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Lula chega a Nova York sem indicação de reunião com Trump
Politica

Lula chega a Nova York sem indicação de reunião com Trump

Como é tradição, presidente brasileiro faz, nesta terça-feira, o discurso de abertura da Assembleia Geral da organização
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LULA se despede de Geraldo Alckmin, seu vice, no embarque para Nova York (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Foto: Ricardo Stuckert / PR LULA se despede de Geraldo Alckmin, seu vice, no embarque para Nova York

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decolou ontem para Nova York onde discursa amanhã na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele também participa de encontros sobre meio ambiente, a Palestina e sobre a democracia.

Será a primeira vez que o petista estará no mesmo ambiente que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde que o Republicano voltou à Casa Branca neste ano. O norte-americano impôs tarifas comerciais de 50% a parte dos produtos brasileiros exportados para os EUA e tem ameaçado com mais sanções por conta da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

Lula é o primeiro a discursar na ONU e, logo depois na tribuna, é a vez de Trump. É possível que ambos se encontrem nos bastidores entre um discurso e outro.

O brasileiro deve aproveitar a audiência global ONU para dar um recado ao norte-americano em discurso. A ideia é defender a soberania, democracia e multilateralismo.

O tom a ser usado por Lula deve ser, contudo, mais ameno do que aquele adotado em um palanque eleitoral, evitando ataques diretos ao chefe da Casa Branca. O petista deve defender o reconhecimento do Estado da Palestina, tema recorrente em seus discursos desde o início do conflito na Faixa de Gaza. Também deverá reiterar a necessidade de solução pacífica para a guerra na Ucrânia.

Conversa com Zelensky

O governo brasileiro tem interesse em uma reunião bilateral de Lula com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Nova York na próxima semana, apurou o Broadcast Político.

Há alguns entraves principais para que a reunião aconteça, apesar de fontes do governo brasileiro dizerem que o interesse na reunião é mútuo - tanto por parte da Ucrânia, que fez o pedido, quanto por parte do Brasil. O primeiro deles é que Zelensky, por motivos de segurança, compartilha poucos detalhes sobre sua agenda, o que dificulta essa definição.

Por outro lado, o Brasil afirma ter recebido cerca de 30 pedidos de reuniões bilaterais. Por questões que são de praxe da diplomacia, as confirmações são feitas com pouca antecedência, de modo a deixar uma brecha para avaliar pedidos de última hora que podem ser mais urgentes, por exemplo.

Lula participa, hoje, da segunda sessão da Confederação Internacional de Alto Nível para Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada pela França e pela Arábia Saudita.

Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro espera que o momento sirva de oportunidade para que mais países reconheçam a Palestina como Estado - além do Brasil, outras 147 nações já reconhecem a Palestina. Países como França, Reino Unido, Canadá e Portugal manifestaram interesse em fazer o mesmo durante o encontro da ONU. 

Padilha decide não viajar

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, decidiu não integrar a comitiva brasileira que vai aos Estados Unidos na próxima semana para a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que a decisão foi tomada após o governo de Donald Trump impor restrições ao visto do ministro.

"Em comunicado recebido da Missão dos Estados Unidos para as Nações Unidas, o Ministério da Saúde do Brasil foi informado da proibição imposta ao ministro Alexandre Padilha de participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)", informou o ministério.
O visto concedido pelos Estados Unidos só permitiria que Padilha fizesses deslocamentos restritos do hotel para a ONU, além de instalações médicas em caso de emergência.

De acordo com o Ministério da Saúde, "em razão dessas limitações infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro", o ministro Alexandre Padilha vai permanecer no Brasil, dedicado à votação da Medida Provisória do Programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional.

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