Sessão plenária de ontem na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) registrou reações diante da suposta "tomada" de territórios nas comunidades do Lagamar e Vicente Pinzón, em Fortaleza, marcada pela longa queima de fogos. Base e oposição comentaram o assunto.
Deputado Sargento Reginauro (União Brasil) mencionou e ironizou o foguetório registrado na noite da última segunda-feira, 15, em diferentes bairros de Fortaleza. A queima de fogos, segundo o parlamentar, ocorreu em decorrência da tomada de territórios por parte da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que atua na Capital.
Na tribuna, Reginauro iniciou sua fala desejando “feliz Ano Novo” ao povo cearense, em tom de ironia. “O que foi que aconteceu ontem em Fortaleza? Era o Réveillon antecipado? Era a final do Campeonato Cearense? Não era. Mas a cidade foi surpreendida por uma queima de fogos da Praia do Futuro até a Barra do Ceará. Mais de 30 minutos de queima de fogos chamaram a atenção da população", destacou o parlamentar, apontando que posteriormente foi identificado que o foguetório teria relação com a tomada de territórios por uma facção criminosa.
Em resposta ao governo, Reginauro afirmou que o problema não reside no número de facções atuantes no Estado, mas na própria atuação desses grupos. O parlamentar atribuiu a responsabilidade ao governador Elmano de Freitas (PT). “O problema, governador é ter uma facção que manda! Ter uma facção que domina um território público já é um problema”, disse.
Reginauro também mandou recado para o secretário da Casa Civil, Chagas Vieira, contra quem fez duras críticas. "O senhor veio do jornalismo para a política e não aprendeu nada. Olha a declaração dele sobre o que aconteceu ontem e sobre a atuação da oposição, de que nós estamos 'politizando o tema'. Falou o representante do grupo que politizou uma pandemia", disse.
Em resposta, o deputado De Assis Diniz (PT), afirmou que a oposição “só vende o terror” e trouxe informações sobre a educação do Estado. “347 escolas do Ceará são premiadas com desempenho na educação”, citou o deputado, lendo a manchete do O POVO. "Talvez a relação que leva a oposição a tentar construir o pânico, o pavor, a bater na tecla, uma música de uma tecla só, da questão da segurança. Não são capazes de ver tudo o que o Ceará vivencia nessa quadra política tão relevante".
De Assis lembrou ainda que o Ceará passou a ter Capacidade de Pagamento dos Estados e Municípios (Capag) A+. O índice é referente à saúde fiscal do Estado, levando em conta o equilíbrio e solidez do fisco. O petista criticou o mesmo índice registrado em Fortaleza, ao longo das gestões de atuais opositores.
Em aparte cedido por Diniz, o deputado Missias Dias (PT) ressaltou o trabalho do Governo do Estado e acrescentou: “A gente vê falas trazendo críticas falando que o PT trouxe miséria. Como que pode? A pessoa deve morar em uma bolhazinha. Não está vendo o que o Ceará está fazendo”, afirmou, alegando que Sarto entregou "papéis de casa falsificados".
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e do secretário da Casa Cívil, Chagas Vieira, 19 pessoas foram presas, após capturas ligadas ao foguetório. A notícia foi divulgada nas redes sociais do gestor:
“A PM (Polícia Militar) confirmou a prisão de 19 criminosos que soltavam fogos em comunidades de Fortaleza para intimidar rivais. O número de prisões de envolvidos em facções aumentou 61,5% este ano. A polícia está na luta, enquanto oportunistas, que nunca fizeram nada pela segurança, torcem contra”.