Logo O POVO+
Greenpeace vai à Justiça contra Salles por insinuações sobre autoria de vazamento
Reportagem

Greenpeace vai à Justiça contra Salles por insinuações sobre autoria de vazamento

Edição Impressa
Tipo Notícia
Pescadores e marisqueiras de 18 municípios cearenses serão contemplados com o benefício (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES Pescadores e marisqueiras de 18 municípios cearenses serão contemplados com o benefício

A organização ambiental Greenpeace vai acionar, na Justiça, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pelas declarações publicadas no Twitter, em que insinua que o barco da ONG estava na mesma área suspeita de derramar o petróleo cru que se espalhou pelo litoral do Nordeste do País.

O coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Marcio Astrini, disse que a área jurídica da organização já foi mobilizada e que Ricardo Salles será interpelado judicialmente. "Iremos à Justiça contra as falsas declarações feitas pelo ministro", disse Astrini. "A decisão está tomada. Agora, será analisada por nossa área jurídica".

Nesta quinta-feira, 24, mais cedo, Ricardo Salles usou a rede social Twitter e fez a seguinte declaração: "Tem umas coincidências na vida né... Parece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano..."

O Ministério do Meio Ambiente foi questionado se, de fato, realiza algum tipo de investigação que envolva a embarcação do Greenpeace, mas não se manifestou sobre o assunto.

Em reação às afirmações do ministro, o Greenpeace publicou uma nota, na qual afirma que, "enquanto o óleo continua atingindo as praias do Nordeste, o ministro Ricardo Salles nos ataca insinuando que seríamos os responsáveis por tal desastre ecológico". "Trata-se, mais uma vez, de uma mentira para criar uma cortina de fumaça na tentativa de esconder a incapacidade de Salles em lidar com a situação", declarou o Greenpeace.

A organização afirmou que seu navio Esperanza faz parte de uma campanha internacional chamada "Proteja os Oceanos", que saiu do Ártico e vai até a Antártida ao longo de um ano, denunciando as ameaças aos mares. A embarcação passou pela Guiana Francesa entre agosto e setembro, onde realizou uma expedição de documentação e pesquisa do recife conhecido como Corais da Amazônia, segundo o Greenpeace, com o propósito de lutar pela proteção dos oceanos. No momento, o navio está atracado em Montevidéu, no Uruguai.

Na terça-feira, a organização fez um protesto em frente ao Palácio do Planalto. O grupo jogou tinta preta no asfalto para simbolizar o óleo nas praias e espalhou madeira queimada em referência à extração ilegal na Amazônia. Dezessete ativistas foram detidos, e Salles se recusou a dialogar com eles, chamando-os de "ecoterroristas". (Agência Estado)

O que você achou desse conteúdo?