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Ciro Gomes acerta filiação ao PSDB, com possibilidade de concorrer a governador
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Ciro Gomes acerta filiação ao PSDB, com possibilidade de concorrer a governador

Ciro diz não ter pretensão mais de concorrer a cargo nenhum. Porém, nas conversas internas, membros da oposição consideram que ele se porta cada vez mais como possível candidato
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TASSO Jereissati e Ciro Gomes voltar a estar no mesmo partido (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES TASSO Jereissati e Ciro Gomes voltar a estar no mesmo partido

O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes definiu o retorno ao PSDB. Ele é cogitado para concorrer a governador do Ceará na eleição do ano que vem, por um possível bloco de oposição que reúne ex-adversários, como o União Brasil de Capitão Wagner e o PL, legenda do grupo bolsonarista.

A informação foi confirmada por aliado de Ciro ao colunista do O POVO Guilherme Gonsalves, que acrescenta que o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, conversou por telefone nesta sexta-feira, 8, com Ciro e com o ex-senador Tasso Jereissati. Este último foi o responsável por articular a volta do aliado ao partido.

Publicamente, Ciro não confirma a pré-candidatura a governador e diz não ter pretensão mais de concorrer a mais nada. Ele afirma apoiar para concorrer o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que deixou o PDT e tem ingresso anunciado, mas ainda não oficializado, ao União Brasil.

Porém, nas conversas internas, membros da oposição consideram que o ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional se porta cada vez mais como possível candidato. Embora Roberto Cláudio seja bem aceito para ser o candidato da direita, Ciro é preferido no bloco

O quatro vezes candidato a Presidente da República deixará o PDT, partido ao qual o anúncio da filiação completa 10 anos este mês. Pela legenda da qual se despede ele concorreu a presidente da República duas vezes, em 2018 e 2022.

As conversas para formação de um bloco de oposição avançaram ao longo do primeiro semestre. Ciro chegou a receber elogios do principal líder bolsonarista no Estado, o deputado federal André Fernandes (PL) depois de manifestar intenção de apoiar o pai dele, deputado estadual Alcides Fernandes (PL) a senador. Porém, três semanas atrás, a possível aliança enfrentou sobressalto, depois que o ex-governador divulgou vídeo no qual criticou a família Bolsonaro e, no mesmo dia, André anunciou que o PL teria candidato próprio a governador e não irá apoiar nem ele nem Roberto Cláudio.

De lá para cá, houve movimentos para tentar pacificar as relações, com elogios de Alcides e do deputado federal Dr. Jaziel (PL), que afirmou que Ciro é o "único que pode ganhar" da base governista.

A filiação encaminhada ao PSDB ocorre em momento de crise do partido, que chegou a estar ameaçado de deixar de existir, por meio de incorporação a MDB ou PSD, ou de fusão com o PSD, mas ambas as perspectivas foram abandonadas.

A primeira filiação de Ciro ao PSDB ocorreu em 16 de janeiro de 1990, no mesmo dia em que Tasso e muitos prefeitos e deputados ingressaram na legenda. Naquela época, Ciro era prefeito de Fortaleza e se preparava para concorrer, e se eleger, governador naquele ano.

Os atritos com o PSDB começaram com a chegada de Fernando Henrique Cardoso ao poder, em 1995. Ciro foi ministro da Fazenda nos meses finais do governo Itamar Franco, em 1994, quando FHC foi eleito presidente com apoio do então presidente. Porém, o ex-governador do Ceará logo se tornou crítico do governo que se iniciava.

Em 1997, deixou a legenda para se filiar ao PPS, com objetivo de ser presidente da República.

 

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