À frente da relatoria da PEC dos benefícios ou PEC do "desespero", como tem sido chamada pela oposição no Congresso, o deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE) rebate críticas de suposto caráter eleitoreiro da proposta.
"Desespero é de quem está passando fome, não tem um prato de comida, passar meses e meses à procura de emprego, estar na frente do assaltante", devolveu o parlamentar.
Segundo ele, a PEC "não é um instrumento de uso eleitoral" mobilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem sendo acusado de driblar as regras da Justiça Eleitoral para tentar melhorar desempenho nas pesquisas de intenção de voto e se cacifar para a disputa.
"Esse discurso eleitoreiro tem que ser colocado de lado. O problema é focar nas pessoas", afirmou o deputado cearense.
Com gasto previsto da ordem de R$ 40 bilhões, a proposta tem votação programada na CCJ da Câmara ainda nesta semana, quando também deve ser apreciada em comissão especial.
Depois, a medida segue para o plenário da Casa, onde a expectativa é de que seja aprovada sem dificuldade, assim como foi no Senado.
Lá, apesar das críticas, a oposição a Bolsonaro votou massivamente a favor da emenda. Um cenário semelhante deve se repetir na Câmara.
Com ampliação de benefícios e criação de auxílios em tempos de crise econômica e desemprego, a PEC tem funcionado como uma armadilha para a oposição, que vem evitando criticá-la e se posicionar abertamente contra a aprovação da proposta, com receio de reflexo negativo nas urnas.