O Rio de Janeiro se inscreve, sem dúvida, entre as cidades mais fotografadas do mundo. Sua geografia, natureza, as praias, a arquitetura neoclássica e art nouveau e seu ar de cidade que nunca abandonou a pose de imperial. Mas é também um local de contrastes, abandono, violência e da vivência com as múltiplas comunidades que a cercam, além, é claro, do delicioso bem-viver de seus habitantes É nesse cenário de contrastes que o fotógrafo carioca Rogério Reis circula há 40 anos, registrando as características do Rio e de seus personagens. São muitas as histórias que ele vivenciou e fotografou como fotojornalista. Algumas dessas múltiplas miradas estão no livro "Olho Nu - Rogério Reis" (Instituto Olga Kos).
A publicação surgiu de um convite feito pelo editor e também fotógrafo João Farkas que, com Kiko Farkas, são os responsáveis pela edição das imagens e pelo design do livro. Além de excelente fotógrafo, Rogério Reis é também um bom contador de histórias, como podemos conferir no longo e despojado bate-papo entre o próprio Rogério, os fotógrafos João Farkas e Edu Simões, os historiadores Ana Mauad e Mauricio Lissovsky, e os professores Rosental Alves e Mayra Rodrigues, transcrito no livro e que antecede as imagens.
Foi em um mergulho nos seus arquivos que Rogério Reis reencontrou fotografias feitas no início da carreira, como, por exemplo, a imagem da destruição do Mangue, realizada em 1979, para a construção de um novo bairro, até hoje não concluído. Apresenta também os surfistas do trem do ramal de Japeri, ensaios mais atuais como "Ninguém É de Ninguém", e pequenos recortes da cidade, encontro de olhares: "Este livro, que pode ser definido como uma antologia do meu trabalho, é, na verdade, o reencontro editorial com a fotografia de rua", conta Rogério, por telefone.
Uma imagem em preto e branco que marcou fortemente o fotojornalismo dos anos 1970 e 1980, especialmente no Jornal do Brasil no qual o Rogério trabalhou no início da sua carreira, chegando a editor de fotografia: "Gosto muito da rua, da crônica de seus hábitos e costumes, de poder conversar com as pessoas. O que me fascina é a busca pelo acaso", comenta.
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