A chegada dos meses setembro, outubro, novembro e dezembro para a economia cearense representa a criação de oportunidades de trabalho e a projeção para este ano é de novos 3,4 mil empregos temporários no chamado B-R-O-bró, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho enviados com exclusividade ao O POVO.
O número iguala a mesma quantidade de vagas do tipo geradas em igual período do ano passado e representa um fortalecimento do mercado de trabalho cearense, conforme destaca Renan Ridley, secretário do Trabalho do Ceará em exercício.
“Nós temos uma queda no desemprego e o aumento do emprego formal, com carteira assinada. Inclusive, tivemos aumento das contratações efetivas no período pós-temporário e muitas das empresas, dado o crescimento econômico e o aquecimento do mercado, já contrataram parte das pessoas que teriam de demandar no fim do ano”, explica.
Tradicionalmente, o segundo semestre possui datas que aquecem mais esses setores - como Dia das Crianças e Natal -, o que leva a demanda por mais funcionários para dar conta do trabalho. Como o consumo das famílias é um dos elementos da economia também em alta, a preparação dos estabelecimentos responde a um sinal de demanda elevada.
Das 3,4 mil vagas temporárias previstas para os quatro últimos meses de 2024, o destaque vai para os postos do comércio e de serviços, de acordo com o levantamento elaborado pelo IDT. Com maior peso sobre a economia local - algo em torno de 70% do PIB -, os setores movimentam mais as contratações.
As de maior volume são as ocupações de vendedor e operador de caixa, mas “também estarão abertas outras oportunidades para quem deseja se inserir ou reinserir no mercado de trabalho, em ocupações como garçom, recreador, cumim e segurança de eventos.”
Rubens Rodrigues, diretor da Promoção do Trabalho e Empreendedorismo do IDT, analisa que o perfil das vagas “segue uma dinâmica natural”, respeitando a sazonalidade do período e criando “um círculo virtuoso para a economia”, uma vez que o reflexo do aquecimento no comércio e serviços é observado posteriormente na indústria.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE) projeta ainda que mil postos do tipo devem ser gerados pelos associados, somando a segunda metade do ano e a alta estação que se estende até fevereiro.
O secretário do Trabalho em exercício atesta que a maior quantidade das 3,4 mil vagas de emprego temporário previstas para o B-R-Ó-bró estão concentradas na Região Metropolitana de Fortaleza (RFM), onde está o maior peso nos setores de comércio e serviços do Estado.
São cerca de 60% nos municípios ao redor da Capital, enquanto os 40% restantes são pulverizados entre as demais regiões, com oportunidades em todas elas, de acordo com o diretor da Promoção do Trabalho e Empreendedorismo do IDT.
Ele cita Cariri, Região Norte e Sertão Central, com destaque para as cidades de Quixadá, Sobral, Tianguá, Juazeiro do Norte e Iguatu.
Mais do que uma chance de conseguir um emprego até o fim do ano, as vagas temporárias alimentam o desejo dos trabalhadores de conquistar a efetivação no cargo, na maioria dos casos. Análise do IDT indica que 20% dos empregados temporários conseguem alcançar este objetivo.
Perguntado qual seria o comportamento para que o funcionário contratado temporariamente alçasse a posição de efetivo, Rodrigues afirmou que “as pessoas que mais se esforçam e têm a dinâmica de compreender os valores e os propósitos das empresas” têm mais chances.
O dia a dia e o foco nesses objetivos são a dica para obter a vaga. “Assim, ela se destaca e tem uma porta de entrada para o emprego definitivo”, arrematou.
Estado espera que crescimento econômico mantenha saldo positivo de emprego formal
A queda da taxa de desocupação no Ceará e a manutenção de um saldo positivo no emprego formal no Estado apontam, segundo acredita o secretário em exercício Renan Ridley (Trabalho), em uma manutenção do crescimento do mercado de trabalho ao término deste ano. "A ideia é superar o ano passado nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que são menores nesse segundo semestre. Mas dado esse crescimento econômico, nós acreditamos que será melhor do que o saldo do ano passado", afirmou sem arriscar em quanto deve crescer.
O Caged indica um estoque de 1,3 milhão de empregos, os quais acompanhados de um saldo de 34,9 mil postos formais gerados entre janeiro e agosto de 2024 ancoram a confiança do secretário. Somado a isso, a taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um percentual de 7,5% em agosto - a menor taxa desde 2014.
Ao se observar os dados de geração de emprego com carteira assinada, os mesmos setores que lideram as vagas de emprego temporário também são os que mais empregam formalmente os cearenses. Comércio e Serviços somam 22,8 mil postos a mais no mercado de trabalho do Ceará em 2024. Ao mesmo tempo, os demais setores produtivos também avançam, construindo o cenário de economia forte mencionado por Ridley. Agropecuária (565), Construção Civil (4,1 mil) e Indústria (7,4 mil) têm saldos positivos de emprego no ano no Estado. No último trimestre, o rendimento médio do trabalhador cearense também aumentou. Subiu 7,2% quando comparados os períodos de janeiro a março e abril a junho de 2024, chegando a R$ 2.164.
Os números reforçam ainda mais a perspectiva do Estado em obter crescimento no mercado de trabalho local, especialmente após o resultado do 2º trimestre do Produto Interno Bruto (PIB) do País - de 1,4% e que surpreendeu o mercado financeiro.
No Estado, Ridley confia numa crescente também. O desempenho da atividade econômica cearense deve ser revelado nas próximas semanas pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado do Ceará, mas o secretário Fabrízio Gomes (Fazenda) já afirmou que os números indicam um resultado positivo localmente.
Com setores aquecidos e consumo das famílias em alta - como se espera observar no PIB -, o cenário de maior contratação pode se concretizar para além dos cargos temporários no Ceará.
Vagas contemplam profissionais com e sem experiência
Maior gerador de postos de emprego do Estado, o setor de serviços também oferta oportunidades em diferentes estágios de experiência profissional. O Beach Park, por exemplo, está com 300 vagas temporárias para atender à demanda da alta temporada de verão.
"As oportunidades estão disponíveis para profissionais de diferentes áreas e níveis de experiência, oferecendo uma excelente chance para quem busca ingressar no mercado de trabalho ou ganhar uma renda extra", ressalta a empresa.
De imediato, com exigência de Ensino Superior completo ou em andamento, estão abertas 50 vagas para consultor de turismo. A lista de pré-requisitos ainda inclui "ser uma pessoa comunicativa, articulada e focada em resultados."
Os profissionais serão selecionados para atuar na Sala de Vendas Vacation Club, em Aquiraz; nas barracas Chico do Caranguejo e Crocobeach, na Praia do Futuro; no Cumbuco e também no Rio de Janeiro.
Para outubro, com exigência de Ensino Médio completo, o Beach Park se prepara para abrir seleção de vagas temporárias para promotor de Marketing, recepcionista, vendedor de loja, monitor de esporte e lazer, instrutor de brinquedos, atendente, camareira, auxiliar de cozinha, auxiliar de serviços gerais, roupeiro, mensageiro, estoquista e auxiliar de logística. As inscrições são no site beachpark.vagas.solides.com.br/.
O que fazer para conquistar a vaga temporária?
Demonstre gentileza
Se mostrar interessado e ter gentileza com o público, caso o emprego seja no varejo, é importante e causa boa impressão. Atitudes como empatia com colegas e boa vontade também são observadas.
Apresente resultados
Durante o trabalho temporário mostrar os resultados para coordenadores e gerentes é essencial. Não precisa necessariamente fazer longas reuniões, mas mostrar a eficiência e enaltecer os pontos fortes profissionais é uma ótima combinação para se diferenciar.
Aproveite o trabalho em equipe
Além de potencializar as qualidades em grupo, aproveitar estes momentos para fazer networking é essencial. É indicado tirar dúvidas e entender a dinâmica da empresa.
Falar é importante
Comentar com colegas de trabalho e com superiores sobre o interesse pela permanência na empresa é uma boa prática, assim, sabendo da disponibilidade do profissional, as possibilidades aumentam.
Fonte: Luandre Soluções em Recursos Humanos
Legislação estabelece regras para o trabalho temporário
O que é o Trabalho Temporário?
O Trabalho Temporário - em conformidade com a Lei Federal 6.019/74 e o Decreto nº 10.854/2021 -, é prestado por pessoa física contratada por uma agência de Trabalho Temporário que a coloca à disposição de uma empresa utilizadora.
Quais as necessidades que atende?
O contrato de Trabalho Temporário visa atender às necessidades transitórias das empresas, sendo elas:
substituição transitória de pessoal permanente, como coberturas de férias, afastamentos ou licenças do pessoal efetivo;
demanda complementar de serviço, como o reforço na força de trabalho, picos de movimentação, além dos períodos sazonais.
Qual o prazo de contratação?
O Trabalho Temporário possui limite legal de 180 dias. E, caso se mantenha a necessidade transitória da empresa, o contrato pode ser prorrogado por mais 90 dias.
Trata-se de uma opção formal de contratação?
Sim. O Trabalho Temporário é uma opção formal de contratação, que preserva os direitos dos trabalhadores, já que a remuneração do temporário é equivalente aos dos empregados efetivos da mesma categoria da empresa utilizadora; há o pagamento de férias proporcionais; Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); benefícios e serviços da Previdência Social; seguro de acidente do trabalho; e há a anotação da condição de trabalhador temporário na Carteira de Trabalho Digital.
Como contratar um trabalhador temporário?
Para realizar a contratação de um trabalhador temporário, a empresa utilizadora precisa, obrigatoriamente, contratar uma agência de Trabalho Temporário registrada e autorizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para que realize a intermediação da contratação.
Fonte: Associação Brasileira do Trabalho Temporário