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Setor de seguros expande 15,7% no Ceará
Reportagem

Setor de seguros expande 15,7% no Ceará

| Em 2022| Crescimento acompanha cenário nacional em evolução da arrecadação com 17,1%. Nos últimos 10 anos, no Estado, Seguro Viagem, Grandes Riscos e Transportes e Embarcador Nacional lideram crescimentos acima de 500%
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Rafael Rocha é superintendente no Ceará da Mag Seguros (Foto: Henrique Gonçalves_MAG Seguros)
Foto: Henrique Gonçalves_MAG Seguros Rafael Rocha é superintendente no Ceará da Mag Seguros

O setor de seguros no Ceará cresceu acima de dois dígitos em 2022, entre janeiro e novembro, registrando um aumento de 15,7% na procura por seguros, com um total de R$ 5.649 milhões, o que representa 1,8% do market share nacional, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (Cnseg). Os valores não incluem dados de Saúde e Danos Pessoais Causados Por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).

Já os números relativos às indenizações, benefícios, resgates e sorteios, do mesmo período, apresentaram uma queda de 5%, com um total de R$ 1.341,56 milhão, que é 0,7% do market share nacional.

De acordo com a Cnseg, nos últimos 10 anos, os tipos de seguros que mais evoluíram no Ceará foram de Viagem (796,8%); Grandes Riscos (642,2%);Transportes e Embarcador Nacional (563,6%); Responsabilidade Civil (400,7%); Prestamista (381,9%), que é referente a prestação, empréstimo e parcelamento de compras.

O superintendente da Mag Seguros, Rafael Rocha, comenta que na carteira possui 380 corretores atualmente, sendo 80 ativos e estão em busca de formar mais 20 profissionais ainda este ano. A meta da empresa é crescer 20% esse ano no Ceará.

Entre 2022 e 2021, o crescimento foi de 7%. O valor pago em benefícios foi de R$ 13,2 milhões e a arrecadação somou R$ 38 milhões nos 12 meses.

O executivo considera que o Estado está em ascensão e é referência econômica no Nordeste e que com a pandemia aumentou a adesão ao Seguro de Vida no Ceará. "As pessoas pararam para reavaliar as quatro questões essenciais: morte, invalidez, aposentadoria e saúde. Muitas pessoas infelizmente não conseguem mais pagar um plano de saúde", analisa Rocha.

Entre os novos produtos há opções para quem necessita de cirurgia, mas não tem o investimento necessário para realizá-la, por exemplo. "Assim como a questão de doenças graves que além de câncer cobre outros tipos como mal de Parkinson, Alzheimer, diabetes, entre outras", descreve.

Uma modalidade que chama atenção é a questão do afastamento do trabalho, pois o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem os prazos, as carências e as perícias que comprometem muito o recebimento da quantia e o tempo em que disponibilizam.

Assim, em sua visão, a modalidade de bem-estar é a que tem maior possibilidade de crescimento pela associação a questões de saúde, relacionadas as deficiência dos planos que estão no e do Sistema Único de Saúde (SUS).

Já no Brasil, o aumento foi de 17,1% em 2022, considerando janeiro a novembro de igual período em 2021, com mais de R$ 322,3 bilhões em arrecadação, contribuições em planos de caráter previdenciário e faturamento de títulos de capitalização, sem Saúde e DPVAT.

A alta aconteceu, principalmente, pela maior procura por produtos oferecidos pelas seguradoras em diversas áreas como - automóveis, residenciais, saúde e bem-estar, vida, entre outros.

Somente em novembro, esse montante foi de R$ 27,7 bilhões, 8,3% a mais que nos meses do ano anterior, conforme informações da Cnseg.

O levantamento destaca, ainda, o aumento no pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios, que somaram mais de R$ 200 bilhões nos onze primeiros meses de 2022, volume 16,6% superior ao do mesmo período de 2021. Ao comparar apenas novembro, o total pago no último ano foi 6,2% maior, totalizando a quantia de R$ 18,8 bilhões.

Entre os ramos que mais se destacaram foram o Rural com 78,6%; o de Automóvel 36,9%; e os produtos da família VGBL com 16,7%. Eles, em conjunto, foram responsáveis por 91,6% do avanço total das indenizações, benefícios, resgates e sorteios pagos no ano.

O presidente da Cnseg, Dyogo Oliveira, avalia que o Seguro Rural vem se destacando nesse cenário, pois é de suma importância para subsistência da agricultura no País, atividade que corresponde a cerca de 30% do PIB do Brasil.

A modalidade abrange a cobertura dos riscos relacionados às atividades agrícola, pecuária, aquícola e florestal, incluindo o patrimônio do produtor rural e seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, podendo incluir ainda um seguro de vida.

"Isso é confirmado pelo expressivo avanço da demanda do produto no ano e pelo grande aumento do montante que o setor pagou por perdas cobertas pelas diversas modalidades do seguro rural", diz, destacando que no ano passado foi pago, pela primeira vez, mais de R$ 10 bilhões em indenizações, valor 78,6% superior ao de 2021.

Entre as principais tendências em seguros para 2023, de acordo com a Cnseg, estão o Seguro Viagem, especialmente com o término da pandemia.

Entre janeiro e novembro de 2022, o setor segurador viu a demanda por Seguro Viagem crescer se comparado ao mesmo período de 2021. A procura pelo produto saltou de R$ 282,49 milhões para R$ 815,59 milhões, variação de 188,7%. No Ceará, esse percentual é ainda maior com um salto de 796,8% se considerado os últimos 10 anos.

Outro em crescimento no Brasil é o Seguro Rural, o levantamento da entidade aponta no levantamento entre janeiro e novembro de 2022, mostra que a procura pelo seguro Rural quase triplicou nos últimos cinco anos. A arrecadação subiu de R$ 4,284 bilhões em 2018 para R$ 12,644 bilhões em 2022.

E com o avanço da tecnologia e o aumento no número de acessos externos à rede das empresas nos últimos três anos, o Seguro Cibernético também tem chamado à atenção e trouxe o crescimento dos canais digitais e do e-commerce. Consequentemente, a tendência é que as empresas busquem cada vez mais essa proteção.

* A jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Mag Seguros.

 

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