O secretário-geral do PL e líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, reconheceu aproximação do partido de Jair Bolsonaro com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Se antes ele descartava possibilidade de apoio em eventual candidatura do ainda pedetista ao Governo do Estado, nesta sexta-feira, 19, Marinho apontou que a decisão será do PL Ceará.
"A conjuntura local diz muito respeito aos atores aqui do Ceará. Naquela oportunidade, o Ciro era um adversário histórico do Bolsonaro e também do Lula, [a quem] ele tem tido uma postura de muitas críticas. E, ao longo desse período, aconteceu uma série de inflexões e o partido aqui é quem está conduzindo o processo, tem feito esse processo de aproximação", pontuou, antes do evento Rota 22, em Fortaleza.
Segundo Marinho, desde a última vez que esteve no Estado, quando se encontrou com o ex-prefeito Roberto Cláudio e o ex-presidente Bolsonaro, "aconteceram eventos que" os "aproximam".
"Então, nós vamos aguardar a decisão do diretório estadual do PL, que inclusive recentemente teve a chegada do deputado André Fernandes como presidente. No momento oportuno, ele vai sentar com esses atores que eu já declinei anteriormente e tomar a posição que for melhor para fortalecer o trabalho aqui", reforçou.
Em maio, Marinho afirmou que não haveria possibilidade de o PL apoiar Ciro para sucessão de Elmano de Freitas (PT). "A candidatura dele é legítima, mas sem o nosso apoio", contou à época. Nesta sexta, ele chegou a mencionar nomes como o do senador Eduardo Girão (Novo); do deputado federal Danilo Forte e do ex-deputado Capitão Wagner, ambos do União Brasil.
"São atores políticos locais importantes que devem convergir no mesmo projeto. O grande projeto para nós é derrotar o Partido dos Trabalhadores aqui no Ceará e no Brasil", encerrou o assunto.
A posição de Marinho se aproxima da declaração, dada na última segunda-feira, 15, pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, na qual afirmou que a sigla apoiará Ciro para governador. “Eu falei ‘tira os três [processos], esquece’, porque o Ciro já meteu o pau até na sombra. Agora, é um fenômeno. É o único jeito da gente derrubar o PT”, disse ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan News.
Já o agora presidente do PL Ceará, deputado federal André Fernandes, relatou que a "missão é que tenha uma chapa única [do bloco de oposição] contra o PT". Ele ponderou, no entanto, que ainda "vai chegar o momento de amadurecer" a ideia.
"Isso nos fortalece. Toda vez que sai boatos de que nós estaremos juntos, o governo fica com certo medo. Eles tentam até colocar uma certa briga entre o nosso grupo, Partido Liberal, mais à direita, com esse centro-direita ou o centro, que vai para PSDB, União Brasil, PP e o grupo hoje de Ciro Gomes. Então, se o governo tem esse temor, significa que é uma união importante", considera Fernandes.
Deixando o comando do diretório cearense, o deputado estadual e presidente nacional do PL Jovem, Carmelo Neto (PL), ressaltou a necessidade de "muito diálogo" sobre o tema.
"Depende de muitos fatores, mas o nosso compromisso é lutar muito para que essa unidade realmente ocorra na eleição e a gente possa dar uma oportunidade nova para o Ceará, que está cansado de ser governado pelo PT. É nossa responsabilidade apresentar essa alternativa. É o que o cearense espera de nós".