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Candomblé: Lula sanciona dia para celebrar tradições africanas
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Candomblé: Lula sanciona dia para celebrar tradições africanas

A lei foi sancionada pelo presidente Lula em 5 de janeiro e institui 21 de março como Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé
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21/03 também é o Dia Internacional contra a Discriminação Racial (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS 21/03 também é o Dia Internacional contra a Discriminação Racial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou na última quinta-feira, 5, a lei Nº 14.519/23, que institui 21 de março como o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. A lei foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira, 6, e o documento foi assinado também por Margareth Menezes (ministra da Cultura) e por Anielle Franco (ministra da Igualdade Racial).

Presidente Lula sancionou lei que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé(Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução Presidente Lula sancionou lei que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé

A lei foi originada pelo projeto proposto pelo deputado Vicentinho (PT-SP) e inicialmente previa a celebração da data em 30 de setembro. Entretanto, após proposição do Senado, foi definido 21 de março como nova data, coincidindo com o Dia Internacional contra a Discriminação Racial.

O marco foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em referência ao Massacre de Shaperville, episódio na África do Sul no qual, em um contexto de Apartheid, 69 pessoas foram assassinadas e 186 feridas após protestarem pacificamente pelo fim da segregação racial.

Povos de Terreiro

Assim como a lei foi sancionada na última quinta-feira, 5, foi também neste dia que o Centro Cultural do Bom Jardim (CCBJ) lançou no Cineteatro São Luiz o documentário e o podcast "Povos de Terreiro". As produções ressaltam aspectos culturais e históricos de espaços espirituais do Grande Bom Jardim explicados pelos pais, mães, filhos e filhas de santo representantes dos Povos de Terreiro do território.

O documentário e o podcast fazem parte de uma iniciativa criada dentro do programa Conversas de Terreiro, do Núcleo de Articulação Técnica e Especializada (NArTE/CCBJ), administrado pelo educador social Eduardo Marques. De acordo com a organização, foi solicitado pelos povos de terreiro que o equipamento cultural valorizasse a “memória, a cultura e a ancestralidade” no espaço.

Ao longo de seis episódios, pais, mães e filhos de santo falam sobre jornada espiritual e assuntos que envolvem o movimento. Quanto ao filme, pais e mães de santo versam sobre os costumes dos povos de terreiro do Grande Bom Jardim, alcançando aspectos como culinária e dança.

O projeto contou com a colaboração do Centro Espírita de Umbanda São Miguel (Pai Neto Tranca Rua), da Sociedade Espiritual de Umbanda Caboclo Índio (Pai Iran do Negô Chico), do Centro Espírita de Umbanda Caboclo Vira Mundo Pemba (Mãe Socorro do Caboclo Vira Mundo), do Centro de Umbanda Zé Pilintra das Almas (Pai Guiliano Zé Pilintra das Almas), do Centro Espírita de Umbanda Sagrada Família de Urubu Reis (Mãe Sandra) e do Centro Espírita de Umbanda Palácio das águas (Mãe Janaína Ti Osun).

“Acho que além da transmissão de ensinamentos para as gerações mais novas e futuras é uma maneira de dar visibilidade à nossa religião e à nossa cultura. Eu vejo nesse sentido de preservar o conhecimento e dar visibilidade e empoderamento aos Povos de Terreiro”, pontuou Pai Neto Tranca Rua, do Centro Espírita de Umbanda São Miguel.

Terreiros religiosos em comunidades de Fortaleza

Há quase um ano, em abril de 2022, O POVO publicou matéria especial a respeito da importância  dos terreiros religiosos para as comunidades de Fortaleza. O material destaca a relevância de Pais e Mães de Santo, Babalorixás e Ialorixás como zeladores espirituais de terreiros e pontes para importantes atividades de acolhimento e respeito em bairros da Capital cearense.

"Terreiros são feitos para as comunidades, porque somos umbandistas dentro e fora das casas de santo. O que aprendemos com nossos guias e com nossos orixás deve ser praticado na vida em todos os âmbitos. Construir uma relação entre terreiros e territórios é de extrema importância para que as pessoas conheçam, aprendam, vivenciem, percebam que nossa religião, antes de mais nada, prega amor, justiça, igualdade e luta social, para que as pessoas saibam onde encontrar terreiros, para que elas saibam que nós existimos e resistimos, pra que elas saibam que existe diversidade religiosa, para que elas tenham acesso a outras formas de viver a espiritualidade, para que elas tenham a oportunidade de quebrar preconceitos e tabus que são frutos do racismo religioso", defendeu, à época, Mãe Telma, à frente da Tenda Espiritualista Mãe Tutu desde 2014. 

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