Ex-deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil) vai deixar a Secretaria da Saúde de Maracanaú em fevereiro para se voltar inteiramente à disputa eleitoral em 2024.
"A intenção é, a partir de fevereiro, começar a pré-campanha com mais intensidade. Devo deixar a secretaria em fevereiro em Maracanaú e me dedicar exclusivamente à pré-campanha", disse ao O POVO nessa terça-feira, 2.
Ainda segundo o gestor, por se tratar de município diferente em relação àquele no qual pretende concorrer, que é a capital cearense, sequer teria necessidade de se desincompatibilizar do cargo, mas que prefere ter cautela quanto à escolha.
"Eu não precisava nem sair, não há obrigatoriedade, mas, por precaução e para garantir tempo para fazer o trabalho de articulação, a gente fica somente até fevereiro", reiterou.
Wagner chegou à pasta da Saúde da cidade vizinha exatamente há um ano, quando concluiu o mandato de deputado federal que vinha exercendo desde 2018.
Em 2022, o então parlamentar optou por pleitear a cadeira de chefe do Executivo estadual, abrindo mão de concorrer a novo período de quatro anos na Câmara dos Deputados.
Mesmo com derrota na corrida pelo Governo do Estado, porém, conseguiu eleger a esposa, Dayany Bittencourt (União Brasil), para vaga no Legislativo federal, mantendo espaços de influência na política local ainda que afastado do parlamento pela primeira vez desde 2011.
De acordo com Wagner, de fevereiro próximo em diante é que deve começar de fato as tratativas "com todo mundo" disposto a compor um bloco conservador para a briga eleitoral que se aproxima.
"Continuo conversando com os partidos que querem dialogar para tentar viabilizar alguma aliança ainda no primeiro turno e, em caso negativo, construir a passagem para o segundo turno com possibilidade de adesões", indicou o titular da secretaria.
Há obstáculos pela frente, contudo. Tanto em 2022 quanto em 2020, quando entrou novamente na corrida pelo Paço depois da experiência de 2016, Wagner costurou aliança em torno da qual gravitou todo o campo da direita cearense.
Agora, no entanto, antigos parceiros de voto, tais como o deputado federal André Fernandes (PL) e o senador Eduardo Girão (Novo), já se apresentaram como pré-candidatos à sucessão de José Sarto (PDT).
À reportagem, Girão, por exemplo, enfatizou que, ao se mostrar como opção eleitoral em Fortaleza, pretende "retribuir à população da cidade onde nasci, estudei, comecei a trabalhar e constituí família".
"Estou como pré-candidato a prefeito de Fortaleza pelo partido Novo, sempre respeitando e estabelecendo o diálogo com todos, principalmente com os amigos Wagner e André, até porque o que nos une é maior e temos objetivos semelhantes", acrescentou.
Do lado do PL, a hipótese de Fernandes abrir mão de concorrer ao Executivo para se aliar a Wagner ainda no primeiro turno é hoje carta fora do baralho.
Nesse cenário de pulverização de candidaturas à direita, o ex-deputado, ainda o nome mais forte da oposição em Fortaleza, chega à eleição com duplo desafio: coesionar a base e furar a polarização entre os representantes das máquinas estadual e municipal.
Para tanto, leva para a queda de braço saldo político importante de 2022: entre os concorrentes Elmano de Freitas, eleito no primeiro turno, e Roberto Cláudio, ex-prefeito da Capital por oito anos, Wagner foi o que teve melhor desempenho junto ao eleitorado de Fortaleza.