A parada das atividades dos setores de cultura e entretenimento impactou uma cadeia econômica ampla e diversa que faz acontecer espetáculos, shows e eventos em geral. A fragilidade de determinadas funções levou à criação de uma rede de solidariedade em prol de técnicos, músicos, cantores de bares, operadores, roadies, carregadores e freelancers, entre outros, que ajudam a construir essa teia cultural e fraternal: a ação Sons do Bem, promovida a partir de parceria entre empresas de entretenimento do Ceará e apoiada por artistas do Estado e de fora. O movimento vem unindo diversas frentes para arrecadação e doação de cestas básicas para a subsistência da classe e suas famílias.
"Fomos os primeiros a parar e não temos data para retorno", começa Roberto Costa, sócio da Social Music e empresário artístico da dupla Simone & Simaria. "Ao acompanhar as lives de nossos artistas e companheiros de profissão, percebi a oportunidade de ajudar toda a nossa classe de músicos, técnicos e afins da área, canalizando parte das doações dos artistas para um projeto", avança. Daí, surgiu a ação solidária, que vem atuando desde abril para somar nos movimentos de auxílio a trabalhadoras e trabalhadores do setor. Uniram-se na causa as produtoras e empresas Arte Produções, Multi Entretenimento, Social Music, F5 Produções, For You, Austin, Freelancer, D&E, A3, 7Tons, MegaSom, Camarote Shows e Eventos, After, Yuri do Paredão Entretenimento e Somzoom Sat Eventos.
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"Muitos são músicos profissionais que dependem da música e autônomos que ficaram completamente desamparados quando suspenderam as atividades de show, barzinhos e festas", lembra Roberto, que ressalta, ainda, que as atividades dos setores de entretenimento e cultura no País são responsáveis por "uma boa fatia do PIB nacional". Ações como o projeto Sons do Bem e outras que ocorrem a partir de mobilização social ou do empresariado vêm somar forças aos auxílios dos governos municipais, estaduais e federal, que por vezes demoram para serem liberados ou têm acesso dificultado.
Entre os artistas apoiadores, que promoveram transmissões solidárias de shows ao vivo com recebimento de doações repassadas ao Sons do Bem, estão figuras como o cantor e ator Thiago Matins, a banda Mastruz com Leite, a dupla Simone e Simaria e Wesley Safadão, entre outros. "Os alimentos arrecadados nas lives, doados pelos artistas, são transformados em cestas básicas com o auxílio de empresas especializadas em alimentos", explica Roberto.
A rede de solidariedade recebe, ainda, recursos de diferentes origens, todos em prol dos profissionais beneficiados. É possível doar sendo pessoa física ou jurídica. Basta, para tanto, entrar no site oficial da campanha ou no site do Efolia e buscar a aba do projeto. Então, é preciso preencher um cadastro e, logo depois, é possível fazer doação de qualquer quantia em dinheiro, que será revertida em cestas básicas.
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Para evitar aglomerações na retirada, o Sons do Bem construiu um processo que passa por um cadastro digital, utilizando-se da tecnologia de ingressos que as empresas possuem. "O músico ou técnico se cadastra e recebe um voucher informando dia, local e hora de recebimento. Beneficiamos mais de 4 mil famílias com recebimento mensal durante a pandemia. As empresas ligadas ao entretenimento e os artistas, locais e nacionais, foram sensíveis e solidários à classe", celebra Roberto.
Sons do Bem
Mais informações: www.sonsdobem.com.br/
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