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Dona Zefinha lança EP com colaborações e música inédita
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Dona Zefinha lança EP com colaborações e música inédita

Entre afetos e recordações, nasce "Mútuo", o novo EP do grupo cearense Dona Zefinha
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ESPETÁCULOS de seis países dividem a programação virtual do evento que chega à 13ª edição reconhecido pela inovação de linguagem  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação ESPETÁCULOS de seis países dividem a programação virtual do evento que chega à 13ª edição reconhecido pela inovação de linguagem

"Pai, por que é que o senhor é pobre? Pai, por que que a gente morre?". Começa assim a primeira faixa do EP "Mútuo", o novo trabalho do grupo Dona Zefinha já nas plataformas de streaming. Lançado dia 20 de dezembro para se integrar ao calor das comemorações natalinas, a obra é um misto de ritmos brasileiros com influências globais de lugares como Colômbia, Argentina, Peru e Cuba.

Com sede em Itapipoca, o grupo trabalha as artes da presença a partir do teatro de rua, do circo e da cultura popular, sempre sob os pilares do humor e da música - tudo entrelaçado. No álbum isso se traduz em canção e conta com a colaboração de diversos artistas entre amigos, parceiros e até família. É que o próprio coletivo nasceu entre irmãos: Orlângelo, Paulo e Ângelo.

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"Mútuo" é o resultado de dez anos de trabalho. Seu título homenageia as parcerias e a presença do outro. As 5 faixas foram selecionadas e extraídas de clipes já publicados por Dona Zefinha em seu canal no YouTube. Porém, "Fim de Mundo" é um filho da pandemia e fala sobre viver o agora. Orlângelo Leal a compôs em um momento de tristeza e reflexão no dia 13 de abril, data em que Moraes Moreira faleceu, uma das inspirações do artista.

O profissional informa que seu processo de criação parte de relatos e experiências traduzidos em poesia e do valor do contato com outros artistas do mundo inteiro. "Essa é uma característica muito forte nossa, esse intercâmbio. É uma forma de renovar nossas energias enquanto grupo. Estamos juntos há 30 anos, é um casamento, e às vezes vai cansando e encontramos novos suplementos em outros criadores." completa Leal.

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Assim, as letras se interligam enquanto falam de elementos em comum. Apesar de terem sido produzidas ao longo de uma década, a ideia é transmitir uma sensação de sequência ao ouvir o disco. "Rua da Alegria" é sobre o saudosismo de uma cidade que mudou, no caso Itapipoca. Já "Raízes" reflete sobre as origens, os saberes e sua importância enquanto "Bestinha por Ti" é toque e afeto.

A coletânea é cria do interior, e para Dona Zefinha, é muito importante ser um agente cultural em Itapipoca, onde fica a sede, sempre incentivando novos talentos. "Não necessariamente precisamos estar em São Paulo. A internet nos ajuda a construir novas formas de contato. Já moramos por 10 anos em Fortaleza e decidimos voltar com uma obra de cooperação e movimento da economia local", comunica um dos irmãos.

A arte da capa, um coração feito de fios e fones de ouvido, surgiu a partir da troca com o artista Henrique Oliveira, de Quixeré. Orlângelo expressa que o desenho representa a tradução do momento em que vivemos: cada vez mais conectados a cabos. Outra inspiração foi a série "Black Mirror" e suas discussões sobre o inserimento de tecnologia no cotidiano.

Para o futuro, o grupo planeja colocar seus dois primeiros discos nas plataformas de streaming e lançar mais dois singles: um no aniversário do compositor nacionalista cearense Alberto Nepomuceno e outro celebrando o folclore no halloween até mesmo na festa do saci, ambos no dia 31 de outubro.

EP "Mútuo"

Já disponível nas plataformas de streaming

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