Ex-secretário do Desenvolvimento Agrarário (SDA) na gestão de Camilo Santana (PT), o petista De Assis Diniz deu declarações sobre a sucessão estadual com potencial de tensionar ainda mais o ambiente da aliança governista. Em entrevista ao programa Jogo Político, do O POVO, o ex-presidente do PT no Ceará afirmou que a sigla apresentará candidatura própria caso o PDT escolha o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), como candidato ao Executivo estadual.
Significaria o fim da aliança entre petistas e o grupo político dos irmãos Ferreira Gomes, nascida em 2006 para apoiar Cid na campanha a governador. Diniz defendeu a manutenção da união entre os dois principais partidos da ampla coalizão que dá sustentação governo de Izolda Cela (PDT) - anteriormente, de Camilo Santana -, mas reivindicou o direito do PT de opinar sobre quem será o ou a postulante.
Segundo De Assis, a posição contrária a Roberto Cláudio consta em resolução aprovada pelo diretório estadual e da executiva. RC disputa o espaço na chapa com a atual governadora do Ceará, que detém preferência entre petistas. "Não é vontade minha, daquele ou daquela. É uma resolução consensuada", frisou o petista.
Como noticiado por O POVO, se a aliança implodir, o nome petista na disputa seria o de um dos três deputados federais: José Airton, José Guimarães ou Luizianne Lins. Em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os três se dispuseram a encarar a empreitada caso seja necessário, isto é, se a união com os pedetistas chegar ao fim.
Ao fim da entrevista, De Assis foi questionado e afirmou: "Camilo prefere Izolda". Segundo ele, em razão da relação construída ao longo dos últimos sete anos e três meses no Governo do Estado. "A preferência do Camilo é por conhecer e por saber da capacidade que tem a nossa governadora", ele disse.
A queixa de parte dos militantes do partido de Lula no Ceará, com e sem mandato, é de que RC não buscou aproximação com o PT durante os oito anos em que geriu a Capital. Outra memória recorrentemente citada é a da ausência do ex-prefeito na campanha presidencial de Fernando Haddad (PT) em Fortaleza, em 2018, contra Jair Bolsonaro (então no PSL).