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Sarto projeta "grande governo" de Elmano e planeja manter diálogo com gestão petista
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Sarto projeta "grande governo" de Elmano e planeja manter diálogo com gestão petista

Prefeito de Fortaleza e governador eleito estiveram em lados opostos nas eleições para o Palácio da Abolição
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José Sarto (PDT), prefeito de Fortaleza. (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO José Sarto (PDT), prefeito de Fortaleza.

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), avalia de forma positiva as perspectivas para o futuro da gestão de Elmano de Freitas (PT) à frente do Governo do Ceará. O pedetista indicou que pretende manter uma relação institucional, pautada pelo diálogo com o governador eleito, que assume a partir de janeiro de 2023.

"Sei que ele é um democrata e sabe muito bem quais são as relações institucionais e partidárias", disse o chefe do Executivo Municipal. E acrescentou: "Além da amizade pessoal que tenho pelo Elmano, acredito que tem tudo para fazer um grande governo".

Ex-companheiros na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Sarto esteve em lado oposto ao do petista durante o primeiro turno das eleições no Estado. Isso porque seu partido lançou o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), após racha entre PT e PDT em âmbito estadual.

As duas siglas divergiram na formação da chapa para a disputa pelo Palácio da Abolição, uma vez que petistas defendiam que a governadora Izolda Cela (sem partido) concorresse à reeleição, mas ela foi preterida por RC.

Na avaliação de Sarto, o diálogo com o governador eleito é importante para viabilizar ações e recursos para a Capital. "A relação será, como não poderia deixar de ser, institucional, mostrando que Fortaleza faz parte do Estado do Ceará e mostrando que tem as suas grandes necessidades. É uma cidade que precisa ser bem cuidada, bem tratada por qualquer gestor que esteja à frente do Estado ou da Prefeitura.

As declarações do pedetista ocorreram na manhã de ontem. Sarto esteve no bairro Passaré, onde realizou a entrega da requalificação da Escola Municipal Imaculada Conceição. Na ocasião, o prefeito ainda anunciou uma série de ações de valorização profissional para os professores, como, por exemplo, a disponibilização de cerca de 11 mil microfones para os docentes.

Os caminhos para o segundo turno

Passado o primeiro turno das eleições, PT e PDT buscam superar as diferenças evidenciadas na disputa estadual. Durante a semana, o ex-governador Camilo Santana (PT) disse que o fim da aliança entre as duas legendas era "página virada", mas falou em "tempo para as feridas cicatrizarem".

Nesse sentido, Cid Gomes (PDT) tem atuado para atrair correligionários do partido para reatar a aliança. O senador tem duas missões. Uma delas é unificar os deputados pedetistas na AL-CE para a base de Elmano. A sigla é considerada um partido-chave para o petista ter maioria na Assembleia.

A segunda tarefa é atrair prefeitos, deputados e integrantes do partido para fortalecer a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL).

Sobre o pleito nacional, Sarto reafirmou estar de acordo com o apoio da sua legenda ao petista. "O partido resolveu se reunir e definiu pelo apoiamento ao que, neste momento, com todas as nossas divergências, e é bom que isso fique claro, sem nenhuma barganha, desde que o Governo do agora candidato Lula absorva propostas", ressaltou.

O pedetista cita a educação em tempo integral e a quitação das dívidas dos brasileiros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que já atinge 67,9 milhões de pessoas, como promessas do ex-candidato Ciro Gomes (PDT) que foram abraçadas pela campanha de Lula.

No primeiro turno, Ciro acabou em quarto lugar entre os presidenciáveis, com 3% dos votos válidos. Ele teve seu pior desempenho entre todas as eleições que se candidatou

Com Ciro fora do segundo turno, Carlos Lupi, presidente do PDT, anunciou apoio a Lula no dia 4 deste mês. A parceria foi firmada com as condições de serem incluídas algumas propostas no plano de governo do PT, como os projetos de renda mínima, de renegociação de dívida e da implementação de mais escolas de ensino integral.

Colaboraram Ísis Tavares e Davi Lima, especiais para O POVO

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