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Festival Zepelim: evento aposta na mistura de sons para engajar público
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Festival Zepelim: evento aposta na mistura de sons para engajar público

Da Banda Uó ao Luiz Lins, atrações da terceira edição do Festival Zepelim misturaram ritmos para conquistar público cearense
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Banda Uó retornou a Fortaleza com show no Festival Zepelim (Foto: Lukas Sá/divulgação)
Foto: Lukas Sá/divulgação Banda Uó retornou a Fortaleza com show no Festival Zepelim

Enquanto apresentava "A Música Mais Triste do Ano", Luiz Lins surpreendeu o público com uma virada dançante para a canção melancólica. Assim, a poesia "bad" se encontrou com a swingueira no Marina Park naquele fim de tarde sábado, 24 de agosto.

À vontade no palco, o cantor pernambucano fazia sua estreia no Festival Zepelim, evento que chega à terceira edição abrindo espaço para artistas da novíssima geração da Música Popular Brasileira (MPB) - em suas múltiplas faces.

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Assim como Luiz, Yago Oproprio (que driblou adversidades técnicas com jogo de cintura) e Os Garotin estavam também na efervescência da estreia. O trio de São Gonçalo (RJ) não disfarçou a euforia. "Vocês sabem cantar tudo mesmo", celebrou o músico Cupertino.

A ebulição da plateia também seduziu Marina Sena. A mineira, participando pela terceira vez do evento, ressaltou as boas memórias que o evento tem promovido. "Vocês são diferenciados", confidenciou.

Sem chuva dessa vez, a cantora pôs o público para dançar, assim como o BaianaSystem. A tradicional "roda" do coletivo baiano transformou o Marina Park num caldeirão de gente no melhor estilo do bloco Navio Pirata no Carnaval de Salvador.

Falando em folia, um ponto alto da noite foi o reencontro de Fortaleza com a Banda Uó. Após hiato de 6 anos, o grupo goiano apresentou show vigoroso, que celebrou a música brasileira com pop, funk, brega e até flerte com sertanejo - um grande "shake de amor", como versa a música que encerrou o show deles.

Destaque ainda para Pabllo Vittar e seu "Batidão Tropical", turnê que certamente encontra o público mais participativo do País em terras cearenses.

Diverso, o Zepelim 3 deixa gostinho de quero mais e prova, mais uma vez, que misturar os muitos ritmos da música brasileira rende momentos memoráveis.

Pabllo Vittar foi a última atração do sábado, 24
Pabllo Vittar foi a última atração do sábado, 24

Leques e reverências

A terceira edição do Festival Zepelim estreou de forma diferente, com horário mais cedo e público ainda mais diverso. Os vendedores de cigarro eletrônico, que andavam entre os presentes, trocaram sua antiga mercadoria pela demanda mais urgente da festa: os leques. Desde o anúncio dos itens permitidos e proibidos, os seguidores usaram o espaço dos comentários para fazer a pergunta mais importante: "Pode levar leque para bater no show da Pabllo?".

E o resultado foi vrau, vrau, vrau. Os leques batiam por determinadas razões: ansiedade na espera pelo próximo show; para celebrar mais um gole no drink do bar; e para a principal finalidade: integrar os shows pop da festa.

Todas essas energias foram canalizadas a partir da Banda UÓ. A batida das músicas se misturava ao som do objeto, fazendo com que não houvesse barreira entre as performances, era tudo parte do show. A sensação foi potencializada durante a última música do grupo, quando Mateus, Mel e Davi puxaram seus leques ao som de "Arregaçada".

A partir deste momento, o item não voltou aos bolsos e bolsas do público. De Marina Sena a roda punk do BaianaSystem, foi vrau atrás de vrau. (Raquel Aquino)

 

Tranças e streetwear marcam estilo do público

A moda já é uma das marcas no Festival Zepelim. Na terceira edição, as tranças nagô e o estilo streetwear marcaram o evento.

"Sinto que é um lugar onde fico confortável", afirma o filmmaker Rodrigo Bezerra, que apostou em uma bermuda estilo cargo e tênis preto. No cabelo, tranças nagô com desenho de coração finalizaram o look.

Danya Saphira, que trabalha com marketing digital, também quis apostar em um visual com tranças nagôs, cachos e acessórios como argolas e pedrarias no cabelo.

"Estou fazendo um curso de trancismo e gosto bastante de colocar trança. A minha principal inspiração foi Iansã", conta Danya, que é iniciada no candomblé.

A conexão com a própria negritude foi o que inspirou a costumer success Caroline França a investir em tranças para o look do Zepelim.

"É a segunda vez que coloco (tranças) e me sinto mais conectada com minha cultura", explica França, que usou um look de saia marrom de alfaiataria com pregas, com colete de alfaiataria marrom e uma plataforma preta com detalhes em prata nos pés.

O streetwear também esteve presente no palco, tanto com Banda Uó, que usou calça cargo, quanto com Jovem Dionísio, que também apostou em peças oversized.

Já a dentista Marina Araújo havia feito tranças estilo boho, com cachos que acompanham o comprimento da trança.

Araújo optou por um vestido dourado com manchas marrons, com mangas e acima do joelho, levemente transparente. "Gosto de mostrar um pouco de pele", disse a dentista. (Eduarda Porfírio)

 

Pabllo Vittar antecipa lançamentos

Atração final do Festival Zepelim, Pabllo Vittar revelou em entrevista exclusiva ao Vida&Arte que irá divulgar as músicas secretas de "Batidão Tropical Vol. 2" em setembro.

Lançado em abril deste ano, o álbum "Batidão Tropical Vol. 2" de Pabllo Vittar traz releituras de clássicos do forró do Norte e Nordeste, a exemplo de "São Amores", "Me Usa" e "Falta Coragek". O disco também tem três canções surpresa, a serem anunciadas pela cantora.

As faixas 8, 10 e 14 são as únicas do álbum de forró eletrônico que ainda não foram reveladas. Uma gravação da cantora avisando que as canções ainda não estão prontas é o que substitui as músicas no disco.

A artista também revelou ao Vida&Arte que a faixa 14 é uma colaboração com Duda Beat. "A última faixa é uma música autoral com a Duda Beat, está bem bacana", antecipou. (Eduarda Porfírio)

 

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