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11 de setembro: O dia que mudou a história
Reportagem Seriada

11 de setembro: O dia que mudou a história

Atentados contra as Torres Gêmeas e o Pentágono completam 20 anos. O POVO Mais inicia série relembrando alguns dos principais momentos do maior ataque terrorista história e as consequências desse dia que mudou o mundo como vemos hoje
Episódio 1

11 de setembro: O dia que mudou a história

Atentados contra as Torres Gêmeas e o Pentágono completam 20 anos. O POVO Mais inicia série relembrando alguns dos principais momentos do maior ataque terrorista história e as consequências desse dia que mudou o mundo como vemos hoje
Episódio 1
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Poucos momentos na história do ocidente causaram tanta comoção e impacto quanto o 11 de setembro de 2001. Basta perguntar a qualquer pessoa que já tinha alguma compreensão de mundo no dia dos ataques ao World Trade Center, que provavelmente ela responderá onde estava e o que estava fazendo quando as Torres Gêmeas vieram abaixo no coração de Manhattan.

Ao completar 20 anos, o maior atentado terrorista da história ainda produz efeitos tão visíveis quanto a espessa nuvem de poeira que tomou conta de Nova York por semanas.

Era uma manhã de terça-feira, com céu limpo e sem nuvens na maior cidade dos Estados Unidos, quando 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões em solo americano. Dois deles foram lançados contra as Torres Gêmeas, que já foram a construção mais alta erguida pelo homem e era um dos símbolos mais icônicos de Nova York.

Uma terceira aeronave colidiu com o Pentágono, sede da Defesa e inteligência americana, em Washington. A última delas acabou caindo em um campo vazio de Shanksville, na Pensilvânia, a minutos de chegar e atingir a capital norte-americana.

O presidente George W. Bush discursa em frente ao Pentágono danificado em Arlington, Virgínia. O presidente está acompanhado por Karen Hughes, conselheira do presidente, e secretário de Defesa Donald Rumsfeld.(Foto: Eric Draper/Casa Branca)
Foto: Eric Draper/Casa Branca O presidente George W. Bush discursa em frente ao Pentágono danificado em Arlington, Virgínia. O presidente está acompanhado por Karen Hughes, conselheira do presidente, e secretário de Defesa Donald Rumsfeld.

A destruição do World Trade Center vai ficar para sempre como algo marcante pelo local onde ocorreu, pelo impacto de ter sido televisionada ao vivo e pelo número de mortes: 2.977 vítimas (2.606 na cidade de Nova York, 246 nos quatro aviões e 125 no Pentágono), além de 19 terroristas. No total, 2.996 vidas perdidas.

Os danos afetaram uma área de cerca de 6,5 hectares em Nova York e socorristas trabalharam por semanas na busca por sobreviventes e corpos. Tudo isso, debaixo de uma camada de poeira que demorou quase 100 dias para se dissipar.

 

 

Guerra ao Terror

O presidente George W. Bush fala à nação a bordo do porta-aviões nuclear USS Abraham Lincoln em 01 de maio de 2003, logo após a derruba de Saddam Hussein, no Iraque(Foto: STEPHEN JAFFE / AFP FILES / AFP)
Foto: STEPHEN JAFFE / AFP FILES / AFP O presidente George W. Bush fala à nação a bordo do porta-aviões nuclear USS Abraham Lincoln em 01 de maio de 2003, logo após a derruba de Saddam Hussein, no Iraque

Após o atentado, o então presidente republicano George W. Bush lançou uma missão coordenada para localizar o então líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, que assumiu a autoria dos ataques. Uma ação militar foi iniciada no Afeganistão, onde o grupo Talibã à época abrigava membros da Al-Qaeda. Começava ali a Guerra ao terror.

Dois anos depois, em 2003, o Iraque foi invadido sem o aval do Conselho de Segurança da ONU e a região do Oriente Médio sofreu forte intervenção política e social com o envio contínuo de tropas de uma coalizão ocidental coordenada pelos Estados Unidos.

Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda e principal responsável pelos atentados de 11 de setembro(Foto: AFP)
Foto: AFP Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda e principal responsável pelos atentados de 11 de setembro

Bin Laden só foi alcançado em 2011, dez anos após os ataques, quando foi abatido por unidades de elite dos Estados Unidos em esconderijo no Paquistão. Desde então, Nova York foi recuperando a normalidade. Memoriais foram erguidos em homenagem às vítimas, de mais 370 nacionalidades. O Reino Unido foi o segundo país mais atingido pela tragédia.

O professor Fábio Gentile, PhD em Filosofia e Política pela Universidade L'Orientale, de Nápoles, diz que o ataque à época foi surpreendente por ser algo impensável até então. “Os EUA nunca receberam guerras em seu território e aqui não importa falar em vitória ou derrota. A Guerra no Vietnã foi uma derrota, mas muito longe dos EUA. De repente, os americanos se sentiram vulneráveis dentro do próprio país. Isso foi muito simbólico”, diz.

Gentile destaca ainda que a sensação de vulnerabilidade se estendeu por todo o ocidente. “A partir de 2001, ninguém é intocável. Iniciou-se um clima de insegurança e terror, no mundo porque uma vez que se ataca, com sucesso, o centro do domínio econômico, militar e político do ocidente, ninguém mais está seguro e isso leva a um clima de incerteza”.

A fumaça sobe do local do World Trade Center na terça-feira, 11 de setembro de 2001(Foto: Escritório de fotografia da Casa Branca)
Foto: Escritório de fotografia da Casa Branca A fumaça sobe do local do World Trade Center na terça-feira, 11 de setembro de 2001

Cleyton Monte, pesquisador vinculado ao Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídias (Lepem-UFC), concorda e destaca que o 11 de setembro “mudou radicalmente” as relações não apenas nos EUA, mas no mundo. “O atentado provocou o principal realinhamento geopolítico pós-Guerra Fria. A partir do 11 de setembro, mexeu-se com o imaginário do medo, do terror e, consequentemente, com as ações dos países”, diz.

E segue: “A Al-Qaeda, um grupo insignificante do ponto de vista bélico para a hegemonia militar americana, conseguiu causar tamanho dano. A partir de 2001 o que começa a acontecer? Começamos a ter um derretimento da imagem dos EUA como uma nação intocável, com poderio militar inatingível. Isso começa a ser ameaçado”.

 

 

Como O POVO cobriu o 11 de Setembro

Edição extra do O POVO que foi às bancas no dia 11 de setembro de 2001(Foto: O POVO)
Foto: O POVO Edição extra do O POVO que foi às bancas no dia 11 de setembro de 2001

Terror” e “Pânico” foram as palavras escolhidas para estampar a capa de uma edição extra do O POVO, publicada já na tarde daquele 11 de setembro de 2001, sem esperar o dia seguinte para levar ao leitor as primeiras informações daquele momento histórico. Imagens das torres em chamas e do Pentágono, sede da Defesa dos EUA, parcialmente destruído por outro ataque, davam a dimensão do ocorrido.

“No maior ataque terrorista do mundo, uma série de explosões atingiu hoje importantes locais dos Estados Unidos. No início da manhã, por volta das 8h48 (9h48 de Brasília) dois aviões chocaram-se num intervalo de apenas 18 minutos contra as torres gêmeas do World Trade Center. Um dos pontos turísticos de Nova York e um dos edifícios mais altos do mundo recebe diariamente 150 mil visitantes” informou a matéria de capa naquela data.

Aquela edição já trazia algumas das imagens que chocaram o mundo naquele dia e entraram para a história e para a memória de quem viveu aquele momento. As primeiras reações de lideranças globais e da comunidade internacional também foram destacadas no conteúdo vespertino das páginas do O POVO.

Edição do O POVO no dia 12 de setembro de 2001(Foto: O POVO)
Foto: O POVO Edição do O POVO no dia 12 de setembro de 2001

As reações aos ataques também foram tema de matérias naquela edição. “Dia de cão em Nova York e Washington. O presidente George W. Bush declarou em Sarasota, na Flórida, que o choque dos aviões contra as torres foi possivelmente um atentado terrorista e prometeu fazer o possível para localizar os responsáveis”. À noite, naquela mesma data, Bush faria pronunciamento com mais informações sobre o que, de fato, havia ocorrido nos EUA.

Nos dias seguintes ao atentado o O POVO trouxe informações divulgadas pelas autoridades americanas e uma cronologia dos ataques ocorridos em 11 de setembro. Ao lado de infográficos, o histórico das torres gêmeas, um ranking dos prédios mais altos do mundo e análises dos motivos que fizeram dos EUA alvo de atos terroristas, até então, impensáveis em seu território estampavam a cobertura do jornal.

 

  • Edição Fátima Sudário e João Marcelo Sena
  • Texto Vítor Magalhães
  • Identidade visual e Edição de arte Cristiane Frota
  • Recurso Digital Wanderson Trindade
  • Vídeos AFP
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