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Importação é estratégia para adaptação tecnológica e redução de custos
Economia

Importação é estratégia para adaptação tecnológica e redução de custos

Déficit entre o vendido e o comprado do exterior pode ser visto como estratégia do setor produtivo cearense
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Entrada de produtos são observados como adaptação tecnológica e atendimento de setores que não dispõem de matéria-prima (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Entrada de produtos são observados como adaptação tecnológica e atendimento de setores que não dispõem de matéria-prima

O dinamismo do comércio exterior aliado às mudanças ocasionadas na pauta de exportação e importação cearense tem demonstrado uma leitura já feita por especialistas em outros mercados: a importação tem se constituído uma estratégia para modernização de alguns setores, a partir da compra de novas tecnologias, e da redução de custos. Os dois fatores, atualmente, justificam e tornam compreensível o déficit de US$ 468,6 milhões na balança comercial cearense entre janeiro e junho deste ano.

Dados compilados pelo Ministério da Economia demonstram a teoria na prática: carvão (12%), combustíveis (8,3%) e trigo (8,2%) são os principais itens comprados do exterior, num exemplo prático de itens que não são produzidos aqui ou que são beneficiados pelas indústrias cearenses. “Trigo é uma matéria prima que está movimentando muito, mas, quando chega aqui, a fábrica faz farinha, fabrica biscoito, massa, e até exporta”, exemplifica Clarissa Gondim, CEO da Frota Aduaneira.

 

Na prática, o trigo produzido no Brasil não atende todo o mercado e o que chega ao Ceará via importação é beneficiado e vendido com valor agregado maior, gerando ganhos ao Estado. No caso dos combustíveis, a compra do exterior surge como única solução, uma vez que não há produção local dos itens. E ainda surgem outras possibilidades, como a importação pela construção civil de aço turco para garantir preços menores ao setor, como ocorreu recentemente.

“A gente vive em um ambiente de livre mercado e obviamente as empresas têm que estar competitivas e vão buscar onde tem melhores condições de preços”, ressalta Roseane Medeiros, secretária-executiva da Indústria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet).

Já como exemplo de adaptação tecnológica, ela cita a importação de materiais para geração solar. Este tipo de equipamento representou 6,5% da importação cearense no primeiro semestre deste ano e nem sempre chega ao Estado pelos portos que contabilizam a balança comercial. Os itens são destinados a produção fotovoltaica e a tendência é de crescimento nos próximos anos.

“Nós tentamos atrair um fabricante de placas solares, por exemplo, mas até conseguir sucesso num projeto desse em escala grande, a gente vai demorar. Nós temos um ambiente propício para atingir sucesso no hidrogênio verde e isso vai incrementar muito não só a fabricação, mas também a importação para os parques de energia renovável”, comenta sobre o como a balança ainda deve se adaptar somente no caso do hub de hidrogênio verde.

Balança comercial Ceará

Exportações

US$ 1,07 bilhões

Importações

US$ 1,54 bilhões

Déficit

-US$ 468,6 milhões


Produtos importados

Carvão: 12%

Óleos combustíveis: 8,3%

Trigo: 8,2%

Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores: 6,5%

 

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