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Posição sobre governo Lula racha bancada evangélica no Congresso
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Posição sobre governo Lula racha bancada evangélica no Congresso

Pela primeira vez desde quando o grupo foi criado, em 2003, falta consenso entre os parlamentares quanto à escolha do coordenador
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SILAS CÂMARA disputa o posto de coordenador da bancada evangélica no Congresso (Foto: eliseupaesph/agencia camara)
Foto: eliseupaesph/agencia camara SILAS CÂMARA disputa o posto de coordenador da bancada evangélica no Congresso

A polarização política que dominou a eleição de 2022 entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e do atual, Luiz Inácio Lula da Silva, atingiu a Frente Parlamentar Evangélica. Uma das principais bancadas do Congresso, com 132 deputados e 14 senadores, o grupo está rachado por causa da escolha do seu próximo presidente. É a primeira vez, desde a criação em 2003, que há uma disputa formal pelo posto.

A força da bancada evangélica na Câmara influencia votações e pode contribuir para emperrar ou não projetos de interesse do governo. Durante a eleição, parte da bancada declarou apoio à candidatura de Bolsonaro. As pesquisas de intenção de voto mostravam que o eleitor evangélico também era majoritariamente favorável ao então presidente. A abertura de diálogo e até aproximação da gestão petista conflagrou a bancada.

No início desta legislatura, dois deputados concorrem pela presidência da Frente: Silas Câmara (Republicanos-AM) e Eli Borges (PL-GO). O deputado amazonense é o favorito. Ele tem diálogo com integrantes do governo, como o ministro da Integração, Waldez Góes (PDT-AP), e conquistou o apoio do PT.

Já Eli Borges busca forças dentro do principal partido de oposição, o PL de Bolsonaro. Aliados de Silas receiam que Valdemar Costa Neto, presidente do PL, possa articular uma reviravolta para assegurar o comando da Frente a um parlamentar que faz oposição ao governo petista.

Eli é pastor da Assembleia de Deus do Ministério de Madureira e também tem proximidade com o setor do agronegócio. Silas faz parte da Assembleia de Deus do Norte, foi responsável por convidar Bolsonaro para a Marcha para Jesus no Amazonas, no ano passado - que, como mostrou o Estadão, foi um evento usado em diferentes lugares do País para promover o ex-presidente na disputa eleitoral. Com a derrota de Bolsonaro, Silas se reposicionou e aceita dialogar com a gestão petista.

Nos bastidores, foi negociado o revezamento durante os dois anos de comando, mas a oferta foi recusada. Segundo o atual presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o impasse foi pelo primeiro comando. Tanto Eli quanto Silas argumentam que querem inaugurar o período na presidência.

Diálogo com Centrão

Enquanto isso, pressionado pelo Centrão, o Palácio do Planalto discutir nos próximos dias a recriação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A instituição foi extinta há um mês por medida provisória editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas partidos do Centrão querem sua volta para acomodar indicados que lidam com um orçamento robusto nos Estados.

A Funasa tem 26 superintendências e, nos últimos anos, se tornou um feudo político do PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), reeleito na quarta-feira. A manutenção da Funasa começou a ser negociada para contornar uma crise no PSD, uma vez que, na última hora, alguns senadores da sigla ameaçaram votar em Rogério Marinho (PL-RN), o candidato apoiado por bolsonaristas.

Outros partidos também querem ocupar cargos na fundação, que tem orçamento de R$ 3 bilhões. Na lista estão o PP, o PL, o Republicanos, o União Brasil e o MDB.

"Não é preciso acabar com a Funasa. Nós vamos ter uma reunião, na próxima semana, com os ministérios das Cidades e da Saúde para tratar desse tema", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). "Por mais problemas que a Funasa tenha tido nesses anos todos, ela é a cara da pequena cidade, daqueles municípios que nem sempre recebem o tratamento devido por parte dos ministérios", afirmou.

 

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