Aprovada pela Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) em dezembro do ano passado após trâmite acelerado, a tarifa do lixo vai financiar um novo modelo de coleta na capital cearense, estruturado em dois eixos, informou ontem o líder do prefeito José Sarto (PDT) na Casa, Gardel Rolim (PDT), em entrevista ao programa Jogo Político.
"Como é um plano novo, essa tarifa, que foi tão debatida no final do ano, é para financiar esse novo modelo. A gente espera que esse financiamento seja algo bom para a cidade. O cidadão vai ter o direito de, ao reciclar e entregar o lixo, ter o valor abatido do que ele pagaria. O objetivo principal é ter uma cidade mais limpa e mais verde", explicou o vereador.
Segundo Rolim, o município "está estudando esse novo formato e, assim que isso for concluído, vai para a Câmara" para análise do Legislativo.
"É um plano de manejo de resíduos sólidos chamado Fortaleza Limpa, que também tem um plano agregado, chamado Fortaleza Verde, que visa reciclar mais do que a gente recicla hoje", anunciou o líder.
Questionado sobre detalhes do trabalho, o parlamentar respondeu que "é importante deixar para o Poder Executivo antecipar" informações, mas assegurou que a "Prefeitura está estudando isso com muito cuidado e chamou os principais estudiosos do Brasil para tratar desse plano".
"Quando a taxa do lixo foi votada", acrescentou, "ela é também para dividir essa responsabilidade com o cidadão. Se ele conseguir participar mais, pode abater da tarifa que ele pagaria. E há um compromisso do prefeito em não cobrar nenhuma tarifa da população de baixa renda".
Respondendo a críticas ao andamento do projeto que resultou na taxa do lixo em 2021, encaminhado sob forte oposição na Câmara por causa da celeridade, Rolim argumentou que a taxa "não é uma cobrança para fazer algo que a Prefeitura já faz".
"Não é simplesmente cobrar para coletar o lixo que já coleta", afirmou. "O que nós fizemos é tratar de um plano novo, um novo manejo. Estamos esperando esse plano chegar na Câmara."
Em seguida, o pedetista disse apostar que Fortaleza "pode ser inclusive piloto e exemplo para outras cidades do Brasil, se a gente conseguir um plano que recicle mais, dê um destino melhor, faça essa coleta e trate esse assunto de forma mais coletiva".
Enviado à Câmara em meados de dezembro último, o projeto de lei da taxa do lixo provocou acirramento entre base e oposição por autorizar cobrança de tarifa num cenário de queda de poder econômico em meio à pandemia da Covid-19. O texto, no entanto, foi aprovado sem dificuldades.