Logo O POVO+
Lula recebe comandantes das Forças Armadas para "virar página"
Politica

Lula recebe comandantes das Forças Armadas para "virar página"

| GOVERNO | Reunião de trabalho é mais um passo na construção da relação entre o presidente e militares. Ministro da Defesa disse que, apesar disso, comandantes concordaram em abrir processos contra quem se insubordinou
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
 Lula em reunião de trabalho com comandantes das Forças Armadas (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Foto: Ricardo Stuckert/PR  Lula em reunião de trabalho com comandantes das Forças Armadas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira, 20, no Palácio do Planalto, com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O encontro ocorreu a portas fechadas e, conforme relataram os ministros escalados para serem porta-vozes do teor do encontro, ajudou a melhorar o clima na relação, conturbada devido à proximidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com os militares.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, disse que Lula buscava recuperar a confiança nas Forças Armadas.

"Ele (Lula) tem consciência, e as Forças Armadas também, da atenção que deu às Forças Armadas. E quis renovar essa confiança Evidentemente não poderíamos ficar nessa agenda última, temos que pensar para a frente, pacificar esse País e governar", afirmo Múcio, ao sair da audiência.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), Alexandre Padilha, afirmou que os comandantes das Forças Armadas "ficaram impressionados com a dedicação" e tiveram debate "muito positivo" com Lula.

"Os comandantes ficaram muito bem impressionados com a dedicação de Lula durante a reunião, de dialogar sobre os temas, discutir sobre os temas, relembrar investimentos que fez quando foi presidente da República e foram paralisados", afirmou Padilha, ao destacar que a reunião "foi produtiva".

José Múcio afirmou ainda que os comandantes concordaram em abrir processos para apurar e punir casos de militares que se insubordinaram, em manifestações nas redes sociais, ou que tiveram envolvimento nos atos extremistas de 8 de janeiro. Lula afirmou que cobraria providências dos comandantes-gerais, a despeito da patente de quem estivesse sob averiguação.

"Os militares estão cientes e concordam que vamos tomar essas providências. Evidentemente, no calor da emoção a gente precisa ter cuidado para que acusações e penas sejam justas. Tudo será providenciado em seu tempo", afirmou o titular da Defesa.

Para o ministro, não houve envolvimento direto das forças nos atos cometidos por extremistas, durante o ataque às sedes dos três poderes. Múcio negou que Lula tenha tratado com os comandantes militares, diante de empresários convidados para o encontro, de punições relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro. O mesmo relato foi sustentado por Padilha.

"Eu entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas Agora, se algum elemento individualmente teve participação, ele vai responder como cidadão", disse o ministro.

Múcio afirmou que o presidente precisava de uma conversa para "virar a página" sobre os atos de indisciplina e politização nas Forças Armadas.

Já Padilha disse ainda que os investimentos na área da Defesa podem vir por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). "Você tem PPPs, parte dos investimentos em inovação tecnológica, fortalecimento da capacidade produtiva do País. Não é um plano que tem recursos apenas do Orçamento Geral da União, é um plano que tem uma combinação de investimentos. O Brasil vai voltar a ter um plano de Defesa", assegurou.

O que você achou desse conteúdo?