Logo O POVO+
Domingos Filho projeta que PDT só definirá candidato em agosto e reforça desejo pela vice
Politica

Domingos Filho projeta que PDT só definirá candidato em agosto e reforça desejo pela vice

| Eleições | Questionado sobre a preferência entre os quatro pré-candidatos do PDT que disputam a nomeação, o líder do PSD brincou: "O que tiver o Domingos Filho como vice"
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Domingos Filho citou diálogo em que Camilo é chamado de "Quico do Chaves" e Érika Amorim de "Cinderela" (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Domingos Filho citou diálogo em que Camilo é chamado de "Quico do Chaves" e Érika Amorim de "Cinderela"

O ex-vice-governador do Ceará e presidente estadual do PSD, Domingos Filho, reforçou o entendimento de que é legítimo que o seu partido ocupe a vice na chapa governista e projetou que o PDT só definirá o nome que concorrerá ao Governo do Estado em agosto. Ele também analisou o “peso do Interior” e a polarização nas eleições de 2022 em entrevista à Rádio O POVO CBN, nesta segunda-feira, 6.

“Acho que isso (a decisão do candidato do PDT) vai para agosto. (...) Façamos um esforço de memória e vejamos que nas últimas eleições, todas as decisões foram para os prazos finais. Isso tem uma razão de ser, os fatos políticos são cinéticos”, afirmou Domingos ao comentar o dinamismo da política.

O dirigente lembrou de nomes cotados para a disputa presidencial que abandonaram a corrida durante os últimos meses. “Outro dia, o Moro era um candidato forte, de uma hora para a outra não é mais. Luciano Huck era cotado como candidato e saiu. Ainda tivemos uma escolha mediante prévias, Doria (PSDB), que saiu da disputa. Se a política nacional ainda não tem as chapas compostas, quem dirá a estadual. Acredito que todos os partidos vão ao final dos prazos”.

Desejo pela vice

De acordo com Filho, é legítimo que o PSD pleiteie a vice na chapa pedetista devido a conjuntura política atual do Ceará. “Se o PT deliberou e escolheu o ex-governador Camilo Santana como pré-candidato a senador e o PDT escolherá o candidato a governador, é muito razoável que a força seguinte seja aquela a compor a chapa”, avalia.

Em eventos partidários nas últimas semanas, o dirigente tem discursado para as bases do partido que, segundo ele, defendem o seu nome para representar a sigla na eventual vice da chapa. O PT foi outro partido que, ao longo dos últimos meses, havia insinuado desejo pela vice na chapa governista, mas recentes turbulências entre petistas e pedetistas têm colocado em xeque a continuidade da aliança.

Questionado se teria alguma preferência entre os quatro pré-candidatos do PDT que disputam a nomeação (Izolda Cela, Roberto Cláudio, Evandro Leitão e Mauro Filho), Domingos brincou: “O que tiver o Domingos Filho como vice”.

Peso do Interior

O ex-vice-governador comentou ainda a importância do eleitorado que vive no Interior para este pleito que se desenha acirrado. “Basta ver o que foi na primeira eleição do Camilo, o Interior garantiu a vitória do Camilo. O Interior tem um peso muito grande, por ter a maioria do eleitorado e por ter uma participação mais efetiva e presente na vida pública. Quanto menor o município, mais próximo dos acontecimentos está o cidadão”, explica.

Para ele, as relações políticas são mais fidelizadas pela relação direta entre representado e representantes. “Nas grandes cidades, para fazer uma reclamação ao gestor, naturalmente há mais dificuldade. Num município menor, do interior, você vai na casa do prefeito, do vereador, do secretário e as demandas e respostas são mais imediatas”, pontuou.

Polarização

Domingos Filho analisou ainda o cenário polarizado no Brasil e defendeu que isso prejudica o debate político e de ideias. Segundo ele, as forças envolvidas no acirramento ganham com a manutenção das discussões de caráter mais passional.

“O pensamento de votar em fulano para sicrano não voltar e votar em sicrano para tirar fulano inibe o debate mais sereno e consciente, que busca alternativas. Isso, ao meu juízo, não faz bem para a democracia”, concluiu.

Quatro nomes considerados pelo PDT para suceder Camilo: o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) Evandro Leitão, a vice-governadora Izolda Cela, o secretário Mauro Filho (Planejamento e Gestão) e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio.
Quatro nomes considerados pelo PDT para suceder Camilo: o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) Evandro Leitão, a vice-governadora Izolda Cela, o secretário Mauro Filho (Planejamento e Gestão) e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio.

Pedetistas divergem sobre antecipar ou apresentar candidatura nas convenções

Deputados estaduais do PDT ouvidos por O POVO divergiram sobre as estratégias a serem adotadas pelo bloco governista na disputa ao Governo do Ceará: antecipar o anúncio da candidatura ou apresentá-la durante as convenções, já na reta final, como tem sido a tradição.

Como noticiado por O POVO nesta segunda-feira, a possibilidade de antecipação do nome da continuidade cresce em meio a um cenário de pré-campanha protagonizado pela governadora Izolda Cela e pelo ex-prefeito Roberto Cláudio.

O acirramento entre os defensores das duas pré-candidaturas ligou o alerta da cúpula do PDT, comandada pelo senador Cid Gomes, para a possibilidade de desgastes. Sob reserva, um parlamentar projetou que até o "final do mês de junho deveremos ter alguma definição".

Segundo ele, o clima na aliança pede decisão mais breve. Questionado, ele afirmou que a tese da antecipação da escolha predomina na bancada de 12 deputados estaduais, embora ainda não tenham se reunido para discutir o tema.

"Confesso que tenho dúvida se devemos antecipar, pois temos a responsabilidade de governar e, portanto, construir as soluções para a população cearense através da execução das políticas públicas", ponderou Salmito Filho (PDT).

Um dos primeiros parlamentares a defender o anúncio antecipado, para o final de maio, foi Tin Gomes (PDT). Para ele, adiantar a escolha seria modo de afastar especulações e intrigas, como disse ao O POVO.

Um pedetista com mandato federal analisou que adiantar é uma possibilidade que faz sentido somente se o nome for Izolda. O argumento dele é de que, no caso de candidatura RC, todos os esforços deveriam ser concentrados na manutenção da aliança, com a permanência do PT nela. O que requer tempo. (Carlos Holanda)

 

O que você achou desse conteúdo?