Quando a vida no seu curso quase que natural me convocou à definição de que rumo profissional seguir, fiz falar mais alto o gosto pela leitura e por disciplinas como Literatura, História ou Filosofia, das quais, ainda que na condição de colegial inquieto e não raro advertido, conseguia detectar aptidão e extrair bons resultados. Em linhas gerais, o beabá da grande maioria dos relatos dos colegas.
A partir daí não demorou para que o Jornalismo entrasse nos meus trilhos, ou eu entrasse nos seus. E foi exatamente nos bancos da universidade que a relação já existente com O POVO prosseguiu e foi, ao seu tempo, se preenchendo de sentido.
Ainda apenas no campo da intuição, via nas páginas deste aniversariante de 93 anos qualquer coisa com que me identificava. Não sabia bem o que era, não havia ainda conseguido transferir aquelas sensações para o terreno da razão.
Talvez tenha sido um conjunto de frases simples e claras vindas de professores como Miguel Macedo e Ana Márcia Diógenes, que passaram por aqui, a abertura de uma porta para o entendimento sobre essa afinidade mal compreendida. Lembro de uma do Miguel que resume bem: “O POVO fuça mais as histórias.”
É possível que tenha sido ali que eu tenha percebido com mais clareza a conexão entre o meu jeito inquieto e o DNA do O POVO, comprovado nos profissionais que passaram e estão nesta Casa, nas reportagens que assinaram, nas concepções gráficas corajosas, de vanguarda mesmo.
Também no pioneirismo que é marca do O POVO+, pra citar um exemplo recente.
Até que eu fizesse parte desta engrenagem, foram alguns “nãos” que, percebo novamente ao produzir esse relato, tiveram muita importância na medida em que me abasteceram de ânimo para seguir buscando o primeiro estágio. Até entrar na Aguanambi 282, enfim, pela porta da Rádio O POVO/CBN graças à boa vontade da jornalista Selma Vidal.
Cultivo com bom humor a lembrança de o “sim“ ter me feito sair andando sem rumo pela Domingos Olímpio, num tipo de alegria que ainda não havia experimentado e, por isso isso mesmo, não sabia direito como lidar.
Até queria dizer que a avenida estava tomada de ipês, de modo a conferir certo contorno poético ao texto. Pura mentira! Era só mesmo o engarrafamento e o som das buzinas que ali pelo fim da tarde davam ritmo àquele meu agito interno, posteriormente regado a cerveja.
E assim foi ao pisar pela primeira vez e muito nervoso na Redação para iniciar no portal O POVO Online e, pouco depois, quando fui pedir a Guálter George uma chance na Política, num lapso de atrevimento encorajado pelo jornalista Wagner Mendes.
Além de vocação e empenho imprescindíveis, somos também resultados dessas generosidades. É como penso e, principalmente, como eles, e não só eles, pensam.
Nem tudo são flores, mas existem bases muito sólidas, mantidas e renovadas, sobre as quais é possível se amparar em momentos bons e adversos do ofício. Carrego o sentimento de que quero continuar.
A seguir, você encontra os relatos de Daniela (Cotidiano), Sabrina Cabral (Esportes), Guilherme Filho (Vida&Arte) e Letícia (Economia), jovens leitores que compartilham experiências nesse especial de 93 anos.
Carlos Holanda, 23 anos, é jornalista. Foi produtor estagiário da Rádio O POVO/CBN, com passagens pelo portal O POVO Online. Atualmente, cobre Política para o Grupo O POVO
Daniele Cardoso: a jovem com paralisia cerebral que se formou em Letras, é comunicadora na Rede Cuca e escreve para O POVO
Guilherme Almeida: "A comunicação é meu superpoder"
Sabrina Cabral: o sonho em inspirar jovens para transformar o mundo guiada pela educação
Letícia Carvalho: leitura de jornal ajudou na preparação da vencedora do concurso "Redação Enem: chego junto, chego a 1.000!"