo de impeachment em 2016 e a condução da política econômica em seu governo também é contestada.

Para minimizar os burburinhos, em entrevista ao jornal O Globo, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou publicamente que houve um "ruído de comunicação" que fez com que o convite não chegasse a Dilma e assumiu a responsabilidade pelo equívoco. Já o ex-presidente fez questão de publicar uma foto de seu primeiro encontro com Dilma este ano.

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