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Petistas pressionam Camilo em ato por candidatura própria ao Governo do Ceará
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Petistas pressionam Camilo em ato por candidatura própria ao Governo do Ceará

José Airton, Luizianne Lins e Elmano Freitas pediram que governador seja representante da campanha de Lula no Estado
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Evento teve como mote central a defesa de uma candidatura própria do PT ao Governo do Ceará (Foto: Reprodução/Luizianne Lins)
Foto: Reprodução/Luizianne Lins Evento teve como mote central a defesa de uma candidatura própria do PT ao Governo do Ceará

A fração do PT contrária à aliança estadual que governa o Ceará, na qual o PDT é o principal partido, mobilizou ato virtual ontem em prol de uma candidatura própria petista ao Executivo estadual. Os deputados federais Luizianne Lins e José Airton Cirilo, acompanhados do estadual Elmano Freitas, foram as lideranças públicas a encorajar o movimento.

Todos fizeram falas fortes contra Ciro e Cid Gomes, líderes do PDT, que também se estenderam a Camilo Santana (PT), em maior ou menor intensidade. A correlação de forças nesse momento é favorável ao grupo que defende a manutenção da aliança, composto pelo deputado federal José Guimarães (PT), além do próprio governador.

A fala mais incisiva sobre Camilo veio do deputado federal José Airton Cirilo. Se Luizianne e Elmano cobraram alinhamento político do governador, no sentido de que ele seja porta-voz no Ceará da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente, o parlamentar foi além. 

José Aírton reconheceu os avanços capitaneados pelo governador, mas se dirigiu direta e duramente a ele para afirmar que petistas são excluídos de sua administração, ocupando no máximo áreas de pouca relevância no Executivo estadual. Airton disse que as palavras foram ditas a ele recentemente de modo direto.

"Portanto, companheiros, eu fico imaginando, se dentro do governo do PT nós somos excluídos, somos segregados, imagine no governo do PDT no Estado do Ceará como aconteceu nos oito anos de governo do Cid Gomes", bateu Airton, candidato ao governo pelo PT em 2002, em disputa contra Lúcio Alcântara (PSDB) definida por 3.047 votos de vantagem para o tucano. A campanha, na época, teve como mote "Lula lá, Zé Airton cá", o que inspirou o nome do ato de ontem, "PT lá, PT cá".

Airton ainda foi além no "assunto Camilo". Após afirmar que reconhece os avanços e conquistas capitaneadas pelo governador, disse que não tem certeza de qual papel Camilo fará no Senado Federal, caso vença a disputa que sinaliza que irá disputar.

"Nós não sabemos como ele vai se comportar, ou vai se comportar como aconteceu na campanha do Haddad, que ficou neutro?", criticou o deputado, cobrando alinhamento do governador com o PT e seu projeto principal de fazer Lula presidente novamente.

Sobre o "modo Ciro" de se referir ao PT, ele afirmou: "Se o PT é tudo isso o que esses caras acham, por que eles querem tanto o apoio do PT aqui no Estado do Ceará? É deixar o PT subjugado, submisso, é virar o que eu chamo a 'sobralização' do PT no Estado do Ceará."

Luizianne também não economizou ao falar de Ciro Gomes. Ela disse que as frequentes críticas do pedetista a Lula e ao PT, em tom agressivo, o tornam um "Bolsonaro travestido de progressista".

A deputada disse aos colegas de partido que é melhor tirar o PDT do centro dos ataques, pois esta é a legenda de momento de Ciro e Cid Gomes que, na visão dela, não têm apego à construção coletiva própria de partidos políticos. É por isso, ainda segundo ela, que ambos atacam o PT.

A respeito de Camilo, Luizianne também apregoou que ele tem de estar em linha com o projeto central do PT, que é devolver Lula ao Palácio do Planalto. Isso "sem vacilação", disse a ex-prefeita de Fortaleza. Camilo virou candidato ao Governo do Ceará, em 2014, por um movimento de Cid Gomes, em cima da hora, não a partir de um processo partidário.

"O Ciro não aceita a liderança do Lula e ataca o Lula e o PT com inverdades, com injustiças, com grosserias que para nós cansou demais. Nós precisamos ser claros. O PDT do Ceará precisa dizer se concorda com essas coisas do Ciro", afirmou Elmano Freitas, segundo quem os petistas, embora preocupados com as questões estaduais, são inicialmente "soldados do presidente Lula". E que espera o mesmo de Camilo, que se manteve neutro entre petistas e pedetistas em 2016, 2018 e 2020.  

 

 

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