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Sérvulo Esmeraldo: exposição com 113 obras chega ao Rio de Janeiro
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Sérvulo Esmeraldo: exposição com 113 obras chega ao Rio de Janeiro

Mais de 100 obras do cearense Sérvulo Esmeraldo estão em mostra no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro
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Exposição está em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro  (Foto: DODORA GUIMARÃES)
Foto: DODORA GUIMARÃES Exposição está em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro

Sérvulo Esmeraldo é referência obrigatória na arte brasileira, mas o artista plástico nascido em Crato, no Ceará, nunca teve uma exposição que abrangesse todo o seu trabalho - pelo menos até agora.

Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), do Rio de Janeiro, a exposição "Sérvulo Esmeraldo - Linha e Luz" traz obras que reúnem desde as gravuras do início da sua carreira até as esculturas que desafiam a gravidade e interagem com a luz. Em São Paulo, essa verdadeira retrospectiva da vida do artista será aberta ao público em agosto.

Sérvulo morreu em 2017, aos 88 anos, e suas últimas gravuras - uma homenagem a familiares queridos - também fazem parte da exposição. Ao todo, são 113 obras de diversas dimensões. O trabalho todo é precioso, mas são as esculturas em metal - além da sua fase no acrílico - que tornam a mostra única.

"Todo o trabalho do Sérvulo é calcado em dois elementos: na luz e no movimento", explica Dodora Guimarães Esmeraldo, viúva do artista, que está à frente do Instituto Sérvulo Esmeraldo - museu que fica em Fortaleza e de onde veio a maioria das obras. "Ele teve uma trajetória bastante entrecortada, o que faz com que, no Brasil, muitos não conheçam o total da sua obra."

O artista nasceu na cidade de Crato, no interior do Ceará, morou em Fortaleza, em São Paulo e em Paris. Viveu as últimas décadas em Fortaleza, cidade que tinha uma luz única e que destacava ainda mais o seu trabalho.

ESPECIAL O POVO: Sérvulo Esmeraldo, o mestre do movimento

Junto com Abraham Palatnik, Sérvulo Esmeraldo é um dos precursores do cinetismo brasileiro. Nascida na Europa, a arte cinética explora a ilusão de ótica para dar a sensação de movimento.

"Essa coisa do movimento, para mim, é o que torna o Sérvulo um artista diferenciado em relação aos outros escultores", aponta Marcus de Lontra Costa que, junto com Dodora, faz a curadoria da exposição. "Todas as esculturas do Sérvulo, mesmo que elas não sejam evidentemente simétricas, têm sempre uma espécie de iminência do movimento."

O uso - e, sobretudo, o estudo - da geometria é marcante. "O Sérvulo dizia que tinha a sorte de ter nascido em uma casa com livros, porque ele era um artista e pesquisador. As brincadeiras dele eram levadas a sério, porque eram muito calcadas nas pesquisas que fazia", ressalta Dodora Guimarães.

Marcus cita uma das brincadeiras que, sabe-se, ajudaram a desenvolver a beleza do trabalho do artista. "No Crato, ele ficava brincando nas águas do açude, jogando pedrinhas, e via aquele movimento concêntrico e a forma como aquilo se ampliava", exemplifica. "Acho muito legal essa noção do movimento que encontramos nas obras dele."

(Agência Estado)

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