"A gente tem uma estrutura social, uma coluna vertebral que se mantém, então há certos padrões, mas não podemos esquecer que a sociedade está em movimento", afirma em determinada altura da entrevista ao Vida&Arte o sociólogo, docente e pesquisador Guilherme Marcondes. A conversa se deu em uma das salas da exposição "Quilombo Cearense", no Museu de Arte Contemporânea (MAC) do Dragão do Mar, que tem curadoria assinada por ele com assistência técnica de Maíra Abreu e Hailla Krulicoski.
No doutorado, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o pesquisador produziu a tese "Procuram-se Artistas: Aspectos da Legitimação de (Jovens) Artistas da Arte Contemporânea", que virou livro publicado neste mês pela Editora Telha. Já no pós-doutorado, no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (UECE), ele vem mergulhando nas operações da racialidade e do gênero no processo de legitimação artística.
A mais recente pesquisa culminou na exposição, que ocupa, até o próximo dia 17, o MAC. Costurando as pesquisas em entrevista ao V&A, Guilherme compartilhou reflexões sobre atravessamentos coloniais na construção da legitimação, armadilhas da representatividade e a "luta coletiva, cotidiana e a passos muito lentos" por mudanças estruturais no campo da arte.
O POVO - Um jovem artista não necessariamente é um artista jovem. Ao mesmo tempo, há uma busca por “juventude” em chamadas públicas, seleções e residências. O que significaria, levando em conta esse contexto, o conceito “jovem” em “jovem artista”?
Guilherme Marcondes - Eu conhecia uma série de pessoas que estavam tentando ser artistas, entrar em exposições e residências, e fui percebendo que existiam cada vez mais editais voltados para esse "jovem artista". Só que você vai para uma exposição voltada para eles e entende que tem pessoas que não são necessariamente jovens no sentido socialmente compreendido, até os 29 anos. A ideia da tese foi tentar, através desses editais, entender qual era o padrão dessa juventude. A maioria das pessoas tinham entre 25 e 35 anos, embora tivessem pessoas com mais e menos idade. Foi interessante perceber que existe no campo da arte uma constante renovação tanto dos artistas, quanto dos trabalhos, das linguagens, das técnicas, uma renovação mais estrutural de quem são os atores que estão produzindo arte. Essa ideia que eu chamo de “interesse institucional pela novidade” garante que o campo da arte esteja sempre buscando novos artistas. Curadores, diretores de museus e colecionadores também tem interesse nessa renovação, não é só o interesse do artista em se tornar alguém “grandioso”. É esse jogo entre os interesses das instituições de arte, mas também desses artistas que estão querendo pavimentar uma carreira mais profunda.
OP - Como se dá o equilíbrio, ou não, entre essa busca pelo novo e a manutenção das estruturas que permitem que ela ocorra?
Guilherme - Isso se dá muito por conta de quem está no comando das instituições, quem são as pessoas que estão selecionando os artistas nos editais, as pessoas que colecionam, que são donas de galerias. A gente tem um padrão de pessoas que às vezes são as mesmas ou das mesmas famílias, então é uma estrutura que se mantém. Fora isso, a gente tem as carreiras do campo da arte: galeristas, diretores de museu, curadores. Tem todo um campo de sustentação desse universo. Acredito que a Universidade, por exemplo, tem papel importante não só de formação, mas também de legitimação, porque há exposições nelas, docentes que também atuam como curadores, uma série de atividades que mantém a estrutura do campo da arte funcionando. Essa renovação, sendo ela uma regra tácita desse universo, é mobilizada por esses diferentes atores da arte porque ela é uma prerrogativa do trabalho dessas pessoas. Elas precisam “descobrir” novos artistas, atuar nessa descoberta e na manutenção de seus próprios nomes. Um curador que só trabalha com os mesmos artistas talvez ganhe menos visibilidade do que aquele que descobre novos talentos. A gente vai olhando as redes sociais, matérias de jornais, e é interessante perceber como os curadores ganham nome quando eles se tornam descobridores. É um interesse de mão dupla, só que tudo se passa como se no campo da arte só houvesse o interesse dos artistas de serem legitimados, descobertos. Um jovem artista cuja produção seja entendida como relevante também garante a quem o descobriu um lugar na história da arte de alguma forma. É um jogo velado, mas que acontece cotidianamente.
OP - A relação com a arte é entendida como subjetiva, mas ao mesmo tempo o circuito artístico é pautado em cima de modelos comparativos, competitivos, como nos processos de residências ou editais. De que forma a relação entre esse caráter subjetivo e a necessidade de se “encaixar” nos critérios se dá?
Guilherme - Na disciplina na qual eu me insiro, que é a sociologia da arte, a gente vai entender que no campo da arte há regras. Apesar da ideia do senso comum de que só vai ser legitimado e validado quem tem talento, a gente precisa pensar sobre o que é talento. Ele é socialmente construído, algo que uma série de pessoas vai definir o que é. Entendendo que esse campo da arte tem uma série de regramentos, vamos entender que, talvez, não seja algo tão subjetivo assim. Pensando em termos sociológicos, esses critérios que dizem que um trabalho é “bom” pouco têm a ver com um “dom inato”, mas mais a ver com as circulações dos artistas, o que eles aprendem, as técnicas que desenvolvem. Existe uma série de profissionais atuando para que uma carreira seja construída ou destruída. A grande briga de 1922 entre o Monteiro Lobato (escritor, 1882-1948) e a Anita Malfatti (pintora, 1889-1964) é sobre quais são os sentidos que vão ser dados à arte. Criam-se critérios para dizer que algo é arte, é legitimado. Há uma série de especialistas — Universidade, críticos, curadores — e ações feitas cotidianamente para validar e construir esses critérios e regras. A ideia de um dom inato, por mais que seja interessante, acho que não existe. A ideia romântica da arte é bonita, mas uma carreira só se constrói coletivamente, socialmente, através de todas essas regras. Não adianta ter um belo dom, toda uma criatividade, e só colocar na parede de casa. É preciso que seja exposto em museus, apareça em livros, entre em residências, uma série de etapas que fazem com que o trabalho seja exibido e reconhecido. O campo da arte é muito regrado, como tudo na vida social.
OP - A partir dessa ideia de que não dá para descolar a arte do contexto social, é possível afirmar que a legitimação é atravessada pelas relações interpessoais, questões de gênero, de raça, de classe, até de geografia. Estamos conversando em uma exposição que traz obras de artistas não-brancos do acervo do MAC, inclusive. Como esses fatores operam nesse contexto?
Guilherme - No livro, pesquiso os jovens artistas entendendo as regras e padrões de idade, gênero etc, para entender como as pessoas constroem carreiras que possam vir a ser, eventualmente, consagradas, mas uma questão que ficou de fora foi a racial. O material que acessei para construir esse trabalho foram especialmente catálogos de exposições voltadas para jovens artistas, mas eu não conseguia com ele entender a identidade racial dessas pessoas e também não achava que devia inferi-las. Por isso, construí o projeto de pós-doutorado que culmina nessa exposição. Nele, eu tenho tentado entender, com mais especificidade, como a racialidade e o gênero operam nesse processo de legitimação de artistas. Vivemos numa sociedade que foi fundada com bases coloniais e precisamos entender a construção dessas regras coloniais que vão construir a sociedade brasileira, que é racista, machista, capacitista. Quais corpos eram legitimados enquanto capazes de fazer arte e “civilizar” o mundo? Os dos homens cis, brancos, europeus, que não tivessem deficiências. Apesar de se dizer há séculos que o Brasil é um grande paraíso racial e livre de preconceitos, ele é um lugar onde pessoas trans morrem antes dos 35 anos, pessoas negras são mais alvo de violências fatais e mulheres cis ocupam poucos espaços de poder. Entendendo isso, entendemos que homens brancos ainda estão no poder. O campo da arte, sendo formado por pessoas que nasceram nesse grande guarda-chuva colonial, é também formado por pessoas que têm seus preconceitos e que vão criar os seus critérios entendendo que eles seriam “isentos” e “objetivos”, mas que na verdade são extremamente enviesados a partir da experiência no mundo que é branca, masculina, sem deficiências. No acervo em exposição, a gente tem quatro mulheres, sendo uma trans, enquanto tem quase 20 homens cisgêneros. Isso é uma diferença enorme. É preciso pensar sobre como se articulam esses marcadores sociais de diferença. Estamos numa sociedade na qual todas as mulheres negras juntas têm menos renda do que 700 mil homens brancos, então entendemos porque nesse museu chegamos somente a quatro mulheres racializadas com obras aqui. Precisamos entender quais são os padrões de legitimação para entender quais as regras construídas nessa estrutura preconceituosa.
OP - A arte contemporânea feita nos anos 1960 se difere daquela feita hoje. Apesar de estruturalmente firmados nessa base que você falou, os aspectos de legitimação de então se diferem dos de hoje de que forma?
Guilherme - A gente tem uma estrutura social, uma coluna vertebral que se mantém, então tem certos padrões, mas não podemos esquecer que a sociedade está em movimento. No caso das mulheres cisgênero, a gente tem que pensar sobre as ondas do feminismo no mundo. Elas fizeram com que mais artistas mulheres cis começassem a questionar os padrões de legitimação do universo. Uma professora da USP, Ana Paula Simioni, tem uma pesquisa extensa sobre mulheres artistas antes da Tarsila do Amaral e da Anita Malfati. Apesar das mulheres serem criadas para terem um “lado sensível”, a ideia de profissão de artista era atribuída somente aos homens. A Ana e a Bruna Fetter, outra professora, têm um texto (“Artistas brasileiras e o mercado: Um encontro peculiar”, publicado em 2016) em que elas entendem que, apesar da maioria masculina, a arte brasileira tem mulheres com grandes nomes: na arte moderna, lembra-se da Tarsila e da Anita; na contemporânea, da Lygia Pape e da Lygia Pape, ou, mais atualmente, da Adriana Varejão e da Beatriz Milhazes. A gente tem uma série de nomes muito importantes na história, mas vendo a estrutura mais geral são mais homens do que mulheres sendo legitimados com constância nesse universo. Mas a arte vai se movimentando. No caso das pessoas negras, tivemos uma mudança muito importante no Brasil a partir de 2012 que foram as cotas raciais, que mudaram o perfil escolar delas de uma maneira mais massiva com o aumento da presença negra nas universidades. Com essa inserção, temos visto pessoas negras ocupando espaços, como eu, que estou te dando uma entrevista sobre uma tese de doutorado e uma exposição que organizei. Tendo mais mulheres entrando no sistema, temos um tipo de trabalho que vai questionar o lugar delas nele. Tendo mais pessoas negras, temos artistas que podem questionar a ausência de pessoas negras nos espaços de legitimação. Isso acontecer com mais frequência dinamiza o universo.
OP - Parte da legitimação parece estar fundada puramente na oportunidade de oferecer "visibilidade", isso em um contexto social em que trabalhar com arte já é dificilmente reconhecido como um trabalho. Como você avalia esse dado?
Guilherme - Ninguém vive de ar. Para um artista pintar, ele precisa ter tinta, comer, pagar a conta de luz, dormir bem, ter toda uma sustentação da vida e dignidade enquanto ser humano para fazer arte. A gente tem obras que são vendidas a cifras altíssimas enquanto são poucos os artistas que de fato conseguem viver somente do trabalho. Não à toa, muitos precisam trabalhar como arte-educadores ou docentes. Há uma série de problemas que, na verdade, indicam a grande precarização constante do trabalho da arte no Brasil. Passamos por todo um debate recente sobre a flexibilização do trabalho, com a retirada de certos benefícios e a negociação direto com o patrão, e isso é o trabalho do artista desde sempre: extremamente precarizado em mundo que não o entende como relevante. A gente tem que lembrar do Marx e entender os artistas de uma maneira profissional, entender que eles precisam se sindicalizar, demandar coletivamente uma organização da atividade e melhores condições de trabalho. Mas, usando Marx de novo, a gente tem um exército industrial de reservas gigantesco, pessoas que estão ali prontas para ocupar o espaço das outras que não quiserem mais, e elas são substituídas. Isso é o mercado de trabalho.
OP - A gente falou de muitas concentrações ainda fortes de raça, gênero, classe, geografia, que atravessam esses processos todos do campo da arte. Como você vê o papel das instituições e das pessoas legitimadoras nesse contexto? Seria possível ou é utópico pensar uma legitimação mais democrática?
Guilherme - É preciso que a gente tenha mais instituições. No caso do Ceará, a gente teve uma leva sendo inaugurada, mas a gente precisa de muito mais museus. A gente tem algum na Caucaia? Não. A gente precisa de equipamentos culturais descentralizados das zonas de poder, também, para que eles sejam frequentados não só pela elite cultural. O Camilo Santana, antes de ter deixado o governo, poderia ter pensado sobre isso. Quando a gente constrói mais museus, mais equipamentos culturais, isso faz com que haja uma maior contratação de profissionais especializados, um adensamento desse sistema institucional, quando a gente começa a ter maiores possibilidades de local de trabalho. Com isso, talvez a gente consiga ir estabelecendo as coisas em outros moldes. Se a gente tivesse mais instituições bem patrocinadas, com acervos bem cuidados, museólogos, técnicos, boa estrutura, a gente criaria uma cultura de museus mais interessante, profissionalizaria as pessoas de outra forma, começaria a ter demandas. Por exemplo, tenho um amigo que é assistente de artista e trabalhava com uma que dava carteira assinada. O preço dele é mais alto porque ele é muito especializado. Eu já fui assistente de artista, mas ganhava uma miséria. Entendendo que ele ganhava mais, comecei a fazer as minhas demandas por saber que eu tinha uma série de expertises. Para democratizar esses processos todos, a gente precisa ter mais instituições bem gerenciadas, de forma transparente, com uma série de profissionais que sustentem o sistema de outras formas. É preciso ter uma mudança profunda nesse sistema cultural não só em Fortaleza, descentralizar é fundamental.
OP - O movimento de demandas por diversidades pode acabar assimilado pelos meios hegemônicos. Como você vê as armadilhas da representatividade, da comoditização? Como escapar disso?
Guilherme - É muito difícil a gente conseguir não ter essas armadilhas enquanto vivemos sob um sistema neoliberal capitalista. A utopia, na verdade, é mudá-lo para mudar todas as outras regras. Pensando na pesquisa que venho desenvolvendo no pós-doutorado, em um primeiro momento, entrei em contato com mais ou menos 113 galerias de arte no Brasil perguntando se elas tinham artistas negros entre os seus representados. Na época, 12 responderam e quatro ou cinco tinham. Ao mesmo tempo, alguns desses artistas negros eram representados por mais de uma galeria, eram as mesmas pessoas em uma série de instituições. Tive que mudar a maneira de acessar os artistas e uma das respostas que recebi foi da Ana Lira, de Pernambuco, que trabalha com fotografia. Ela disse sobre como a gente vive em um sistema falacioso em que cada vez mais aparece que os artistas negros estão “com tudo” no momento quando, na verdade, é a repetição de alguns nomes em uma série de galerias e instituições. A mesma coisa com as mulheres, com os indígenas. Tem aqueles nomes que vão aparecendo, em uma repetição deles até que aquelas pessoas sejam esvaziadas. Não temos uma representatividade, de fato, em termos quantitativos. Em termos qualitativos, temos uma mudança histórica na qual nos últimos cinco anos vimos muito mais exposições voltadas aos trabalhos de pessoas negras e indígenas, mas é muito pouco. Ainda mais pensando no que é a sociedade brasileira em termos raciais, que tem muito mais gente indígena, parda, negra, mas são pouquíssimas as pessoas assim de fato nos espaços de arte. A armadilha da representatividade e essa comoditização são um assunto de pensar junto com a bell hooks (teórica feminista e escritora, 1952-2021), que tem um trabalho gigantesco sobre essas questões. O que os artistas me dizem muito é que eles tentam jogar com esse sistema. Uma das artistas me respondeu que, quando tem um projeto aprovado, ela chama outras pessoas negras para estarem com ela. Eu fiz a exposição aqui no museu e consegui uma verba para fazer com que mais quatro artistas entrassem no acervo — as Terroristas del Amor, a Cecília Calaça e a Maria Macêdo — para tentar de alguma forma pressionar esse sistema e fazer uma mudança. Muitos artistas que são pessoas negras, indígenas, têm tentado atuar entendendo os problemas desse sistema de representatividade, mas jogando com ele para tentar furá-lo. É um jogo. O sistema é esse, infelizmente, e a gente atua todos os dias para tentar fazer com que ele mude. É uma luta coletiva, cotidiana e a passos muito lentos.
Quando: em cartaz até 17 de abril; visitação de terça a sexta, das 9 às 18 horas (acesso até 17h30), e aos sábados, domingos e feriados, de 10 às 19 horas (acesso até 18h30)
Onde: Museu de Arte Contemporânea do Ceará (rua Dragão do Mar, 81)
Gratuito.
Disponível para compra em bit.ly/ProcuramseArtistas
A exposição “Quilombo Cearense”, com curadoria de Guilherme Marcondes e assistência técnica de Maíra Abreu e Hailla Krulicoski, terá atividades especiais para marcar a última semana em cartaz no Museu de Arte Contemporânea do Dragão do Mar. Desde sexta, 8, e até domingo, 10, o Cinema do Dragão recebe uma mostra gratuita de curtas.
“Como ação paralela, a gente criou a mostra de filmes que tem curadoria da Talita Arruda e da Darwin Marinho, que atuam no campo do audiovisual, sobretudo pensando a produção de pessoas não-brancas”, detalha Guilherme. Serão, no total, 24 curtas de 32 realizadores.
Na próxima quinta, 14, é a vez do MAC acolher uma batalha de rap. “Ela vai ser organizada pelo Leandro Pinho, que foi um co-orientando meu do mestrado na UECE, que pesquisava as batalhas de rap da Caucaia”, afirma o curador. No total, 14 MCs do município cearense participam da atividade, que acontecerá das 17 às 19 horas.
As programações demandam a apresentação do passaporte vacinal com documento de identificação e o uso de máscara. Detalhes sobre as programações podem ser encontrados no site e no Instagram do Dragão do Mar.
Mostra de filmes Quilombo Cearense
Quando: sessões hoje, 9, e amanhã, 10, a partir das 19 horas, seguidas de debates com as equipes
Onde: Cinema do Dragão
Gratuito, com retirada de até dois ingressos por pessoa na bilheteria uma hora antes de cada sessão
Batalha de rap no MAC
Quando: 14 de abril, de 17 às 19 horas
Onde: Museu de Arte Contemporânea do Ceará
Gratuito
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