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Importação chega a US$ 2,07 bi e indústria local se beneficia
Reportagem

Importação chega a US$ 2,07 bi e indústria local se beneficia

Fomento. Insumos para produção
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Com investimento somado de R$ 782 milhões, os cinco parques solares no Cariri podem gerar 2,8 mil empregos (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Com investimento somado de R$ 782 milhões, os cinco parques solares no Cariri podem gerar 2,8 mil empregos

A marca atingida pelo Ceará nas exportações também foi acompanhada nas importações, que chegaram a US$ 2,07 bilhões entre janeiro e agosto deste ano, mantendo a balança comercial cearense deficitária. O valor só é menor do que o de maio de 2016, quando o Estado vivia o momento de importação dos equipamentos da CSP. No entanto, o cenário não surpreende negativamente, e é analisado de forma positiva, uma vez que os itens comprados são insumos para indústria local.

"A maior parte dos produtos que a gente importou é para fomentar indústria, ou seja, é maquinário, combustível, trigo, hulha... e a gente mostra que a indústria está se equipando e isso significa que ela vai produzir", analisa Lais Bertozo, assessora especial do Centro Internacional de Negócios (CIN).

Com mais insumos à disposição, a expectativa é de que a produção industrial local também cresça e movimente a economia a partir de mais negócios entre indústrias e compradores, geração de empregos e renda.

Dos itens mencionados por Lais, a hulha foi a de maior peso na importação cearense. Usado como combustível nas fábricas, o tipo de carvão somou US$ 226,44 milhões entre janeiro e agosto de 2021 e obteve um aumento na importação de 18,1%.

Em seguida veio o trigo. Sede de gigantes do setor alimentício, o Estado abriga moinhos que beneficiam o trigo e fabricam biscoitos e massas para venda no mercado brasileiro. Neste caso, o insumo somou US$ 176,35 milhões no período - alta de 8,9%.

Já os combustíveis são, na maioria, diesel, usado também nas usinas térmicas instaladas no Ceará. Foram US$ 166,21 milhões comprados de fora do Brasil com destino ao Estado, o que representou 52,8%.

Porém, a maior expansão na importação cearense se deve às células solares em módulos ou painéis, que somou US$ 101,32 milhões e chegou a um crescimento de 1.186,6%. Com a instalação de parques fotovoltaicos no Estado, a necessidade deste tipo de equipamento foi urgente. A compra do exterior é resultado de falta de fornecedores no mercado brasileiro, o que leva o Governo do Ceará a declarar como objetivo a captação de uma fábrica destas.

No entanto, justamente por esse cenário, Lais Bertozo considera que a compra dos painéis solares não é "vista com maus olhos". Isso porque, segundo ela, a falta de fornecedores e o uso do equipamento para geração de energia também demonstram investimento local.

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