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'Jurassic World: Recomeço' tem elenco de peso, mas falha ao replicar fórmulas
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'Jurassic World: Recomeço' tem elenco de peso, mas falha ao replicar fórmulas

Com direção de Gareth Edwards, "Jurassic World: Recomeço" tem elenco de peso, mas falha ao replicar fórmulas e desperdiça potencial dos intérpretes
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Steven Spielberg assina a produção executiva de
Foto: DIVULGAÇÃO/Amblin Entertainment Steven Spielberg assina a produção executiva de "Jurassic World: Recomeço"

Em 1993, "Jurassic Park", ou "Parque dos Dinossauros", redefiniu o cinema de blockbuster. Sob a direção de Steven Spielberg, o filme deslumbrou espectadores de todas as idades com a grandiosidade dos maiores seres que já habitaram a terra. Mesclando ficção científica, ação e um toque de humor, a obra-prima rapidamente se tornou um marco cinematográfico, o que pavimentou o caminho para uma franquia duradoura.

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Mais de três décadas depois, o universo jurássico continua a ser explorado por Hollywood. Após duas trilogias cinematográficas e diversas séries animadas, o mundo perdido ressurge com "Jurassic World: Recomeço". A trama se desenrola cinco anos após os eventos de "Jurassic World: Domínio", de 2022. Desta vez, uma expedição audaciosa ruma a isoladas regiões equatoriais com o objetivo de extrair DNA de três criaturas, vislumbrando um potencial avanço médico revolucionário.

Qual o intuito de 'Jurassic World: Recomeço'?

Inicialmente, "Jurassic World: Recomeço" acena com uma promissora guinada para a franquia. Afinal, neste universo, os dinossauros há muito deixaram de ser novidade, quase como se os gigantescos animais, agora à solta em Nova York, fossem meros "cães abandonados".

No entanto, a narrativa rapidamente se desvia para uma abordagem previsível: um grupo de indivíduos embarca em mais uma busca por DNA de feras colossais em um ambiente hostil, acompanhados por um elenco de personagens que beira o genérico.

A protagonista Zora Bennett (interpretada por Scarlett Johansson) surge como uma mercenária com todas as nuances clichês do arquétipo. Seu contraponto, o Dr. Henry Loomis (Jonathan Bailey), um especialista apaixonado por dinossauros, é seu oposto. O roteiro, contudo, falha em aprofundar o desenvolvimento de ambos, e quando tenta, o faz de maneira superficial. O mesmo se aplica aos demais personagens, cujas histórias parecem irrelevantes para o arco central.

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É nas sequências de ação que envolvem os "mega animais" que o filme se destaca. As cenas são convincentes e instigantes, embora a baixa intensidade de sangue possa desapontar parte do público, que esperaria uma representação mais visceral dos ataques das criaturas selvagens.

Ao atingir o destino principal, uma ilha isolada que abrigava um laboratório de experimentos com dinossauros, o filme mergulha na nostalgia de cenas já consagradas, ecoando, em grande parte, o primeiro longa. Em certos momentos, essa revisitação funciona, mas a exaustiva repetição acaba por diluir o impacto e o frescor.

A inclusão de personagens adolescentes e crianças serve como mais um indicativo de que o filme pouco se arrisca a reinventar-se, preferindo replicar fórmulas bem-sucedidas de seus antecessores, sem um esforço real em seu novo roteiro.

"Jurassic World: Recomeço" desperdiça a oportunidade de explorar paralelos intrigantes, como a extinção de espécies, a ética das experiências em animais vivos para mero entretenimento, ou até mesmo a temática do objetivo principal da missão: o potencial de um novo tratamento para doenças graves, que se transforma em mais uma ferramenta para o lucro da indústria farmacêutica.

No balanço final, "Jurassic World: Recomeço" supera seus dois antecessores imediatos e aprimora suas cenas de ação. Contudo, tropeça no desenvolvimento de personagens que tinham o potencial de sustentar a franquia, para além dos nomes de peso em seu elenco. Com sequências de ação envolventes, mas um roteiro deficiente, o novo capítulo se junta ao rol de filmes que, embora proporcionem um entretenimento passageiro, carecem de profundidade.

 

Jurassic World: Recomeço

 

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