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Preço comparado: produtos de limpeza ficam até 24,6% mais caros em outubro
Reportagem

Preço comparado: produtos de limpeza ficam até 24,6% mais caros em outubro

De um total de vinte produtos pesquisados, 11 apresentam alta, enquanto sete apresentam queda, um estabilidade e outro estreou no estudo
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PREÇO COMPARADO 
do mês de outubro analisou o recorte dos departamentos de higiene e limpeza (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE PREÇO COMPARADO do mês de outubro analisou o recorte dos departamentos de higiene e limpeza

O preço dos produtos de higiene e limpeza apresentou alta de até 24,6% na comparação entre outubro e o mês anterior.

Os dados são apontados pelo levantamento do Departamento Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon Fortaleza).

Os valores foram consultados em supermercados da Capital de 1º a 17 de outubro e analisados pelo O POVO, por meio do projeto Preço Comparado, por meio da Central de Dados O POVO+.

A pesquisa do órgão analisa 100 produtos em 36 lojas da Cidade, mas o Preço Comparado fez um recorte de 20 itens classificados como produtos de higiene e limpeza, em 13 supermercados, para fazer a análise.

Selecione um produto e compare os preços nos 13 supermercados analisados pelo O POVO e Procon

Na comparação com o mês anterior, ficaram entre os destaques positivos: o sabão em pó sachê, o desodorante masculino spray e o detergente líquido, com quedas de 9,5%, 3,4% e 2%, respectivamente. Já as principais altas foram do fio dental 100 m, do talco para bebê e da esponja de aço, com altas de 24,6%, 24,3% e 17,7%, respectivamente.

A propósito, na comparação entre outubro e setembro, sete produtos apresentaram queda, enquanto outros 11 apresentaram alta, tendo um produto permanecido com preços estáveis e um último estreado na pesquisa e não tendo, portanto, base de comparação.

na comparação com janeiro, apenas dois produtos tiveram queda: o talco para bebê e o sabão em pó sachê, com reduções de 19,2% e 3,3%, respectivamente. As maiores altas nesse comparativo são do shampoo, com alta de 20,3% e do condicionador com alta de 19,3%.

Na comparação com os últimos 12 meses, nenhum produto apresentou retração. As maiores altas foram as do condicionador que subiu 23,9% e da esponja de aço, que teve alta de 22,7%, no período analisado.

Para o economista Alex Araújo, para entender o comportamento dos preços do segmento de higiene e limpeza é preciso levar em conta a natureza industrial desses produtos.

“A gente tem que analisar o comportamento de todos os insumos, que aí envolve a indústria. Aí ver que tipo de produto é esse. Produtos que usem álcool como insumo ficam sujeitos à safra de álcool e podem ter alguma variação sazonal em função da safra”, exemplifica.

“Parte do comportamento de preço vai estar na indústria, mas o normal do preço do produto industrial é estar sempre crescendo ali, repondo a inflação, porque os insumos, no geral, não são tão flexíveis ou não têm uma sazonalidade tão grande, pela dependência de produtos primários”, prossegue Araújo.

Ele também cita a natureza do tipo de comércio como um dos fatores que impacta o preço dos produtos.

“Alguns produtos excessivamente estocados no atacado podem ter queda no preço. Porque neste ano, a gente teve um comportamento bem diferente do consumidor, que teve muita dificuldade de ajustar o orçamento, por conta do peso das dívidas. Então, ele restringiu bastante o consumo para itens de supermercado e de farmácia”, pondera.

“Pode ser que algum produto do atacado tenha ficado com o estoque além daquilo que seria razoável e, eventualmente, ele baixa o preço. Então, primeiro baixa no atacado e depois tem esse impacto no varejo. Você pode ter uma combinação desses dois fatores, sendo que essa queda dos sete produtos deve estar muito mais relacionada ao segundo fator — a regulação de estoque entre atacado e varejo”, analisa o economista.

Preços podem variar até 324,2% entre supermercados

Além de ficar atento à evolução mensal dos preços dos produtos, é fundamental para o consumidor pesquisar antes de fazer as compras, especialmente no segmento de higiene e limpeza.

Para se ter uma ideia, entre 20 itens pesquisados no projeto Preço Comparado em outubro, quatro tiveram altas acima de três dígitos. O caso mais extremos é o dos lenços umedecidos, cuja variação pode chegar a 324,2% entre um supermercado e outro, indo de R$ 5,89 a R$ 24,99 (ver infográfico).

Navegue pelo mapa e veja a lista de produtos por supermercados

Na sequência aparece o fio dental (100 m), com variação de 218,3%. O produto pode ser encontrado de R$ 5,89 a R$ 24,99. Outro produto com variação na casa dos três dígitos é o talco para bebê, que pode ir de R$ 13,19 a R$ 30,99, uma diferença de 134,9%.

Fechando o grupo de produtos com variações superiores a 100% está o sabão em pó sachê, que varia 108,5%, indo de R$ 5,99 a R$ 12,49. Para a presidente do Procon Fortaleza, Eneylândia Rabelo, essas variações reforçam a necessidade de o consumidor pesquisar e de ter acesso a informações como as do Preço Comparado.

“Nós, enquanto Procon, sabemos da importância de pesquisar o preço dos produtos para adquirir esses itens, principalmente em supermercados, que é uma coisa rotineira na vida das pessoas. E comprar com um preço mais em conta, para ter uma economia no fim do mês”, pontua.

“A pesquisa do Procon já vem com esse intuito também: de orientar o consumidor justamente para que ele observe qual é o supermercado que está mais barato e qual é o que está mais caro, porque são índices relacionados ao dia a dia, aos produtos que o consumidor mais costuma adquirir”, diz.

“E, claro, a gente sabe que essa questão da procura dos produtos interfere nos preços. Como o consumidor sabe que precisa pesquisar e que as coisas estão mais caras, ele de fato precisa verificar essa questão. A gente sabe que isso pode interferir também nessa queda dos preços, na oferta e na procura, como a gente costuma dizer”, conclui Eneylândia.

Tarifaço tem baixo impacto no segmento

Apesar de alguns produtos terem oscilado para cima ou para baixo em consequência do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos à boa parte das exportações brasileiras, a característica peculiar da indústria de higiene e limpeza fez com que esses itens sofressem pouco com esse processo. É o que analisa o economista Alex Araújo.

“Esses produtos, em particular, estão muito ligados à própria indústria local. Em alguns casos, como alguns tipos de detergente ou água sanitária, que têm uma relação volume/peso muito forte. O que acontece é você ter indústria regional. Cada litro desse produtos é um quilo. Então, o custo de transporte fica muito pesado pra você ter produtos que venham do Sudeste”, cita.

“Então, há uma distribuição regional e, dependendo do produto, você não tem espaço para muitas indústrias. Às vezes, tem um problema em uma dessas indústrias — a gente teve isso, por exemplo, com o cimento aqui no passado. Então, uma fábrica dessa que tem algum problema de manutenção, desregula a oferta temporariamente naquele mercado e o preço se eleva”, exemplifica.

“Mas o que acontece com esses produtos, principalmente esses insumos de construção civil ou os de uso doméstico, como os produtos de higiene e limpeza, é que a indústria deles é, naturalmente, nacional. Você raramente vai ter item exportado — talvez apenas linhas premium, que são um mercado muito específico. Não é para o varejo, não é para venda em larga escala”, pontua.

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Para se ter uma ideia entre 20 itens pesquisados no projeto Preço Comparado em outubro, quatro tiveram altas acima de três dígitos. O caso mais extremos é o dos lenços umedecidos, cuja variação pode chegar a 324,2% entre um supermercado e outro, indo de R$ 5,89 a R$ 24,99 (ver infográfico).

Na sequência aparece o fio dental (100 m), com variação de 218,3%. O produto pode ser encontrado de R$ 5,89 a R$ 24,99. Outro produto com variação na casa dos três dígitos é o talco para bebê, que pode ir de R$ 13,19 a R$ 30,99, uma diferença de 134,9%.

Fechando o grupo de produtos com variações superiores a 100% está o sabão em pó sachê, que varia 108,5%, indo de R$ 5,99 a R$ 12,49. Para a presidente do Procon Fortaleza, Eneylândia Rabelo, essas variações reforçam a necessidade de o consumidor pesquisar e de ter acesso a informações como as do Preço Comparado.

“Nós, enquanto Procon, sabemos da importância de pesquisar o preço dos produtos para adquirir esses itens, principalmente em supermercados, que é uma coisa rotineira na vida das pessoas. E comprar com um preço mais em conta, para ter uma economia no fim do mês”, pontua.

“A pesquisa do Procon já vem com esse intuito também: de orientar o consumidor justamente para que ele observe qual é o supermercado que está mais barato e qual é o que está mais caro, porque são índices relacionados ao dia a dia, aos produtos que o consumidor mais costuma adquirir”, diz.

“E, claro, a gente sabe que essa questão da procura dos produtos interfere nos preços. Como o consumidor sabe que precisa pesquisar e que as coisas estão mais caras, ele de fato precisa verificar essa questão. A gente sabe que isso pode interferir também nessa queda dos preços, na oferta e na procura, como a gente costuma dizer”, conclui Eneylândia.

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“Esses produtos, em particular, estão muito ligados à própria indústria local. Em alguns casos, como alguns tipos de detergente ou água sanitária, que têm uma relação volume/peso muito forte. O que acontece é você ter indústria regional. Cada litro desse produtos é um quilo. Então, o custo de transporte fica muito pesado pra você ter produtos que venham do Sudeste”, cita.

“Então, há uma distribuição regional e, dependendo do produto, você não tem espaço para muitas indústrias. Às vezes, tem um problema em uma dessas indústrias — a gente teve isso, por exemplo, com o cimento aqui no passado. Então, uma fábrica dessa que tem algum problema de manutenção, desregula a oferta temporariamente naquele mercado e o preço se eleva”, exemplifica.

“Mas o que acontece com esses produtos, principalmente esses insumos de construção civil ou os de uso doméstico como os produtos de higiene e limpeza, é que a indústria deles é, naturalmente, nacional. Você raramente vai ter item exportado — talvez apenas linhas premium, que são um mercado muito específico. Não é para o varejo, não é para venda em larga escala”, pontua.

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Apesar de alguns produtos terem oscilado para cima ou para baixo em consequência do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos à boa parte das exportações brasileiras, a característica peculiar da indústria de higiene e limpeza fez com que esses itens sofressem pouco com esse processo. É o que analisa o economista Alex Araújo.

"Esses produtos, em particular, estão muito ligados à própria indústria local. Em alguns casos, como alguns tipos de detergente ou água sanitária, que têm uma relação volume/peso muito forte. O que acontece é você ter indústria regional. Cada litro desse produtos é um quilo. Então, o custo de transporte fica muito pesado pra você ter produtos que venham do Sudeste", cita.

"Então, há uma distribuição regional e, dependendo do produto, você não tem espaço para muitas indústrias. Às vezes, tem um problema em uma dessas indústrias — a gente teve isso, por exemplo, com o cimento aqui no passado. Então, uma fábrica dessa que tem algum problema de manutenção, desregula a oferta temporariamente naquele mercado e o preço se eleva", exemplifica.

"Mas o que acontece com esses produtos, principalmente esses insumos de construção civil ou os de uso doméstico, como os produtos de higiene e limpeza, é que a indústria deles é, naturalmente, nacional. Você raramente vai ter item exportado — talvez apenas linhas premium, que são um mercado muito específico. Não é para o varejo, não é para venda em larga escala", pontua.

Preços podem variar até 324,2%

Além de ficar atento à evolução mensal dos preços dos produtos, é fundamental para o consumidor pesquisar antes de fazer as compras, especialmente no segmento de higiene e limpeza.

Para se ter uma ideia, entre 20 itens pesquisados no projeto Preço Comparado em outubro, quatro tiveram altas acima de três dígitos. O caso mais extremos é o dos lenços umedecidos, cuja variação pode chegar a 324,2% entre um supermercado e outro, indo de R$ 5,89 a R$ 24,99 (ver infográfico).

Na sequência aparece o fio dental (100 m), com variação de 218,3%. O produto pode ser encontrado de R$ 5,89 a R$ 24,99. Outro produto com variação na casa dos três dígitos é o talco para bebê, que pode ir de R$ 13,19 a R$ 30,99, uma diferença de 134,9%.

Fechando o grupo de produtos com variações superiores a 100% está o sabão em pó sachê, que varia 108,5%, indo de R$ 5,99 a R$ 12,49. Para a presidente do Procon Fortaleza, Eneylândia Rabelo, essas variações reforçam a necessidade de o consumidor pesquisar e de ter acesso a informações como as do Preço Comparado.

"Nós, enquanto Procon, sabemos da importância de pesquisar o preço dos produtos para adquirir esses itens, principalmente em supermercados, que é uma coisa rotineira na vida das pessoas. E comprar com um preço mais em conta, para ter uma economia no fim do mês", pontua.

"A pesquisa do Procon já vem com esse intuito também: de orientar o consumidor justamente para que ele observe qual é o supermercado que está mais barato e qual é o que está mais caro, porque são índices relacionados ao dia a dia, aos produtos que o consumidor mais costuma adquirir", diz.

"E, claro, a gente sabe que essa questão da procura dos produtos interfere nos preços. Como o consumidor sabe que precisa pesquisar e que as coisas estão mais caras, ele de fato precisa verificar essa questão. A gente sabe que isso pode interferir também nessa queda dos preços, na oferta e na procura, como a gente costuma dizer", conclui Eneylândia.

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